"Ser mãe ou pai solteiro não é... Andressa Badin Castro

"Ser mãe ou pai solteiro não é algo feio, como muitos pregam, com seu moralismo julgador. Infelizmente, muitas vezes acreditamos, confiamos e acabamos nos decepcionando. E insistir em uma relação fracassada, de fachada, não torna a ninguém feliz. O feio é colocar filho no mundo e não querer criá-lo por não estar mais com o(a) ex-parceiro(a), é não querer estar presente, é não cuidar e nem se preocupar em saber o que o filho anda fazendo. É dar tanta liberdade a quem ainda é só uma criança, que não está devidamente preparada para lidar com ela. A função dos pais é impor limites aos filhos e decidir o que lhes será melhor, o que não é necessariamente o que eles querem, mas que, quando crescer, será compreendido por eles. O problema, claro, é que criar dá trabalho. Uma criança precisa de dedicação, de amor, de alguém responsável que lhe indique o caminho certo, para entender que o errado é prejudicial. E torcer para que ela cresça e se torne um adulto digno, com as suas próprias escolhas, embora sendo bem orientado. As crianças, hoje, têm acesso muito cedo a celulares e tablets com internet. Aprendem coisas que não deveriam, perdem a inocência muito cedo e muitas não sabem nem o que é ter o prazer de brincar. São 'pequenos adultos', imaturos e cheios de complexos. Além disso, hoje a violência é muito maior do que 20 anos atrás, e isso também contribui para o sedentarismo precoce. Os bons pais, de verdade, sofrem e lutam contra essa realidade, contra a falta de tempo, por precisar ganhar seu sustento. Mas sabem que nunca devem deixar de cumprir suas obrigações paternas, e assim o fazem, independente de estarem juntos ou não. E é exatamente disso que uma criança precisa, de alguém que olhe por ela e preserve seu direito de continuar sendo criança. É um 'mundinho' tão maravilhoso, que não pode ser destruído como vem sendo. Não importa quem e quantos a criem. O importante é que haja comprometimento e dedicação. Quanto a mim: meus pais se separaram quando eu tinha 9 anos. E não me considero desamparada, porque minha mãe foi a total responsável por minha criação, a partir daquele momento. Ser mãe solteira é ser guerreira. É não esperar por ninguém para resolver seus próprios problemas. Claro que o filho sente a falta do pai/mãe que esteja ausente, mas uma família desestruturada não é necessariamente aquela em que falta em casa um dos pais. Mas, sim, aquela em que os membros não se importem uns com os outros. Quando há amor e harmonia no lar, tudo se ajeita e se adapta. E não há prejudicados. Feio é não entender e respeitar que cada família é diferente. E o bonito, é cada um lutar pela sua, e viver em paz!"