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Reluz douro da estrela matinal tua beleza;
Ao Criador exaltando toda maestria;
Pois inspirado em ti criou a natureza;
Pelo brilho desta face que exime simetria;
És da terra o bem, a dama, a realeza;
Poesia lírica, escultura viva e estandarte;
Noivaste porquanto com a própria arte;
De tal modo que tornaste sua alteza.
Apareceria por intermédio do teu ser;
Da perfeição, da mulher e Musa;
Que dentre todas as olímpicas faz nascer...
Cabal inspiração de minhas músicas.
É aos céus, Eulália, que imploro...
Teu favor, teu esplendor que tanto adoro.
Canto ao Supremo com glória singela;
Pois da terra moldaste ente sem igual;
A multiforme graça em dom magistral;
Fez perfeição, buganvília, donzela.
Em nenhuma das musas tal inspiração há;
Que faça a pena do poeta desabrochar;
Apenas a diva graciosa e brilhante;
Reside toda arte em sinfonia exuberante.
Imagino que estou em quimera;
Porquanto tua alma, tua essência, tua flor;
Abotoa em mim a alegre primavera;
Tão-somente despertou-me o louvor;
Deidade excelente pintada em aquarela;
Minha Eulália, noiva, verdadeiro amor.
Límpido céu a oscular o mar azul,
E as ondas ouriçadas bramam na areia,
Tal o meu ser ao beijá-la anseia,
Como a água a tocar teu corpo nu.
Nunca almejei algo assim como tu,
Toda tua boca, como morango ou cereja,
Donde minha boca instigada viceja,
Como viceja as aves o céu azul.
As nuvens moldam teu rosto aquarela,
As flores exalam constante teu olor,
A primavera criou Eulália singela.
E em meu ser despertou o amor,
Deus em toda sua plena Auréola,
Pôs-te em minha vida felicidade em flor
Louvo o Altíssimo por notar tal poema;
Pois só o Criador de inspiração suprema;
Molda essa arte com precisão;
E presenteia a Terra com sublime visão.
Flui dos olhos tua bela escultura;
Ninfa, diva, musa e inspiração...
Qual nascer de sol no dia de verão;
Traz luz ao mundo a toda criatura.
Fonte melifica replena ternura;
E toda formosura reside no teu ser;
Algo em quimera que a meu ver...
Faz primavera todo alvorecer.
E o nascer das rosas vem de ti, Eulália.
Como dália num gentil florescer.
Tange a lira o querubim mavioso,
E vibrantemente o Altíssimo entoou.
Canto a plenitude do Poderoso,
A graciosidade primaveril,
E a beleza de Eulália.
Quão belo nascem os lírios campestres,
E os colibris enamorados os cortejam.
Surgiu ó musa impetuosa a relampejar,
Fulgurante cintila os firmamentos
Teu semblante brilhante.
Tal sopro Divino adentrou
Em majestosa escultura.
Lei foi de Javé, Oleiro-Criador
Que terno e preciso adornou
Supra obra de esplendor inigualável.
Imponente bradou: "Ouvi ó céus!
Todo clarão diurno e tudo que cintila!
Toda Via Láctea!
Pois a vida, em seus termos, se esculpirá.
Todas minhas letras far-se-ão carne.
Aquela que diante de mim assiste
Tornar-se-á mulher vivente.
Qual reina a primavera entre às estações,
Reinará entre as damas a rosa por mim concebida!"
Quão formosas as sedas
Que compõe tuas madeixas douradas.
Pétalas alvas é tua tez
Juntamente com fragrância de balsamo,
Exalam sutilmente ao ar.
Bruma na orla as fluctissonantes ondas
Ansiando por banhar-te os pés singelos.
Sopra o vento sul,
Para refrescar vossa pele.
Vem, pois caiu à noite, ó lua cheia!
Ilumina aquela que cede à Terra colorido.
Pisamos as uvas das melhores vinhas
E celebremos com o vinho novo,
Pois enamorada está a essência do poeta,
Não por ouro, prata ou pérola...
Mas sim pelo anjo em mulher, Eulália.