Não será todo dia que eu vou te fazer... Gustavo Lacombe

Não será todo dia que eu vou te fazer feliz, e não prometo que nunca te farei chorar. Só espero que ria comigo quando eu estiver alegre, e encontre em mim um ombro quando estiver triste. Serei teu príncipe, teu companheiro, teu amante, teu amigo. Errando em alguns momentos, sim, mas sempre com a clara intenção de acertar.

Você disse que tinha me perdoado. Você disse que tinha esquecido, passado uma borracha. Disse que me aceitava de volta, que tentaria numa boa. Que a confiança, ainda que abalada, poderia ser recuperada. Mesmo com uma certa indiferença, podia pensar em nós dois de novo. Poder podia. Só que de cinco em cinco minutos você joga na minha cara que eu te sacaneei. Você olha pra mim com aquela cara de quem tem um asco, nojo, algo que te afasta. Fico eu tentando te mostrar o quanto estou arrependido e o quanto aprendi que palavras não fazem o menor sentido e diferença. É preciso agir, fazer, demonstrar que se está diferente. Não dá. Nada dá. Me deu o perdão, mas esqueceu de avisar isso pro seu próprio coração. Diz que ainda ama, que ainda quer. Faz elogios e lembra mais uma monte de coisas boas. Só que, aí, joga aquele "mas" no fim de tudo que foi dito e coloca reticências. Não precisa falar nada. Não se force a tal ponto. Tá tudo bem. Quer dizer, não está. Cheguei a acreditar que teria outra chance, mas perdi a única que tive. É assim. Nem sempre os perdões vem acompanhados de novas possibilidades para um amor que erra. Principalmente para um amor que erra. É simples. Nem sempre quando alguma coisa quebra a gente faz questão de consertar. Ou pode até tentar, mas algo não encaixa mais. Você tinha dito, tinha sorrido e tinha me abraçado. Eu achei que estava perdoado. E estava mesmo. Estou perdoado, eu sei. Seu amor é que já tinha me escapado pelas mãos.