Oh, ávida saudade! Quão saudosa hoje... Elizamar Lanoa

Oh, ávida saudade!

Quão saudosa hoje estou,
Saudosa daqueles minutos de risadas
Ou das demasiadas gargalhadas
Que não as consegui controlar.

Saudosa estou, das amizades deixadas
De cada carinho que não recebi,
Ou da face que não percebi.

Ai, que saudade de conversar em silêncio,
Dos sussurros simples, o sopro do vento...
Que provoca correntes de frio, invernando as noites quentes.

Saudades de uma singela pisada no chão do corredor,
Dizendo-me: que os sonhos venham,
Que os anjos estejam na cabeceira da cama,
Passando a mão nos cabelos teus
Suavizando o sono teu,
Orando ao Pai do céu e rogando-lhe proteção
Acalantando-me por instantes a tormenta, a solidão.

Digo agora estou saudosa, de tudo, de todos
E essencialmente da minha mãe que vislumbro
Ao longe neste momento. Saudosa do Tum, Tum...
Do coração de quem ama.

Quão saudosa estou, se somente hoje não sei!
Ou se ao despertar de um amanhã minha resposta seja
A expressão eloquente de Sócrates “só sei que nada sei”!