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E eu apalpo a terra molhada,
Que se esparrama pelos meus dedos,
Que esfola meus joelhos,
Que me nega,
Que me maltrata.
Mas eu só peço que ela me devore,
E mais nada.

Inserida por suellenmaracouto

Hei! Olhe pra mim!
Sou apenas uma criança crescida,
Ainda nem sei como se cura as feridas
Que estão se abrindo em mim.

Vento


Ontem um vento bobo

Entrou pela janela,

Derrubou meu enfeite de vidro,

E o fez ficar em cacos.

Eu também fiquei como os pedacinhos

Perdidos pelo chão

Não era porque era meu enfeite favorito,

Não era por ter que juntar os vidros,

Não era por ter que varrer o piso,

Ou me ver assim,

Prostrada, com as mãos no chão.

Foi porque eu deixei a janela aberta,

Porque quis deixar algumas brechas,

E esqueci-me do enfeite no balcão.

Mas hoje, depois que juntei os cacos,

Resolvi a janela não abrir.

Ainda não sou capaz,

De deixar algumas brechas,

De juntar os cacos que surgem,

De aceitar que os vidros quebram,

De saber sentir o vento.

E olhando meu reflexo

No espelho trincado do banheiro,

Vejo que sou como aquele enfeite quebrado

Que o vento derrubou.

Despedaçada, desfigurada, desfeita,

Incapaz de me recompor.

Não sei o que enfeite sentiu

Quando se quebrou.

E o que senti? Também não sei...

Quando o vento me atingiu?

Não recordo, mas me ajoelho

E fico em prantos.

Não por estar quebrada,

Não por estar desfigurada.

Mas porque me lembrei

Da janela que abri,

Do vento que deixei entrar,

E que quis me destruir.

Inserida por suellenmaracouto

Queria tanto dizer
Da falta que me faz!
Mas quando te encontro,
A primeira coisa que vejo,
São letras grandes, que dizem: “Aqui jaz”...

Inserida por suellenmaracouto

Modo automático


Olha senhor, aqui jaz o corpo demente, fique tranquilo, já não mais pensa, já não mais sente. Um robô, com sangue e pele, controlado, obediente. Que não se expressa, que só cumpre regras. Hoje, como é do seu conhecimento, ele entrou em crise, o cérebro se agitou, e muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo. Ouviu muitas vozes, sentiu tristeza, dores, e a cabeça, diz ele que pensava sozinha, tinha vida própria. Mas ele continuava a delirar, conversava com quem não via. Apliquei mais uma dose do sistema, já voltou a funcionar. Pode levar esse corpo, nenhum sentimento nele habita. Coloquei-o ainda mais obediente, parecerá feliz para o cliente, mas no modo automático está. E se precisar de manutenção, tenho mais doses para aplicar. Mais vou lhe ser sincero: se ele falhar de novo, descarte, pegue outro, existem muitos ainda que podemos utilizar.

Inserida por suellenmaracouto