Infinite-se. Ah como seria bom se a vida... Brivaldo Júnior

Infinite-se.

Ah como seria bom se a vida fosse do jeito que queríamos, ela não se chamaria vida, e sim sonho. Mas o sonho deve ser o que estamos em busca enquanto vivemos. É? Então, o que seria real e o que seria sonho? Nosso sonho é real? Ou nossa vida é um sonho? Pensamentos frustrados esses. É melhor deixa a alegria de viver tomar-nos conta. E em vez de viver em busca do sonho, é melhor sonhar com os pés nos chão.
Nossa vida é cheia de passagens de ida sem volta. Alguns lugares que dar prazer de ficarmos. Outros - se soubéssemos que seria aquele o nosso destino - nem compraríamos a passagem. Era melhor ficar dormindo o dia inteiro, de molho, sem sair do lugar. Ah o nosso lugar! Porque sempre temos que ter o nosso lugar no espaço (afinal somos matéria). O pior é ter que sair dos lugares que gostamos forçadamente. E principalmente quando o “nosso lugar” não é um espaço. Lugar pode ser um poema, uma paisagem, uma canção, um alguém. Nosso lugar é onde sempre nos sentimos em paz, alegres, é pra onde sempre queremos retornar. Que a vida não tire nossos lugares. Mas se assim for, que tire de um arranque só. Para que doa de uma vez, para que não se sofra uma constante dor.
Se for pra ser, será. Independente da quantidade de vírgulas, pontos ou parágrafos. Os caminhos serem diferentes, não nos impede de andarmos de mãos dadas, mesmo que distante. Mas se um poste na calçada do destino fizer suas mãos se desentrelaçar, por caminhos diferentes temos que trilhar, se não encontrar o que procura e o que procura já não pode ser mais, o jeito é caminhar pra frente e não olhar pra trás. Pois como dizia o poeta: “ a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”
Nesses encontros e desencontros, um dia você vai se encontrar.