Plenitude A alegria é passageira e o... Carlos Shirata

Plenitude

A alegria é passageira e o que entristece é a tristeza que permanece tão tensa e densa numa dança de palavras com o mesmo som e tão parecidas em seu sentido quando se trata do sentimento humano que nos faz crer em coisas inexistentes e buscar incansavelmente por um nada.
Até que ponto somos tão cegos de não querer enxergar as coisas ao nosso redor e querer olhar por cima de tudo que nos toca, olhar através da porta que tranca a passagem da alegria e nos prende num quarto escuro que cheira a infelicidade rodeado de hipocrisia e falsidade?
Será que seremos condicionados a bater nossa cabeça contra a parede para ver se criamos juízo ou se o juízo nos cria como crias de um ensinamento que não se ensina, mas que é natural de um ser para ser aceito e no seu direito exigir a felicidade?
Feliz daquele que se diz inocente pra não sofrer com a realidade que consome aquele que se impõe como esperto que passa por cima de todos e acaba por tropeçar em seus próprios pés, arrepende quando se encontra rodeado de tanta solidão.
Se a felicidade é passageira então que ela passe pra que eu possa ir ao seu encontro e encontrar na plenitude da felicidade uma razão.