Quando éramos dependentes da vontade de... Angélica Arantes

Quando éramos dependentes da vontade de duas pessoas, quando saímos de um projeto para a realidade, terminados de sermos formados, começamos literalmente a existir, chegada a hora de abrir nossos olhos para o mundo, para encarar o mundo, creio que cada um de nós tinha dentro de si um propósito, qualquer finalidade característica, um destino, um dom, uma missão.
Inútil pensar que somos desprezíveis dentro da multidão, que nossos atos são inertes dentro da sociedade, que nossa força é nula em meio a imensidão, que nosso sorriso é tão simples que não pode transformar o dia de alguém, que não somos capazes de mudar o que até hoje é intacto, que nossa parte não tem poder de transformar onde vivemos em um lugar melhor.
A verdade é que o destino existe, e acontece, e nos levou a conhecer quem conhecemos hoje, nos levou a passar por tudo o que passamos, e aprender com todos as nossas quedas, que sem elas, nada disso seria possível.
A verdade é que nossa força é tão grande que não temos capacidade de medi-la, e que sua intensidade nos presenteia com o poder de mover, construir, formar, moldar.
A verdade é que sem nossos defeitos e desequilíbrios não seríamos insubstituíveis, da mesma forma que nossas qualidades e gestos nos fazem chegar a mesma conclusão: somos insubstituíveis. Sei que quando alguém escuta seu nome, milhões de memórias vem, memórias próprias de você, e que ninguém causará da mesma forma que você causou.
A verdade é que somos constantemente tomados por tudo em nossa volta, coisas boas e ruins, que em interação é nada mais do que a tal da vida. A tal que é tão difícil, a tal que é única, a tal que é somente sua, a tal que não sabemos ao certo quando, mas sabemos que vai acabar. Iai, o que tem feito antes que ela passe? já parou para pensar na sua missão? e que ela pode estar associada não aos seus problemas, mas aqueles que batem na sua porta e você ignora? tem demonstrado o quanto ama alguém? o que tem feito além de existir? o que faria se soubesse que hoje pode ser o seu último suspiro? Eu não sei o que eu faria, mas o que estou fazendo agora é uma boa, tentando tocar o coração e quem sabe mudar com as minhas palavras a vida de alguém.
E você ainda acha que sua existência é desprezível? Porque se você chegou até essas últimas linhas e ainda não consegui te provar o contrário, agora te provo: porque cada palavra que escrevo é com intenção de te fazer chegar até o último ponto final, e se você conseguiu: sinta-se importante pra mim.