Pois eu digo que ninguém, ninguém,... Ziza Brooks

Pois eu digo que ninguém, ninguém, merece a minha liberdade. E eu não abrirei mão de nada que for meu. Eu vou ser incrivelmente insana se assim me ocorrer a vida. E eu vou chegar aos lugares e dizer apenas o que gostaria de dizer, sem nunca, e repito, NUNCA, permitir que as gélidas e tristes almas me tirem do transe da loucura que me guia, me envolve e me ensina todas as coisas que os homens de bem jamais conseguiram me ensinar. E a vida segue me ajudando a cultivar todas as coisas que tentaram me tirar desde o berço, que mamãe desde sempre me falou que era errado, que era feio, que as pessoas olhariam para mim diferente. E hoje eu sei, ela estava muito certa. Mas mamãe e papai falharam em me ensinar a ser preocupada com essas coisas. Eu aprendi sem eles a ver a beleza do feio e o certo no errado, e a quando alguém me olhar com vergonha eu fazer eles verem em mim um espelho, um espelho refletindo seus podres e sujos espíritos decadentes e fedorentos. E as pessoas fogem de mim e se escondem quando eu passo na rua, porque elas temem, elas temem pois eu sou a verdade, eu sou a imagem da mais pura, verdadeira e bela essência humana, e saber que algo tão impuro como eu, pode na verdade ser tão divino, assusta-os como o próprio diabo. E eu rio, e à noite minha risada soa maléfica e ecoa em seus quartos, como se um anjo caído eu fosse, e agora sussurrasse em seus ouvidos para que façam todas as coisas do mundo, pois tudo é verdadeiro e puro. Tudo é santificado pois nascemos, e pecamos, e isso é o que somos. E eu os perdoo, então não devem temer. Eu estarei aqui quando o mundo lhes virar as costas, mas com a filosofia do diabo, os abraçarei enquanto rio de suas desgraçadas faces, mas sempre presente, pois somos senhores de um mesmo pecado.