Poemas dos sete dias Dia 1 Em qual parte... Bruno Santiago Swerts

Poemas dos sete dias

Dia 1
Em qual parte do filme eu dormi que não vi você indo embora?
Em que momento da fila nós nos perdemos e seguimos para salas diferentes?
Em que dia você seguiu para uma estréia e quando eu percebi estava assistindo à nossa reprise?
Na última cena, eu quis correr para te beijar, mas lá você não estava.

Dia 2
Seria belo se todas as histórias de amor terminassem com um “e foram felizes para sempre”
Mas já dizia a canção que o “pra sempre sempre acaba”
No meu poema o final seria outro, ou melhor, não teria final.
Teriam reticências... Para que o final fosse escrito a cada novo verso.
No meu poema, o pra sempre sempre recomeçaria no próximo verso...
Na próxima estrofe...

Dia 3
Ponto final ou novo parágrafo?
O roteiro da vida é invisível aos olhos.
Mandar flores ou mensagem de bom dia ou apenas o silêncio.
Tanto faz.
O verão se despede, o outono se aproxima e a vida segue seu rumo.
... Ou seja... Um novo capítulo se inicia...

Dia 4
Já é tarde da noite.
As idéias se misturam e os versos não se acabam.
Aquilo que é minha inspiração,
hoje é minha confusão, meu delírio.
Não adianta mais escrever.
Já é noite.
Já é tarde.

Dia 5
Ser feliz não é estar sempre sorrindo.
É chorar, ficar triste, preocupado, angustiado, nervoso.
Mas com a certeza de que tudo passa.
Com a certeza que só o tempo para trazer as nossas respostas.
E só ele para trazer sabedoria para formularmos as perguntas corretas.
O tempo tem seu tempo... acostume-se.

Dia 6
Não é que tudo passa.
As coisas, simplesmente, perdem importância.
Cedem seus lugares às novidades.
Lá no fundo, ainda pode ficar um eco de “e se fosse desse jeito?”
Mas aos poucos fica mais silencioso... Quieto... Quase mudo...
Não é que tudo passa.
Apenas deixa de existir nas primeiras filas.

Dia 7
Eu me encanto com facilidade.
Basta um sorriso bonito que possua um toque de malícia e inocência.
Um olhar misterioso que revele a alma por completo.
Um toque delicado que como por mágica faz o tempo parar.
Um beijo que faz o universo parecer só nosso.
Tudo isso tendo como cenário uma inteligência doce e envolvente.
Essa é a minha ideia de perfeição.