No estender das tuas mãos 24/08/2003 Na... Eder Medeiros

No estender das tuas mãos 24/08/2003

Na imensidão do teu desejo
Perco-me ferozmente
Vejo-me envolto na escuridão
E só quero a tua ajuda
No estender das tuas mãos.

A minha luta contra o tempo
Talvez não tenha fim
A tristeza e a loucura
Vem de encontro a mim
Com os pés descalços
Piso nesse chão em falso
Com medo dos espinhos que o destino traz.

Na loucura da mente
O que não se vê,
O coração não sente
Na benevolência de um bom homem
Na enfermidade de um doente.

Em meio a guerra
Do nosso dia a dia
Construímos um muro
Feito de tijolos de agonia
E muitas vezes
Cercamo-nos dos quatro lados.
Na luta contra o destino cruel
A cruz e a espada se debatem ao léu.

Como a noite sem sono
Como cão sem dono
Na prata dos anéis
No ouro de tolo
Na vida mal vivida
No amor mal amado

Tudo tem o seu valor

Nas palavras tiradas
Da boca dos poetas
Na vida que brota
Das entranhas do ser
A noite que se passa
A espera do amanhecer
Os olhos que se abrem
Para a poesia
Mas um dia de trabalho
Caindo na monotonia
É quando só me vejo
Pedindo socorro
Caindo na escuridão
Pedindo sempre a ajuda
No estender das tuas mãos.