Dessa vez fui além nas linhas e... Amanda Lemos

Dessa vez fui além nas linhas e realmente não consegui conter-me nas palavras. Porém, se quiser arriscar na leitura... ficarei muito feliz.



. Acho que nunca cheguei de fato a desistir. Acho até que a palavra certa não seria essa. As pessoas se cansam, ou melhor , mudam. Se preferem chamar assim.

Não é a toa que dizem que o tempo possui ação lenta mas infalível.
Ah, como o tempo foi cruel com a gente , não é mesmo ?

Não me diga que o difícil é amar quando o outro perde a graça, o charme, os sorrisos espontâneos. Eu lhe digo que as conversas já não são mais as mesmas, e que, infelizmente, os sorrisos não são mais espontâneos, ... simplesmente não mais existem.

Não direi que não tentamos.
Tentamos, a nosso modo.

Talvez não seja o fim, e pelo que vejo, realmente não é.

Para nós, o fim nunca existiu de fato.

Mas alguma coisa ai mudou.

É engraçado pensar que talvez, ...leiam minha hipótese escrita aqui com um monte de risos e vaga-lumes em minha mente, ... é engraçado pensar que quando se gosta tanto de alguém, a ponto de pensar, poxa... será amor, José ? porque né...., é engraçado pensar que gostando tanto de alguém e sabendo que entre essas duas pessoas aja um elo tão grande e inexplicável, se bem me entendem, ... mesmo a distância, as palavras não ditas, as conversas não protagonizadas ou telefonemas não atendidos , entre os dois, ...cada um sabe que mesmo nas caras fechadas , jogo de indiretas e dias sem se falar, nada poderia substituir ou modificar o que havia entre ambos.... ficaria bem guardadinho ali na gaveta do quarto, para que quando voltassem a si estaria sendo novamente o melhor dos melhores, como sempre foi.

Como que se ao brigar com sua mãe você soubesse que mesmo assim você a amaria com todas as artérias do corpo e ela em nenhum segundo desistiria de você.

Perdoem-me pela comparação infame.

Mãe é mãe , oras.

Incomparável.

No entanto, neste momento, só me veio essa mais pura forma de amor a mente.

Como dizem não é mesmo, procuramos na pessoa amada algum resquício de nossa mãe, pois sabemos que
o maior amor que possa existir no universo seria o maternal.

Não dispenso exceções,... no entanto, não desviemos do assunto, certo ?

Os dois nunca foram algo que , vejamos, podemos chamar de ideais ...Ah, mais tudo bem, como diria-me
um grande amigo,o ideal é construído com o tempo.

Passei acreditar nele. Ou melhor, neles.
No tempo e no amigo.

O tempo não é mágico, quem é, mesmo com ilusionismos, afinal ?

Todavia, é surpreendente.
Melhor dizendo, penso que o tempo nada mais é do que o resultado de nossas ações tomadas sob um ponto e julgamento mais maduro, medidas mais cautelosas, e reflexões mais profundas.

Passei a acreditar que sim, ...o ideal de alguém, ou como prefiram chamar, a idealização de alguém pode ser feita com o tempo... ou, convenhamos, podemos dizer que com o tempo passamos a “aprender”a gostar de alguém?

Enfim.

Se alimentaram curiosidade quanto a pergunta, lamento a imaginação , mas será dispensada neste momento.

Não aprenderam a gostar com o tempo.
Foram abruptos.

Egoístas com o tempo e intensos demais para a fagulha permanecer acesa por muito tempo.

Como ia dizendo, ... os dois estariam longe de algo dito como “normais”, ...sentiam um ciúmes incontrolável um pelo outro e cada novo relacionamento que um dos dois tomava era como se fosse um disfarce de algo que queriam tanto conjugarem juntos mais que nunca chegaria a ocorrer, e desanimados de tentar , cada novo relacionamento ia em vão.

Não duravam.

Novas pessoas chegavam mais iam na mesma proporção.

Tinham tantos segredos entre si que as conversas por vezes soava desanimada pois o que haveria mais a se dizer entre ambos ? é certo que não é possível em uma vida ou quiçá em infinitas saber tudo sobre alguém, afinal, temos nossos segredos mais íntimos que duvido que até mesmo nós mesmos saibamos de fato completamente tudo sobre nós mesmos.

Desculpem-me a redundância “nós mesmos” , permiti-me demais nas palavras,... como se estivesse conversando com um amigo em algum bar vazio.

Eis o resultado que inspirações a madrugada podem provocar.

Não quero prolongar mais o texto embora houvesse muitas palavras e histórias a serem contadas.

Não eram um casal.
E talvez nunca chegassem a ser.

Eram o caso não contado, o que não poderia ser dito, ou a falta de reticências.

Eram a exceção.

Nunca fui fã do destino, também não seria "minha cara" essa nova categoria, fã de algo, ... Porém, cada vez mais me esforço a pensar que o universo de tão imenso e estranho que possa ser venha ( ironicamente?) nos reservar alguém em que seu coração, ou simples músculo, como queiram,venha a palpitar só de pensar.

Posso ser uma tola e romântica por pensar assim, mas se quer consigo descrever o que haveria entre os dois...

Harmonia alguma.

No entanto, nunca duvidei ... Eram perfeitos um para outro e se completavam de uma maneira que ninguém
mais poderia explicar.


* Texto escrito por volta das quatro da manhã de uma sexta.