Como sempre tudo é, foi também... Sthefany Alencar

Como sempre tudo é, foi também inesperado.
As cenas se inverteram, quando menos eu esperava.
Aquela pessoa em que você confia sem ver, sem crer.
Só por saber que se pode confiar. Pelo timbre da voz.
Conversas amigas, conselhos malucos.
Eu percebi que havia algo a mais.
Não sei se esse ”algo” é da minha cabeça, como quase em todas as vezes. Mas de uns tempos pra cá, eu vejo as frases melancólicas, e sinto que vem me atingindo.
Talvez por serem calculadas exatamente pra mim, mas o meu consciente grita mais alto pedindo pra saber.
Haveria outras maneiras de se apaixonar por mim.
Mas ele encontrou uma das piores formas. Ou melhores, quem sabe.
Por não me ver, não enxergaria os meus defeitos, não tendo que aturar pessoalmente os meus doces tormentos.
Dizem que sonhar é coisa que todo mundo faz.
Mas sonhar é pra poucos. E ele se entregou as fantasias do sono. Desvaneou-se de tal forma, que se fez uma imagem fixa e presente. De uma manhosa menina, que sou. Não sei de onde ele conseguiu me resgatar assim.
Absorveu os planos, pois são isso os seus sonhos.
O desejo veemente, ideal inatingível.
Supondo assim me ter. Mas é por isso e por coisas que tenho a descobrir, que concluo. A sonolência é o melhor estado para se estar.