Era uma sexta-feira, não lembro ao... Ingryd Jhoenny

Era uma sexta-feira, não lembro ao certo a data, só lembro que foi uma sexta, uma das sextas mais esperadas do ano, como todas as sextas que eu voltava a Natal junto com a felicidade de vê-lo mais uma vez. Lembro-me que ele estava bem triste, abatido com nossa separação e mesmo separada eu já vinha a preparar uma surpresa. Passei a semana o evitando e friamente o afastava de mim, mal sabia ele o que o aguardava. Então chegou a sexta, e como uma sexta comum se iniciou, trabalho pela manhã, aula na faculdade a tarde e então acaba a primeira aula, já com a "mala nas costas" peguei o moto taxi e me direcionei a rodoviária de Angicos, calada, sem dizer pra onde ia e de onde vinha. Viajei com fome por quatro horas, enquanto me comunicava com ele por sms, sms tristes e amargas tentando disfaçar a felicidade que eu estava sentindo em saber que faltava poucos horas pra vê-lo. Ele me liga e diz que vai sair com um amigo, me desepero em saber que por um minuto todo o meu plano desejado em uma semana poderia ir por água a baixo, peço pra que fique em casa e ele sem entender, permaneceu, pensando que eu estava apenas com mais um dos meus cuidados. Pego um 77 lotado e vou em pé com uma mala pesadona nas costas, mas tava nem ai, o peso daquela mala pouco me interessava perto dos pulos que meu coração dava a cada km de proximidade. Então caminho devagar da parada do ônibus até sua casa e ao soar de leves palmas ele aparece no portão e abre aquele sorriso lindo, o sorriso mais lindo que eu já vi, aquele sorriso branco e calmo... Me deu um abraço tão forte e me beijou ali mesmo no portão, um beijo de mais de minuto. Naquele momento parecia que o mundo tinha parado de girar, que todos tinham se calado e que havia uma trilha sonora tocando " Amor sublime ". Então dos meus olhos começou a descer uma lágrima de felicidade. " Pois é amor, gostou da surpresa?" Ele nem conseguiu responder, me beijou novamente. Se o amor podesse se materializar eu diria que amor era cada lágrima que caia do meu rosto ao beijá-lo.