Olá. Essa semana eu tenho prova, e meu... Alice Andrade

Olá.
Essa semana eu tenho prova, e meu objetivo é apenas estudar. Você vai trabalhar, mas deve ter dentista, almoço com os amigos e um encontro com conjugue. É, antes eu poderia até descrever a sua programação, mas hoje não posso mais. Não posso te mandar uma mensagem, nem te fazer uma ligação, pois, a mensagem não será respondida, a ligação não será atendida. Talvez você retorne, talvez não. Não posso mais me aproximar como antes, nem te tocar como antes. O pronome de tratamento voltou ao normal, não sei mais te chamar pelo apelido. Você não é mais o meu “pronome possessivo”, nem meu anjo, nem nada mais. Não sei mais quem você é, ou quem se tornou, ou voltou a ser. Talvez nossa amizade esteja se desfazendo... Eu deveria ter te dado uma flor de plástico, e ela não iria se acabar igual o meu amor por você. Antes eu não me via sem ti na minha vida, era impossível passar um dia sem te ver sorrir. Hoje me sinto seca, vazia. A culpa é minha, eu sei. Me apego rápido, desapego aos poucos. Mas se pararmos para pensar, a culpa pode ser tua também. Um carro precisa de combustível para andar, e ninguém é amiga sozinha, eu não sustento nada sozinha. E você foi sumindo aos poucos. Não das minhas vistas, pois te vejo e te sinto a cada passo, mas sim de dentro de mim. E quem se ausenta, minha querida, acaba sendo esquecida. Mas eu resisto, luto com o meu próprio coração para não deixar-te sair de mim, quer eu queira ou não, você me faz bem. E eu? Quem sabe te faça bem também?! E prossigo, persisto, cuidando de você sem nem perceber e me protegendo dessa tortura de manter-me longe para não sofrer a cada passo que vejo você dar para trás.
Ando sonhando constantemente com tsunami, e dizem que todo sonho tem um significado. Então meu inconsciente deve está me alertando que algo virá e levará a pessoa que eu mais amo, levará você. E tento conter essa ansiedade pelo sofrimento, gosto de sofrer, ou não. A ansiedade é para que a dor acabe, por que odeio te ver partir sem dizer adeus. E a paixão que aumentava a cada dia se resumiu ao respeito. Isso é realmente triste, é um desrespeito.
O meu defeito com certeza é ser sincera. Deixe-me explicar, li que em latim, a palavra sincera significa “sem cera”, ou seja, sem retoques, sem máscaras, sem ser o que não é. Para você eu devo ser sincera. Mas meu bem, entenda, dói muito ser para você uma “sem cera”. Se isso é bom? Não sei. Diga-me você!