E choro, um choro contido de quem não... Davidson Menezes

E choro, um choro contido de quem não conhece, mas que imagina a dor.
Choro, um choro sentido de perda de angústia, de ausência sem cor.
E choro, sonhando estar dormindo. Para quando acordar voltar tudo como era antes.
E penso como deveria ser. O que a de vir? Pergunto como vou seguir?
Imagino, apenas sentindo o que sempre senti, que menina linda foi essa que esteve aqui?
Escolhas, tempo, sentimento, paixão, amor, vida te dei, e quando tudo isso lhe passei, você apenas me dava um sorriso que compensava tudo. Que recompensa foi essa?
Tão cara, rara, sem preço.
Vem brinca comigo de novo?
Brinca comigo e diz que tudo é uma grande brincadeira sem graça.
Sinto de longe o todo vazio, sinto de longe.
O todo vazio. Longe.
Não corra, você pode cair. Não fale com estranhos. Não vá para longe.
Muito cuidado, tantos cuidados. Tantos... tantos agrados me deu. Pula de novo, grita aqui perto, agora pode correr livre, em mim, em meus sonhos, livre sim, menina linda, pedaço de mim, sempre estaremos, em seu mundo, sempre estará aqui.
Ser pai, chora, ser pai dói. Ser pai é viver amando sempre.
Choro o choro de todos, os teus , os meus.
Choro por não ter, choro por te perder.
Dói não chorar, dói não te ter.