Montanha Russa Pra mim, relacionamentos... Cris Vaccarezza

Montanha Russa
Pra mim, relacionamentos são uma experiência cheia de altos e baixos, emoções fortes e conflitantes, como uma montanha russa.
Primeiro, enfrentamos uma fila absurda para embarcar, invadidos por uma expectativa imensa. Você olha pro sujeito ao seu lado e suspira: Vamos enfrentar tudo, juntos!
Daí vem uma sensação estranha quando começa a caminhar. A paixão aumenta, como o carro da montanha russa que começa a se mover, puxado por uma corrente de sensações agradáveis, afagos, carinhos, a temperatura começa a subir. Dá um frio na barriga por toda a subida e a gente se vê inundado de neurotransmissores, feromônios... Se sente nas nuvens. Quando chega ao alto, o clímax. Tão alto que a gente pensa que vai chegar ao céu. Tem a impressão de que pode tocar a mão de Deus. Aperta o cinto pra crer que é real, se segura na cadeira pois sabe que vai flutuar... Daí em diante, é ladeira abaixo, uma descida vertiginosa que você não sabe se ri ou se chora, se se arrepende por ter entrado ou se xinga aquele amigo que incentivou.
Depois, entre dois loopings malucos que viram sua vida de cabeça para baixo, deixam tudo fora do lugar, você passa a ter a certeza de que não deveria ter entrado naquela barca furada, ainda mais com aquele maluco ao seu lado. Por fim, depois de muitos abalos e sustos, e alguns períodos de estabilidade, o troço começa a desacelerar, esfriar, até que freia de vez. Ponto final. Ufa! Terminou! E você sai daquilo tonta, enauseada e se perguntando o que raios foi fazer ali. Jura de pés juntos, que enquanto tiver um pingo de juízo, nunca mais entra em outra daquelas outra vez!
Mas sabe o que é pior? Daqui a mais um pouco, você esquece a experiência, e lá está você de novo, na mesa de algum barzinho, comprando bilhete e enfrentando uma fila quilométrica para passar pela mesma experiência novamente.
Sabe o que é que vicia nesse troço? Adrenalina!