Filhos Martha Medeiros
Certo de que acertaria o acerto com meu patrão, acertei-o na cara por não ter acertado os cálculos da minha rescisão.
Minha sina!
Tenho orgulho deste chão
minha terra, meu celeiro
meu cavalo, meu gibão
minha fama de vaqueiro
eu sou filho do sertão
sou nordeste brasileiro.
A seca quando demora
deixa a planta ressecada
a semente não aflora
falta palma pra manada
o nordestino vai embora
contando minuto e hora
pra voltar a terra amada.
Os sinais estão por toda parte. Eles me dizem claramente se devo continuar ou desistir. Mas há momentos em que fico na dúvida entre ficar ou seguir. É quando o sinal está amarelo.
Nosso povo!
A fé é o nosso escudo
mesmo que a chuva retarde
as vezes ficamos mudo
com o preconceito que arde
ser nordestino é ser tudo
menos ser homem covarde.
O PRECONCEITO
é superficial
é periférico
é frágil e visual
é aquele que por primeiro aparece
é a PELE que recobre o corpo
e que, pela morte, apodrece
O CONCEITO
é profundo
é o núcleo
é forte e fecundo
é aquele que por último aparece
é o OSSO que sustenta o corpo
e que, pela morte, permanece
Mudança!
Tem gente lá do sudeste
que quer mudar de destino
tem gente do centro oeste
que veio desde menino
tem gente de sul a leste
que não nasceu no nordeste
mas se sente nordestino.
Cuscuz nosso!
Nordeste que me seduz
onde o aperreio some
tua beleza é quem faz jus
a natureza do teu nome
e eu agradeço a Jesus
por cada prato de cuscuz
que ainda mata nossa fome.
Guibson Medeiros.
MAR BRAVIO
Ondas bravas vem, ondas débeis vão
O velho pescador, Joaquim e seu irmão
Navegando o velho barco pesqueiro
Enfrentam a fúria de um mar traiçoeiro
Jovens que nunca navegaram
Ancorados ao avô que sempre amaram
Protetor, o velho os acolhe
Mas teme, pois sabe, o mar é quem escolhe
Enfurecidas águas castigam forte
Três vidas que vislumbram possível morte
A esperança recai na modesta embarcação
Que essa cumpra sua perene vocação
Sem descanso, o barco sobe e desce
Passando mal, Joaquim empalidece
Seu avô, segurando no timão
Guia o barco, atravessando o furacão
Não há alento nesse mar tão arredio
Três vidas que seguem por um fio
Nas mãos do velho pende o futuro
Para os jovens o fim é prematuro
Ondas fortes fustigam ferozmente
Resta apenas torcer, infelizmente
Para os jovens o medo é muito forte
Para o velho o medo é seu norte
O casco suporta a grande fúria
Resiliente, não aceita vil injúria
Aderna, mas segue flutuando
Navega, não se sabe até quando
O pânico dos jovens só aumenta
Parece não ter fim atroz tormenta
O desespero parece dominar
O que fazer, a não ser acreditar?
De repente, a tormenta desvanece
Para os três, a esperança resplandece
A vida desta vez se compadece
Noutra vez, quiçá, desaparece
A nordestina é tão bonita
de acelerar coração
quando anda se arrebita
que chega chama atenção
parece até que levita
bota um vestido de chita
do queixo cair no chão.
Nosso país.
O Brasil me desaponta
o político virou burguês
aqui tudo se desconta
mas quem gasta são vocês
e a fatura dessa conta
o povo paga todo mês.
Agradecer!
É pouco mas é decente
mesmo assim me sinto bem
o nosso povo é carente
sem reclamar de ninguém
agradeço pelo presente
porque sei que muita gente
nem mesmo esse pouco tem.
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