Filhos Martha Medeiros
Alma sertaneja!
Esse povo merece palma
é trabalho que dá gosto
a chuva é quem acalma
quem no sol fica exposto
se mantém de forma calma
com o sofrimento na alma
mas um sorriso no rosto.
Saudades do poeta.
A saudade trouxe a imagem
de Ronaldo Cunha Lima.
uma bela homenagem
para alguém que se estima
um político de coragem
um poeta bom de rim
Amor ao nordeste!
A beleza que reveste
faz desse lugar divino
esse mar azul celeste
e o sertão de Virgulino
adoro ser do nordeste
eu amo ser nordestino.
Honestidade.
É pouco o que nos resta
mas continuo acreditando
no país que só faz festa
ainda tem gente trabalhando
e que suma quem não presta
porque é de pessoa honesta
que o Brasil está precisando.
Que se veja verde!
O verde que se deseja
sempre tem contrapartida
o sertanejo que bordeja
enfrenta a seca tão temida
quando a chuva nos graceja
põem-se fim nessa peleja
e nossa terra ganha vida.
Meu nordeste!
És o meu amor primeiro
meu nordeste é cristalino
do canto do sanfoneiro
ao cangaço de Virgulino
terra de povo guerreiro
e se Deus é brasileiro
Jesus Cristo é nordestino.
Chuva casamenteira.
Isso aqui é o sertão
onde o amor é essencial
Santo Antônio põe a mão
quando a chuva dá sinal
e acelera o coração
na mais pura devoção
na vida de um casal.
Tempo novo!
É trabalho de sol a lua
o cuscuz, o pão e o ovo
é o calo na carne crua
na espera de algo novo
que a seca não destrua
a esperança desse povo.
Peleja.
Na cidade, sertão ou serra
é bem simples de aceitar
quem acerta e quem erra
mas não deixou de tentar
não precisamos de guerra
trata bem a minha terra
que eu respeito o teu lugar.
Nordeste raiz.
Nordeste minha candura
terra boa que sou fã
berço da literatura
e do voo da arribaçã
da jaca mole e da dura
do doce da rapadura
e do cuscuz pela manhã.
Chão seco!
A você peço licença
para abrir meu coração
te falar da dor imensa
de ver seco meu sertão
mesmo a tanta desavença
a cabeça ainda pensa
em lutar por esse chão.
Não é o nosso pais.
O Brasil está carente
de um Homem destemido
político só escolhe gente
que seja do seu partido
o puxa-saco e o parente
o tratamento é diferente
e tem emprego garantido.
Meu sertão.
O dia está meio nublado
café quente lá na mesa
queijo coalho bem assado
e a vista só tem beleza
meu sertão é abençoado
porque Deus fez alinhado
com o melhor da natureza.
Luar do sertão!
Ao anoitece no sertão
que bate aquela frieza
acende a luz do lampião
e o café quente na mesa
um sonzinho de violão
e a lua brilha em paixão
num ritual de beleza.
Puro sangue!
A esperança no futuro
e o medo de ir embora
a semente no chão duro
brota mas não vigora
o sertão fica inseguro
mas o nordestino puro
enverga mas se tora.
Cuscuz nordestino!
A carne ficou doente
a linguiça não é de verdade
o leite tem dissolvente
e o preço uma calamidade
mas o cuscuz da gente
a massa é mais consistente
e o selo é de qualidade.
Aquela saudade!
Saudade não é poema
não tem o cheiro da flor
a saudade é um edema
que não cicatriza a dor
é aquele barco que rema
nas águas de um dilema
de quem perde um grande amor.
