Filhos Martha Medeiros
Último pedido.
A terra quase vermelha
os olhos sem confiança
o vento vem em centelha
e o sertanejo se lança
quando ao chão se ajoelha
só lhe resta a esperança.
Superar uma decepção, é como podar os talos de uma roseira, a poda elimina os “ramos danificados, quebrados, doentes”, que se deixados a secariam, mas se retirados fazem florescer outra rosa, ainda mais bonita, renovada e forte.
Adeus meu chão.
Eu tinha uma vaca leiteira
do meu boi sinto saudade
a minha égua galopeira
vendi por necessidade
quando passei na porteira
a saudade foi inteira
e o coração pela metade.
Mãe é o próprio véu que nos descobre, porque tanto nos conhece que nos percebe pelas passadas, pelo tom de voz, pelo olhar.
A amizade dela é como o embalar de rede, sentido a brisa do mar no rosto, silenciosa e fresca, que traz a paz que só o seu colo oferece.
Mãe é a companheira que não falta, que participa, ainda que por vezes esteja longe. Mãe acompanha e recomenda o filho em oração a todo instante.
Vida de mato.
Tem rio por entre a mata
tem galope no alazão
a colheita é sempre grata
com as delícias no fogão
não quero ouro nem prata
basta essa vida pacata
que tenho no meu sertão.
Vem chuva.
O sertanejo só pensa
em receber a primavera
porque a seca em desavença
no verão vira uma fera
e a dor se torna imensa
mas existe uma recompensa
nos braços de quem lhe espera.
Sem graça.
Sem água, sem energia
sem palavras de carinho
crianças sem alegria
chão que brota espinho
gente de barriga vazia
que a esperança todo dia
morre mais um pedacinho.
Do sonho ao pesadelo.
No começo era alegria
flores e declarações
o ar forte que fluía
dentro dos nossos pulmões
e o pulsar que explodia
na mais doce das paixões.
Mas o tempo foge a norma
quando encurta meus cabelos
se meu corpo perde a forma
você já não quer mais tê-lo
e aquele sonho se transforma
no maior dos pesadelos.
Já não tenho teu abraço
teu sorriso também não
dói aqui cada pedaço
que sobrou dessa união
e aos poucos sinto o laço
desprender teu coração.
Já não sei se isso é vida
veja como me recebe
fico em casa deprimida
você quase não percebe
abre em mim uma ferida
e bate nela quando bebe.
Sem luxo.
É pela enxada que puxo
respeito e consideração
eu não preciso de luxo
de carro nem de mansão
basta a terra que repuxo
ter a comida no bucho
e muita paz no coração.
Maranhão.
O reggae ecoa na voz
e evolui no coração
a África somos nós
na ginga de cada irmão
que se atira nos lençóis
que enriquece o Maranhão.
Vida de sertão.
Aqui bate meu coração
que é feliz a cada cena
no voar de um azulão
no cheiro da açucena
dessa vida no sertão
que é dura mas vale a pena.
Tempo é o “degradê” resultante entre o que foi, o que é, e o que será, sem que se perceba a linha tênue que os distingue.
Tempo é ilusão, é imensidão em segundos, às vezes parece que para, outras parece que vôa…Que digam os apaixonados, como Eu.
O tempo é mestre em nos fazer orgulhosos de nossa própria biografia, ainda que tenhamos muitos erros na “bagagem"
Tapioca.
A tapioca é saborosa
quem é que não aceita
uma coisa maravilhosa
com tudo se aproveita
com queijo fica gostosa
com coco fica perfeita.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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