Filhos Martha Medeiros
Meus poemas estão acabados.
Não consigo mais escrever,
a tempestade me abandonou
e fui o ultimo a perceber
e o que sou sem a tempestade?
onde foi parar toda a intensidade?
já é tempo de encarar a verdade.
Não há novo ciclo a ser iniciado,
estou com medo, paralisado;
onde foi o fogo e as visões?
os mares se acalmaram,
não há mais furacões,
incinerado pelas erupções,
fugindo do maior dos medos
aquele que não pode ser revelado,
trago comigo o- não trago nada
que valha ser citado
e não pertenço mais a lugar algum,
continuo me perdendo
com a esperança de um dia ser encontrado.
Fartura no roçado.
Eita nordeste arretado
eu amo essa terra seu moço
tem leite puro de gado
tem sopa de carne com osso
tem trabalho no roçado
e fartura no almoço.
Por necessidade.
Foi por necessidade
jamais por opção
a seca por crueldade
mudou a minha direção
me tangendo pra cidade
me expulsando do sertão.
Carne de charque.
A carne de charque é adorada
em toda parte do sertão
no cuscuz pela estrada
do Ceará ao Maranhão
e eu gosto dela torrada
ou cozinhada ou no feijão..
Luta.
Essa é a nossa conduta
nós somos um povo fiel
se a vida é uma disputa
nós jamais seremos réu
o nordestino vai a luta
não espera cair do céu.
Nossa culinária.
Tem coisa boa no Sudeste
no Centro Oeste também
pelo Sul onde se investe
churrasco é o que mais tem
mas a comida do Nordeste
não perde pra de ninguém.
Segue.
Minha vida é meu destino
como tudo se encaminha
tenho a fé no ser Divino
e no manto da Rainha
meu orgulho é Nordestino
na fartura ou na farinha.
.
Vida simples.
Minha vida não é precária
dinheiro nunca me ilude
se não tem reforma agrária
por aqui sobra saúde
não tenho conta bancária
mas sou rico de atitude.
Seja assim.
Que a paz seja constante
que a guerra desapareça
que a vida siga adiante
que a estupidez não floresça
que o ódio não se levante
mas que o amor permaneça.
Sem água, sem vida!
A seca continua vasta
e a plantação não conduz
a terra se torna gasta
e do céu somente a luz
e o pobre gado não pasta
e o agricultor não produz.
Em noites de insônia não fico olhando para o teto. Pego a caneta e o papel e expando meu dialeto. Sou esperto, durmo de olho aberto, com atenção nas atitudes de quem se acha esperto.
Um único verso, no imenso universo, do mundo complexo, eu estou tão perplexo; espero que esse gás seja élio, porquê se não for explodirei com todos esses mistérios.
Às vezes escrevo com métrica,
Outras, não me prendo nem ao português.
Às vezes estou parada, outras, elétrica.
Às vezes mal sou eu, outras, sou três
Minha terra.
Essa é a vida nordestina
pelas terras do sertão
quando verde predomina
enriquece a plantação
e o trabalho nos ensina
que o futuro só germina
quando a chuva cai no chão.
Irmãos nordestinos.
Vem do berço do menino
no começo da formação
respeitar o seu destino
sem medo nem restrição
porque todo nordestino
tem o outro como irmão.
Mulher.
Toda mulher é nobre
toda ela é feminina
no sorriso se descobre
a beleza da menina
seja rica, seja pobre
seja negra ou nordestina.
E se eu der beijo e não abraço,
E se preferir sim ao invés de não,
E se disser que tenho certeza e não acho,
E se não quiser calmaria e sim confusão.
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