Filhos Martha Medeiros
Nos momentos mais escuros da minha vida tive os maiores vislumbres de iluminação que a felicidade não me deixava enxergar pois ser feliz ENTORPECE OS SENTIDOS E A INTELIGÊNCIA.
Preocupe-se com o material do alicerce, não se detenha aos detalhes do salão pois o tornado da vida pode derrubar suas sancas de gesso mas jamais levar com ele seus pilares de mármore e vigas de carvalho.
Sem retrospectivas, pois abrir gavetas externas, liberar segredos internos, declarar verdades, organizar pensamentos e se surpreender com o próximo é inovador e rotineiro: uma dialética. Só quer liberdade quem está preso. Pior que o melhor de dois é ser sozinho, não é este caso. Vou lá no fundo e percebo que o ouro estava na superfície, na simplicidade, quanta futilidade, poemas e palavras sempre morrem. A frase que fica: “escolha feita inconsciente de coração não roubado”. Onde o nada foi quem fez meu tudo, silenciosos momentos de solidão. Em alguns momentos ninguém te reconhece, nem você mesmo.
... Quais as palavras que não foram ditas? O temor da morte e da velhice acontece quando vemos que: o tempo passou e não foi real.
Estou tentando entrar em seus lhos, quem sabe eles sejam as janelas para a sua alma, eu sinto que não. Acredito que nem alma você tenha, pois suas palavras são tão geladas quanto o seu olhar. No instinto da melodia mais solene e raquítica vou andando em uma estrada sem chão onde os rastros ficam marcados em meu coração, lá existem lembranças do mistério da alma, dos olhares que marcaram e cravaram um sentimento perturbador que hoje procuro nos olhos de quem vejo que já sentiu aquela dor.
Estava em um deserto sombrio, vazio e ensolarado, sua gaita era o único aliado, não podia nem escrever, pois lápis e papel não havia, pensava, sonhava e tocava.. Assim alimentava-se, não de esperança, pois essa já não tinha, mas de lembranças que a ele seguia, cruel e dolorosa, sussurrando em seus ouvidos as palavras mais devastadoras: perdido em seu âmago, foi fraco e trivial, pois não ousou ser real.
Fui lá, mais uma vez acreditei, mas sei que não adianta buscar segurança, quando eu internamente sinto a própria negação e rejeição. Sonhei, de repente acordei e tudo era igual, esse mundo diferente que fica em outra dimensão é apenas mais uma faceta da minha eterna ilusão. Estou diante do meu inconsciente esperando uma resposta do porque ser assim “tão diferente”.
Que sentido faz se você não esta aqui, se o que sinto não posso dividir, se preciso me calar e esperar.. Qual a razão para o seus NÃOS, cheios de ternura no momento da dor, essas palavras que surgem do nada, em tantas promessas não cumpridas espero apenas mais resposta dessa inútil vida.
Sua fumaça que inala, faz meu corpo viajar, essa música soberana que me balança e faz meu corpo vibrar, mente que encontra outro mundo, outro álibi, nessas horas eu sei que não estamos sozinhos, temos outro mundo dentro de nós, é necessário uma ajuda para encontra-lo. Relaxar e voar.
De sorriso em sorriso vou conquistando o mundo, de palavra em palavra vou conquistando as minhas ideologias. Estou aqui para SER e não para TER.
Mais que um sinal, uma imagem, um sentido, uma luz. Não tenho apenas uma língua, tenho uma arte sólida em minhas mãos, uma majestade que se move suavemente, não tenho o que temer, os sinais são vivos. Depois de tantas lutas pelo direito de sinalizar, LIBRAS não se tornou apenas uma língua, mas sim uma expressão de conquista. Poesias não morrem. Libras: paixão da poesia entre as mãos.
No chuveiro enquanto a água cai o banho fica em segundo plano, sou levado pelas gotas, analiso, crio, e sonho. Meu momento, meu corpo, meus pensamentos, minha escuridão.
Entre sem bater e vá conquistando cada pedacinho deste momento que pertence apenas a você, já separei a loucura, a música MPB, o vinho e o poema que te darei. Vamos deixar fluir e acontecer, com toques mudos, sensação de arrepios dançaremos a coreografia do doce pecado.
