Filho Morto
Durante a vida, existem as diferenças (materiais) entre ricos e pobres...
Quando morre, todo mundo se torna igual...
Após a morte, o que irá determinar o seu destino final, não é o tipo de carro que você usou, a casa em que morou, onde passou as férias... Não são suas escolhas materiais que determinarão sua morada eterna, mas as escolhas espirituais, onde você ajunta seu tesouro, se sobre a terra, ou no céu (Mt 6.19-21), se você pensa, medita mais nas coisas de cima, ou nas coisas da terra (Cl 3.2).
Na Sexta-feira da Paixão relembramos a crucificação de Jesus Cristo e sua morte no Calvário. Que traga meditação e reflexão por nossos atos.
A transição a passagem da vida para morte eh um pouco complicado, mas a morte em si não me assusta. Eh desvencilhar-me de toda essa bagagem quase inútil, peso da vestimenta carnal, os grilhões dos pensamentos, alcançar o apaziguador descanso profundo e eterno!
Desço ao porão da morte
E o tapete de insetos azuis
Acaricia meus pés sujos.
O manto de sombra
Cobre meu corpo
Como o frio dos caixões.
São os dias em migalhas
Do teu corpo.
Teu hálito entregue como
Doação a minha alma,
Recendendo esperança
Em cânticos eternos.
Morte! Não se preocupe com ela, pois inexoravelmente ela bate a porta de todos nós. Contudo, para uns, cedo demais.
Ainda não sei até que ponto a morte é instintiva...Mas este instinto é natural ao homem também.Adentrar para dentro deste saber não é recomendável no universo mortal,já que nós(do inconsciente),sabemos que a vivência de forma natural é insuperável(pelo menos de maneira realmente trabalhada).
Até que ponto um instinto pode se revestir de morte ou de vida?Se ele não tem capa,então,desnudo estará indo para algum lugar...E irá revestir-se de luz ou escuro(pelo menos para os nossos olhos).Só questiono esta força que vai para lá ou para cá...
A morte que nos falta está para o duplo que de nós criamos, a cada momento, desde a nossa primeira imagem, linguagem e pensamento.
A MORTE CHEGOU DE BRANCO
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.
Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...
Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.
Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Vida e morte
A vida e a morte são conceitos interligados e inevitáveis.
A vida é um presente precioso que nos oferece
a oportunidade de experimentar emoções, aprender, amar e crescer como seres humanos.
A cada dia, enfrentamos desafios e momentos de felicidade, construindo nossa jornada única.
Por outro lado, a morte é uma parte inerente da vida. Ela nos lembra de nossa finitude e da importância de aproveitar cada momento.
A morte também nos ensina a valorizar as pessoas que amamos e deixar um legado significativo para as gerações futuras.
Enquanto a vida pode ser cheia de reflexões, a morte é o grande mistério que permeia nossos pensamentos e crenças.
Algumas culturas a veem como uma transição para outra forma de existência, enquanto outras a encaram como o fim definitivo.
Independentemente das crenças individuais, uma reflexão sobre a vida e a morte nos lembra de viver com recomendação, apreciar o presente e nutrir os relacionamentos.
É uma jornada para ser abraçada, com toda a sua beleza e complexidade.
A vida é breve, mas a forma como a viver pode ter um impacto duradouro em nós mesmos e nos outros ao nosso redor.
Um forte abraço 🙏🏻🍀❤️📸
Há aquela velha e boa fábula que conta a história do menino que sempre alarmava um falso ataque do lobo às brancas indefesas ovelhas. O Pastor, prestativo e atento, sempre acreditava nos falsos avisos do garoto. Quase sempre, um dia o Pastor se cansou. Justamente no dia em que o ataque era verdadeiro. O menino desesperado gritava pela ajuda do Pastor enquanto as ovelhas eram mortas.
Outra versão da fábula, mas com o mesmo efeito moralizante, é a do beija-flor que sempre dava enganosos alertas de incêndio na floresta. A inconsequente ave divertia-se ao ver toda a fauna mobilizar-se a fim apagar o que nunca existiu. Até que um certo dia... todos sabemos o que aconteceu.
Transpondo a fábula à realidade, apesar de não ser o garoto ou o beija-flor, por muito tempo emiti falsos sinais. Distribuí indícios e promessas de algo grandioso. Expressei, amiúde, (com uma dissimulação de fazer inveja a Capitu) sentimentos de bem-querer. Manifestei e fiz transparecer um amor sem começo nem fim.
Tal como o beija-flor ou o garoto, talvez tenha agido com o intuito de suprimir a pungente pequenez a que estava fadado. Fomos, eu e meus personagens, por muito tempo o centro das atenções. Nos divertíamos às custas da credulidade alheia. Crédulos que, por inocência ou ignorância, sempre guardavam na memória lembranças daquilo que, de fato, nunca existiu. Exceto em sonhos.
Hoje, por ironia do destino, minha história vai terminando como a de meus caros companheiros, o garoto e o beija-flor. Somos iguais em descrédito e desgraça. Hodiernamente, por mais sinceras e eloquentes sejam nossas palavras, ninguém mais dá ouvidos a elas. Eu não matei nenhuma ovelha. Quero, assim como o Pastor, cuidar do meu rebanho de um só exemplar. O que, no entanto e infelizmente, é impossível. Transformei-me no Lobo da história.
Eu tampouco quero apagar essa chama que sempre fantasiei ter, mas que só agora a conheço verdadeiramente. [Almejos sem meios. (Sonhos vãos). Não voltam.] O beija-flor que sempre fui, apesar de ter experimentado tantas rosas, apaixonou-se por uma flor intocável. Delicada demais para um lobo; grande demais para um pequeno e dissimulado beija-flor.
E o final dessa história... eu quero mudá-lo.
Nem todas as flores têm a mesma sorte: umas nascem para enfeitar a vida; outras, a morte.
"Como lutar? Onde lutar? Até quando lutar? Lute com a arma que domine melhor, tente conhecer todos os espaços e terrenos e lute até a vitória, se não houver a vitória, lute até a morte".
...a vida imita uma guerra...
Por: Inácio Filho (Mauro)