Ferro
– Se os meus olhos te guiam, então não há motivos para dúvidas...
Algo não encaixava. Aquele sorriso timidamente meigo, aquele brilho no olhar... – apesar da boa imagem, transmitia um desconforto maleável.
– Não são dúvidas. Acontece que...
– ...ainda não aconteceu! Nós não nos permitimos a isso; ainda não. Mas isso pode m...
– ...mudar! Claro! Mas nem tudo é um presente recebido ao acaso. Por vezes distribuímos falsas esperanças em ações imperceptíveis, enquanto outros aproveitam e nos pregam uma peça.
Tudo isso, toda essa palpitação recíproca, só fazia reacender uma chama: uma brasa provocada há anos e que não teve oportunidade de se alimentar, e crescer. Mas lá estávamos nós...
– O que falta para você tomar uma posição?
– Falta coragem. Falta determinação. Falta...
– ...você! Falta você! – interrompi, numa atitude súbita, porém consciente.
Emudeceu. Em seus braços, em sua nuca, o arrepio. Em sua expressão o calor. Em seu coração o pausar. Em seu estômago o congelar – o derreter.
Respirou fundo.
Nada poderia cancelar aquele momento. Nem o vento gélido que começara a nos tocar. Tampouco as grossas gotas de chuva fria que se puseram a cair.
Ela estremeceu.
Ao nosso redor: nada. Somente o gramado impecável e a cerca de árvores que imitavam um vão numa mata artificialmente fechada. Fora uma mudança no tempo – somente isso; antes o calor do esquentava a alma – agora o vento e a chuva apaziguavam o conflito interno.
Seu telefone tocou:
– Não me procure mais!
Desligou.
Sentou.
Encolheu.
Chorou...
Alegria? Tristeza?
Satisfação? Pressão?
Não importava!
O que agora importava era que a nossa Muralha-da-China viera abaixo. Tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava, era protegê-la...
Tirei a minha camisa. Fui a sua direção. Agachei junto a ela enquanto lhe abraçava com a camisa tentando protegê-la.
Ela me fitou nos olhos.
Retribui.
Meu olhar desceu até focar os seus lábios enquanto minhas mãos involuntariamente largavam a camisa já encharcada.
Aproximamo-nos.
Seus lábios se moveram com a suavidade de uma flor:
– Eu t...
...acordei.
E, sem pensar,
tombado em espasmos da alma,
dolorosas palpitações por detrás de um dos lados da caixa de ossos,
onde dilacera-me esta dor contagiante;
a fúria atroz que me atinge submetendo-me ao delírio imortal - sim!
ele aqui permanecerá,
delirarei quando me convier,
e se achares desnecessário...
tente sentir o que sente a carne,
pensar como pensa um compositor desafiado pelo destino,
morrer como morrem os mártires,
viver o que vivem os miseráveis,
nascer como nasceram os ancestrais...
e se um dia entenderes o que me causa esta dor,
tão somente esqueça-a.
Ela vivia me dizendo: Se um dia eu descobrir que todo o carinho, mimo, atenção que você me dá é uma forma de você passar o tempo, que tudo não passa de uma brincadeira vou me zangar completamente, e deixarei de falar contigo
Cuidado não brinca com o meu coração...
Mas,foi ela quem acabou fazendo tudo isso comigo.
Se eu tivesse dado ouvido aos meus pais.
Se eu tivesse ouvido o conselho dos sábios.
Se eu não me limita-se apenas na minha compreensão e sabedoria.
A essas horas estarei AGRADECIDO e não ARREPENDIDO.
" Na vida, em alguns momentos temos a oportunidade de ensinar, mas diariamente temos o privilegio de aprender "
A PROMESSA
– Assisti a um filme de terror ontem e fui me deitar. Confesso que fiquei atordoada e encontrei dificuldade para pegar no sono.
– E quando foi que você conseguiu dormir?
– Não me lembro! Só me recordo de ter acontecido algo horrível no meio da madrugada.
– O que foi que aconteceu desta vez?
– Não posso dizer ao certo, mas foi sobrenatural...
– Sobrenatural, Carmen? Ora, mas faça-me um favor. Essas coisas não existem!
– Se existem eu não posso garantir. Mas aconteceu!
– O que aconteceu de tão anormal assim?
– Eu não sei voei, se subi pelas paredes, se sentia frio ou calor; eu não sabia ao certo se realmente estava em meu quarto. Na cama eu não estava. Disso estou certa!
– Como assim, Carmen? Explique-me melhor essa história...
– Só sei que foi horrível!
– Deixe de ser enrolada e me conte essa história direito, sua fresca.
– Eu não posso! Eles acharão ruim comigo, e também eu já lhe disse que não sei.
– Eles quem, Carmen? Vamos... Desembuche! Deixe de ser indecisa. Em mim você pode confiar.
– Os monstros que me aterrorizaram esta madrugada, João. Eles me ameaçaram...
– E o que eles disseram de tão detestável assim?
– Eu já não lhe disse que não sei?! Eles só disseram que irão me matar.
– Não, Carmen. Não irão mata-la não, pois eles não são reais. Eles não existem!
– Eram sei monstros horríveis que faziam coisas comigo que eu não sei exatamente o quê.
– Há algo mais que precisa me dizer?
– Eles disseram que este é o Halloween e que se alimentarão de mim.
– Somente isso?
– Você diz só?
– Sabe que dia é hoje, Carmen?
– Dia das Bruxas, João; o Halloween!
– Carmen! Atrás de você!
– O que?
– Os monstros!
– Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Seis!
– Meu deus!
– O que eu devo fazer, João?
– Eu não sei, não tenho ideia!
– Cruzes! Como vocês são indecisos – disse a sexta besta, seguido pela gargalhada dos outros.
– Pai nosso que estais nos Céus...
– Sant... Sant... Sant... Sant... Esqueci!
– Jesus!
Na indecisão de Carmen e João, os monstros resolveram retirar-se e ir embora.
– Nós vamos embora, mas retornaremos. Decidam-se e até o próximo Halloween...
A vida nos reserva momentos em que apesar de todo e qualquer esforço, jamais conseguimos mudar o que realmente tem que acontecer. Independente de distância e de status social, a amizade é uma dádiva que o tempo não consegue faze-la afastar. Saiba que apesar de tudo, vocês estarão sempre presos nas jaulas da saudade que há no meu coração: meus amigos!
O que fazer quando os sentimentos excedem o limite imposto pelas pálpebras?
O que fazer quando a realidade ultrapassa os limites impostos pela ilusão?
O que fazer quando o amor supera todas as dificuldades?
E amor seria este?
Sim!
Um amor precioso que nem todos conseguem alcançar.
O valor de uma amizade supera todos os limites e ultrapassa todas as necessidades;
alcança distâncias incalculáveis e promove a felicidade.
O amor não acontece somente quando um casal se junta, quando uma criança nasce ou quando reconhecemos a importância que Deus tem nas nossas vidas, mas sim quando reconhecemos que amigos também são frutos deste amor, que apesar de qualquer deficiência na estrutura, alimentam a felicidade de todos que a compartilham. Amigos também proclamam o amor!
AS FORMAS DE AMAR
Dentre todas as pessoas do mundo, por que você?
Será que mereço estar ao seu lado para que em minha vida se concretize a lição de estar próximo a alguém, ou então tudo conspirou para que nos encontrássemos e somente então nos foi possível entender o valor que possuímos?
Todos um dia erramos, mas também todos os dias nós aprendemos! A vida, por mais difícil que seja sempre nos deixa a alternativa de seguirmos por dois caminhos e cada um possui seu trajeto predeterminado. Sendo assim, resta escolher por onde devemos trilhar e prosseguir... O caminho que escolhi me surpreendeu, pois de tudo que imaginei encontrar, achei você: pequena, mas tão grande, porém frágil... às vezes triste. Enfim, me prontifiquei em ajuda-la.
A tarefa não foi fácil, mas caminhando como caminha o relógio, a diferença aos poucos se tornou notória.
Hoje eu encontro alguém completamente diferente, com gosto diferente, roupas diferentes, sorriso diferente... Contudo, o que sempre existiu de mais incrível permaneceu. O brilho que um dia existiu naquele olhar é o mesmo que todos os dias eu vejo e faço questão de recordar.
O olhar de uma pequena menina, de uma grande mulher. O olhar de alguém que um dia pensou em desistir e que hoje encontrou no desabrigo, a esperança de um novo dia chegar. O olhar daquela que muito sofreu, mas que hoje apesar de toda a dificuldade, fez com que este mesmo olhar reluzisse.
Dentre todas as formas de amar...
Esta declaração é pra você, menina-mulher-moça, que não se deixa abalar com as ilusões que o caminho que trilha lhe remete; que não força a barra e que dentre tantas curiosidades, investigou certo amor. Descobriu, dentre tantas descobertas, o poder avassalador de um sentimento que agora lhe demonstro: o amor!
Nunca deixe de prosseguir por este caminho que a levará para um lindo jardim de raras belezas. Permaneça sempre com a convicção de que o amor a levará aos mais altos montes e lhe apresentará diversas riquezas que no mundo, jamais encontraria. Jamais deixe que este brilho maravilhoso de seu olhar se apague, pois hoje ele é inútil, mas amanhã iluminará seus caminhos quando não houver ninguém para lhe guiar na escuridão dos sentimentos. Então se lembrará de minhas palavras e entenderá que o amor não acontece somente nas melhores famílias, mas nos melhores corações...
A AMIZADE EM VERSOS
Pois a vida é assim:
Uma hora te alegra,
Noutra te estressa...
E tu te perguntas:
"O que será de mim?".
Mas te peço que te acalmes.
Foca nas perspectivas para o futuro,
Faças da felicidade teu porto seguro!
Viver a vida?, sim! isto faz bem!
Prove e diga à infelicidade:
"Eu posso ser feliz também!".
Sinta-se bem aconchegada
Em minhas sinceras considerações;
Que a alegria seja a precursora de sua caminhada.
Despreocupada! com o afeto em fartas porções...
Que a amizade dure e a confiança se eternize.
Que o pano sobreviva ao tempo traiçoeiro;
Que a cruz marque, impávida, o sentimento pioneiro.
A mensagem aqui eu deixo:
"Sempre que necessitar,
Procure-me, sem hesitar,
Te aconselharei!
Em tudo te ajudarei,
E de brinde ganharás um abraço
E um casto beijo!".
The Rock In My Life
‘Yeah’!
Eu ouço “rock”. Qual o motivo do espanto? Você que insiste num discurso contra o preconceito, não acha preconceituoso me julgar por ouvir um gênero musical que não é de seu gosto? Pois saiba que sou “rockeiro” sim, e não é por isso que devo ser necessariamente um viciado em drogas. Não é porque algumas músicas falam de Satanás que sou adorador do Diabo e tenho um pacto com o Demônio! É desnecessário ter medo de mim por usar branco ou rosa e eu de preto ou cinza; não te machucarei. Não é por ser “rockeiro” que sou um maltrapilho fedido, e nem é por isso que não possuo o direito de usar um bom perfume...
E digo mais: encontrei no “rock” as críticas mais construtivas cantadas, as mais incríveis lições de vida e caráter, as melhores chacinas, os rituais instrumentais mais profundos e assustadores; ao som de uma ‘eletric guitar’ com o acompanhamento de um assovio suave e uma ‘battery’ com marcantes batidas, aprendi as mais belas histórias e estórias de amor...
Não sou obrigatoriamente satanista por apreciar símbolos, caveiras e cruzes, por ler e assistir ao terror! Não lhe matarei para beber o seu sangue e oferecer sua alma aos espíritos das trevas; mas que às vezes sinto essa vontade eu não posso negar.
Eu jamais te crucificarei por carregar uma Bíblia no suvaco e apresentar suas crenças a mim. Contudo respeite a minha crença e descrença, minhas visões e opiniões. Eu te ensino uma lição enquanto você me julga por te ignorar: respeito-lhe hoje, e sempre!; Palavras bonitas não reduzirão a minha capacidade de ser grosseiro ao estremo, quando necessário...
A sociedade necessita de seres pensantes. Posso ser um deles, e você também! Por isso não é necessário me excluir e recluso permanecer. A hipocrisia social obriga-nos a afastar-se, mas nem por isso eu deixo de “contribuir” para o ‘growth’ do Brazil.
[...]
Você recebe o meu respeito. Portanto, respeite-me!
Respeite-nos!
Não quero ser como você, tampouco o contrário, mas quero a sua mente aberta para o entendimento. “Rock” não é somente para curtir em um evento anual que passeia pelo mundo. “Rock” é eterno para os ouvidos, o coração ‘and the soul’!
A propósito, a alma e a eternidade existem? Sendo coisas que somente ‘One’ pode explicar, porque este não as justifica?
[...]
Não somos os melhores, mas somos capazes de evoluir a cada volta!
Outro dia acabou,
outra vez o sol no horizonte pousou...
outra noite a lua brilhando
e eu aqui te esperando...
O maior amor do mundo
me estendeu a mão,
olhou nos meus olhos... bem fundo,
cativou meu coração...
Allora, amore mio
"ci risiamo..vabè, è antico, ma ti amo"
è antico, ma ti amo ;)
O queísmo nosso de cada dia
– Por que você some sem ao menos dizer por quê?
Por que você repreende seus instintos sem mais porquês?
Por que você renega os sentimentos, por quê?
Por que você me deixa na mão,
não me procura, não me diz o porquê?
– Para que eu apareceria
sem ter um porquê?
Para que eu permitiria
que meus instintos aflorassem
sem ter seu porquê?
Para que utilidade seriam esses sentimentos
sem todos esses quês?
Para que eu o procuraria,
Compareceria, por quê?
– Para que a minha vida
se completasse ao seu lado,
e que meu coração
entrasse nesse seu embalo;
para que assumíssemos a responsabilidade
de andarmos juntos por toda a cidade.
Para que vivêssemos em compatível ternura
e que nos tornássemos amantes de alma pura.
– E que desejas mais de mim,
sem mas e porquês,
se dentre os vários buquês
que recebi estavam as cláusulas desse amor.
Encontre uma maneira de eliminar os quês,
de acabar com todos os meus porquês;
faça-me este favor...
– Pois que por você eu tudo faço.
Retiro algemas, grilhões;
retiro fendas e me refaço.
Que o futuro abrilhante-se
diante de nós
e que possamos em harmonia
viver os mais longos dias;
acompanhados
da euforia dos mais largos passos,
vencendo gigantes espaços,
desatando todos os nós.
Medo? Nem sempre, mas que poderíamos facilmente vencê-lo.
Não!, costumes não nos definem e nem nos capacitarão a amar; senão a convivência, a inteligência, o gostar, o querer, o permanecer, o confiar e, o mais importante, o também-amar!
A Minha Hipócrita Vida
Minha vida tornou-se íntima da solidão e,
desde então, tudo e qualquer coisa que eu faça,
é simplesmente inútil.
Por diversas vezes sustentei a ideia que a vida
é perfeita e incapaz de promover sofrimentos e ilusões
àqueles que a prezam.
Contudo, independente da devoção por mim exercida,
a vida me privou o amor.
“Tão rude e tão inescrupulosa foste, Vida!
Iludindo-me com esta mulher que jurei amar
com a vida como prova;
esta mesma vida a qual me jurou eterna felicidade
traiu-me com a mais lavada das faces?!”Sim [..]
Abrasando a efêmera constância de um amor eterno e voraz
que um dia incendiou-me. Mas agora,
como tiro-de-extintor o combate, fazendo-o casto e gélido;
por aquela que primeiro me amou
e agora me abandona como quem jamais me conheceu,
adulterando a vida fiel e tornando-a uma eterna falsa prece
que não será ouvida nunca.
Agora,
sofro por esta reminiscência exasperada que me lateja a alma.
Tenho a certeza de que esta lembrança me perseguirá
a felicidade até o findar de meus dias e,
por mais ignoto que o seja, o pesar que fica,
é a única realidade existente: abandonou-me um grande amor;
o amor da minha vida!
Pois que, para mim, tu és flor de raridade comprovada, encontrada somente nos bosques reais de difícil acesso. Eis que, metaforicamente, este bosque tornou-se a minha vida e esta flor desabrochou. Com o aroma de devaneios agradáveis e o tamanho ideal ao repouso no coração. Um quadro do pintor mais detalhista, artista clássico de uma paixão ora semente, ora arvoredo; ora pudor. Tua cor eleva o olhar às mais profundas depressões, aos mais altos planaltos, ao arco-íris que aqui começa e se finda acolá, num infinito próximo de passos distantes e entrecruzados.
Sim!, isto é para tu que tornas os dias a paixão primogênita do proprietário deste referido coração. Qualidades, defeitos? Danem-se todas as mesmices; tu és assim, com a ausência destes e transbordando aqueles.
Tu és a rara flor de meu jardim!
Tudo está nos trilhos, você me faz bem... Para que a pressa se posso aproveitar cada sorriso seu?
Sentindo-me sozinho lhe procuro e encontro a paz... Para que pular os estágios se posso desfrutar de cada momento ao seu lado?
O pudor, recíproco - sim, recíproco! -, aquece a minha alma... Para que permanecer gélido se há uma chama que se chama paixão?
Não sei e nem pretendo encontrar definição, mas para quê? Se eu certifico tal sentimento, não existe motivo para definições posteriores. Ainda que tornem-se póstumas estas memórias, permanecerá vivo o amor nascido no coração. Não importará qual verme roerá primeiro minhas carnes frias, qual das caveiras serei eu... Para para que preocupar-se com isto se eu posso simplesmente deixar que tudo aconteça naturalmente?
Entenda, portanto, que independerá a circunstância. De nada valerá a prova. Inúteis serão as tentativas de eternizar algo que um dia se finda; mas que enquanto perdura, afronta a oposição, dá cabo da melancolia e alegra o coração.
UM ABRAÇO, UM OLHAR, UM BEIJO!
Quão belos são estes teus braços!
Os doces deleites do Paraíso;
a soma das dádivas que preciso
encontro-as na ternura de teu abraço.
Suave o brilho dos olhos meigos
delineados pela perfeição dos traços
segue, penetrante, ao encontro dos lábios
onde, juntos, formam um contexto:
Unidos – em um beijo
seremos uma forma
do mais puro desejo;
Unidos – sim!, eu arquejo.
Pois o teu amor me transforma
e, de paixão, eu fraquejo.
