Ferida
O Mistério Da Vida
O mistério da vida
Só a morte explica
Pelo tamanho do corte
E a ferida que fica,
Pelos caminhos sem sorte
E pela saudade sentida
O mistério da vida
É uma viagem no tempo
Uma lembrança atrevida
Um sentimento retido
É uma chama que se acende
E nunca quer apagar
É uma falta
Que poucos compreende
Mas no peito
De quem sente
Ela quer sempre rasgar,
E quando ela exalta
É maior que dor de dente
Faz a gente correr
E até mudar de lugar,
Quando ela aperta é feito serpente
Nessa hora a gente quer morrer
Já que nunca mais pode abraçar
E nunca mais vê pela frente,
O mistério da vida
Ninguém nunca vai entender
Porque existe a despedida
Se queremos tanto viver,
Porque tanta luz se apaga
Muito antes de nascer
Silêncio nessa hora é o afago
É o que dá pra entender,
Pela largura da dor
É o que se aguenta dizer
O mistério da vida
Quase não dá pra escolher,
É a fase mais dividida
Porque só nos resta morrer
Nem as horas vão poder mudar
Nem o tempo vão poder dizer,
Um dia a gente vê tudo acabar
E quase nada deu pra viver.
Um haicai na poesia...
(Nilo Ribeiro)
Ferida não fecha,
ferida não cura,
coitado do poeta,
perdeu a ternura
já não escreve,
não faz poesia,
não é mais alegre,
nada ele cria
contra o íntimo ele luta,
não sabe quem alimentar,
é uma triste disputa,
entre o ódio e o amar
sem paz,
em guerra,
o audaz
se entrega
só lhe resta um haicai,
com ele o poeta se esvai
"ferida não cura,
ferida não fecha,
adeus poeta"...
dizem que a ferida se cicatriza com o tempo,
e para de doer,
até que a gente esquece.
podem se passar mil anos
o que você fez em mim nunca irá curar,
nunca irá parar de doer,
eu nunca irei esquecer.
O rancor corrói minha alma minha alma está ferida como se estivesse ferida pela a espada da vida o único modo desta dor ter fim é com uma morte rápida indolor ou com o seu amor é seu carinho que já mais terei novamente
Um belo dia acordamos para uma nova manhã e procuramos...
Onde está a velha ferida? A dor que críamos passar jamais?
Ficou perdida na noite e lá concluiu sua missão de sangrar e sangrar...inflamar e inflamar...até que finalmente virasse cicatriz
que o tempo desbotará cada vez mais...
E quando for uma tênue marca, servira para, vagamente,
lembrar-nos do que foi e para que nosso coração exulte
ante esse novo tempo de esquecimento e paz.
Cika Parolin
Meu coração ainda chora...
Minha ferida ainda sangra...
O hematoma deixado em meu peito, nunca cicatrizará!
Saudade doída de meus amores, que nunca findará!
Eternamente... Meu pai, minha mãe!!
"O passado é como a cicatriz de uma ferida que não dói mais, porém ele vai está sempre lá como uma lição para te mostrar onde você se feriu"
Já vivi isso
Num instante relembrei
Ferida aberta
Que maltrata
Penso que o vento levou
Triste engano
Sentimento cruel
Quero apagar
Você entende
Lê minha alma
Sente minhas dores
Chora comigo
Leva contigo
Minha dor
Faz o ninho
Deixa nascer
São filhotes
Sem maldade
Coração sincero
Alma pura
Um dia te fará mal
Trará alegrias
Também dor
Vida que segue
Vida que machuca
O tempo afugenta a dor da carne
Cura a ferida sangrante na alma
Expurga dos pés os espinhos
Aplaca ódios e ressentimentos
Dá á luz à ternura e faz
brotar no coração o amor...
Se o amor doesse não seria amor, seria apenas uma ferida; mas se a dor amasse, então não seria dor, seria apenas uma última despedida.
Não importa o quão forte somos, lá no fundo sempre temos alguma ferida que dói, e irá doer por muito tempo.
"Lencinho de cambraia
Encharcado de lágrimas
Mulher ferida a sofrer"
Gralhas & Cangalhas-Aforismos e Algo Mais...
AMUADO
Divagando em sua agrura
Uma alogia o desperta:
Sua imensa ferida aberta
Não dá sinais de cura.
Sua bêbada amaritude
Desgasta já intrépida
O pouco de sua sanidade:
Sua vontade está impedida,
O que o tornou anafrodita
E estando bem amuado
Seu ser não apetecível
Mostra o quanto grita
Seu coração humilhado:
"O amor é um desgosto irrisível.
Na Psicanálise não se fala em superação. Nada superamos. A ferida faz parte da nossa história. O que muda é a nossa forma de lidar com ela.
Eu vejo essa tal saudade qual pedra de atiradeira, acerta o peito da gente e abre ferida em flor, rosa vermelha de espinho e a gente é que nem passarinho, que desencanta a euforia de seus cantos matinais, alvejado em pleno peito, cai do ninho da alegria do amor que ficou pra trás.
Gaia...
E tu Terra ferida e maltratada
por que perdoas cada malefício?
Por que perdoas tanto desperdício
se merecemos menos do que nada?
É duro ver-te assim tão devastada
por causa desse mal que, grande vício,
fazemos dia a dia e um precipício
atrai-nos, raça burra alienada...
Tu não és mera obra do acaso
e nós sabemos disso mãe bondosa!
Nós somos vis espinhos e tu, rosa!
Quem te destrói tem, sim, um pensar raso,
mas vai colher os males, triste ocaso...
Lei da Semeadura é poderosa!