Ferida
Isolada, ferida na fria madrugada, não vejo, não ouço, não falo, me calo. Em glória? Não! Maldita memória! Você não vai mais me ferir porque não vou deixar. Chega de tormento, chega de choro ou lamento. Acabou, não vou mais sonhar.
Quando o vento tenta reabrir o que um dia machucou, eu apenas respiro e lembro: a ferida passou, o amor ficou.
E o que antes era dor… hoje é história de fé.
Sei que está em tudo o que eu viver, em tudo o que eu sonhar. E essa ferida é profunda demais pra fechar. Meu coração não consegue mais amar. Você o prendeu e não deixou mais voar.
"A superação não é a ausência de cicatrizes, é a prova de que a ferida se fechou. A cicatriz é a marca da sua força e o atestado de que a cura é mais poderosa que o evento."
A tristeza de uma mulher é uma ferida aberta que o tempo não cicatriza, é um silêncio que grita dentro do peito, sufocando cada suspiro. É acordar todos os dias com um vazio que não se preenche, mesmo rodeada de pessoas. É estar em um lugar cheio de vozes e ainda assim sentir-se invisível.
Ela carrega nos olhos um mar de lágrimas que raramente deixa transbordar, porque o mundo não tem paciência para sua dor. Aprende a sorrir quando tudo dentro dela está em pedaços, aprende a dizer “está tudo bem” quando, na verdade, tudo está desmoronando. A tristeza de uma mulher é uma prisão sem grades, mas com correntes pesadas que a arrastam, tornando seus passos lentos e sua alma cansada.
Não é apenas a dor de um momento, mas a soma de várias decepções, de amores não correspondidos, de promessas quebradas, de sonhos arrancados sem piedade. É o coração se doando inteiro e recebendo migalhas. É acreditar nas palavras e ser ferida pelas ações. É esperar o abraço e receber apenas distância.
O mais cruel é que, mesmo dilacerada, ela continua a ser pilar. Segura os outros, enquanto dentro de si tudo desmorona. Cuida, mesmo quando não é cuidada. Ama, mesmo quando não é amada. E sua tristeza cresce justamente porque se doa além da medida, até perder de vista a si mesma.
Mas há uma verdade que poucos percebem: a tristeza de uma mulher pode afundá-la, mas também a ensina a voar. Do fundo da dor, nasce a força que ninguém imaginava. Do cansaço, nasce a coragem de recomeçar. E quando ela decide renascer, não há dor que a detenha, não há corrente que a prenda, não há tristeza que consiga vencê-la.
Porque a tristeza de uma mulher, por mais profunda e cruel que seja, também é a chama que a transforma. É o caminho da queda que a leva ao auge de si mesma. Ela sofre, sim. Ela chora, sim. Mas um dia, essa mesma tristeza se tornará apenas lembrança, e dela surgirá uma mulher ainda mais forte, mais consciente e impossível de ser ignorada.
Gláucia Araújo
O amor é sempre uma asa ferida: nasce para o voo, mas traz consigo a queda já inscrita; e ainda assim, é no risco de despencar que a alma encontra a vertigem que a torna maior do que o próprio destino.
Segurei sua ausência como quem segura fogo, as mãos em brasa, a alma em ferida.
O coração gritava para ficar, mas a vida sussurrava: já é hora de partir.
Ainda te amo, e isso é a parte mais cruel.
Amar e, mesmo assim, precisar soltar.
Ver que o amor não sustenta, não cura,
não basta.
É despedida com gosto de eternidade,
é lágrima que não seca, é silêncio que pesa mais que mil palavras.
Solto você, não porque quero,
mas porque segurar me rasga em pedaços.
E no fundo, sei: te deixar ir é também
uma forma de amor.
♡
A memória não guarda fatos, mas cicatrizes; cada lembrança é uma ferida reorganizada em narrativa, e quanto mais a repetimos, mais nos afastamos da verdade e mais nos aproximamos do mito íntimo que nos sustenta.
Mágoa é uma ferida infectada
Que, mesmo cicatrizada pelo tempo,
Permanece ali, se espalhando —
Como medo, como dor, como trauma —
Matando tudo aquilo que toca.
Sabota encerramentos, compromete recomeços,
Nos arranca do presente e nos acorrenta ao passado.
Ciúmes testam, mas não cuidam; vingança alivia por instantes, mas prolonga a ferida. Perdão com verdade é recomeço, e justiça sem revanche mantém o coração inteiro.”
Cada ferida que carrego é prova de que não fui derrotado. Pelo amor de Cristo, sou mais que vencedor, e nada pode mudar isso.
Amor: benção ou ferida?
Qual seria o verdadeiro sinônimo do amor?
Para quem dá certo, talvez ele seja uma das sete maravilhas do mundo.
Mas... e para aqueles em que não dá?
Hoje percebi que, para mim, o amor é mais dor do que felicidade.
A todos os apaixonados, desejo tudo de bom — o melhor dessas sete maravilhas.
Mas eu... eu não nasci para isso.
Dói até escrever, mas não quero mais.
Não quero mais orar por alguém que não soube valorizar o que eu sentia.
Deus sabia que meu amor era verdadeiro.
E ainda assim, você me traiu.
Traiu... em todos os sentidos: me trocou, me feriu, me deixou em pedaços.
Agora só me resta dizer:
Desejo o melhor para você, mas acabou.
Acabou o meu amor por você.
Me disseram que sentir demais vira ferida cedo ou tarde,
mas eu sempre achei exagero.
Fiquei segurando tudo achando que amor era só coisa bonita,
que não tinha peso, só cor.
Com o tempo fui percebendo
que não tem nada leve no que a gente carrega no peito,
que o coração tropeça em lembrança ruim
e pede pra esquecer, mas nunca esquece.
Tem noite que a culpa vem sem motivo,
fica martelando o que não podia mudar,
e eu fico tentando achar respostas
pra perguntas que já deviam ter sumido.
Amar virou aquela cruz que eu chamo de abrigo
até o dia que começa a doer demais pra esconder,
e tudo que era flor no começo
vira espinho quando ninguém fica pra ver.
Necessito estar exausta, para ser pobremente útil
Ferida para ser finalmente forte
Estar apaixonada, para não me sentir desamparada
Ser autodestrutiva, para conhecer um tanto da bondade em meu coração
Jejuar, para perceber o quão meu corpo pode ser belo
Me sinto tão vazia que preciso do meu próprio veneno para ser a boa parte que habita em mim.
Texto autoral
