Feliz aniversário, filha: 71 mensagens para celebrar o seu dia

Sede felizes; os amigos desaparecem quando somos infelizes.

Na alma da maioria dos homens grunhe ainda, baixo e voraz, o focinho do porco.

O homem é a criatura que não pode sair de si, que só conhece os outros em si, e, dizendo o contrário, mente.

Não há prazeres verdadeiros senão com necessidades verdadeiras.

Quando morreres, só levarás aquilo que tiveres dado.

Só não conhece o ódio quem nunca amou na vida!

O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito.

Escrever é um ócio muito trabalhoso.

na praia a sereia
anseia que a onda
a salve da areia

Se beberes água, não digas por tudo e por nada que bebes água.

A filosofia não é um meio de descobrir a verdade. Mas é, como a arte, um processo de a «criar».

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Toda a ciência começa como filosofia e termina em arte.

Rico é aquele que tem tanto que não deseja mais.

O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar.

Todos os pecados têm origem num sentido de inferioridade, também chamado ambição.

O grande poeta existe para mostrar ao homem pequeno o quanto ele é grande.

G. K. Chesterton
Chaucer (1932).

Quanto mais esquecido de si mesmo está quem escuta, tanto mais fundo se grava nele a coisa escutada.

Julgar-se-ia bem mais corretamente um homem por aquilo que ele sonha do que por aquilo que ele pensa.

A Velha Contrabandista

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:

- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:

- É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.

- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:

- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?

- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.

- Juro - respondeu o fiscal.

- É lambreta.

O homem nasceu para viver e não para se preparar para viver.

Boris Pasternak
Doutor Jivago