Faz de Conta Qu eu Acredito

É como se eu estivesse esperando… Não sei o quê, não sei quem. Mas parece que estou aqui só esperando que chegue, que chegue algo que vá mudar tudo.

Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma.

Eu sinto vento batendo em meus cabelos e é como se Deus estivesse me fazendo um cafuné e dizendo: Eu estou contigo filha.

E se eu tivesse feito outras escolhas, onde eu estaria?

Eu tenho medo do ótimo e do superlativo. Quando começa a ficar muito bom eu ou desconfio ou dou um passo para trás.

Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.

Não sou escravo de ninguém
Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que eu devo defender
E por valor eu tenho e temo
O que agora se desfaz
Esses são dias desleais.
Reconheço o meu penar,
Quando tudo é traição
O que venho encontrar é
A virtude em outras mãos
Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Quase acreditei, quase acreditei
E por honra, se existir verdade
Existem os outros tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro,
Caso você esteja mentindo
E a verdade que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo o que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer a alma entende
Esta é a terra de ninguém
Sei que devo resistir
Não me entrego sem lutar
Tenho ainda um coração
Não aprendi a me render
Que cai o inimigo então

E "eu te amo" era uma farpa que não se podia tirar com uma pinça. Farpa incrustada na parte mais grossa da sola do pé.
Ah, e a falta de sede. Calor com sede seria suportável. Mas ah, a falta de sede.
Não havia senão faltas e ausências. E nem ao menos a vontade. Só farpas sem pontas salientes por onde serem pinçadas e extirpadas.

Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre?

Eu, vagando entre o real e o imaginário, suspiro a cada sonho.

"Eu perturbo a paz dos surdos com meus gritos inúteis..."

"... você é como a cotovia que ao romper do dia se levanta da terra sombria".

Eu quero o que dá vontade, simples assim.

Eu odeio a ausência quando o que eu preciso é da presença.

Eu sou persistente. Eu vou atrás daquilo que quero e que eu acho que tenho capacidade de conseguir.

Eu posso rir da minha desgraça, porque ela é minha. Você não.

NÃO, não sou limitado a isso ou aquilo, posso ter vários eus dentro de eu mesmo.

Eu sou uma pessoa extremamente frágil por dentro. Isso aqui é uma casca.

Sinceramente não estou me entendendo mais... não sei de quem eu gosto, ou se gosto de alguém... não sei quem eu quero, ou se quero realmente alguém!

Quando reparo no comportamento das garotas, me pergunto: “Elas são muito atiradas, ou eu é que sou tapada demais?”.

Hoje eu acordei feliz.