Faz de Conta Qu eu Acredito
SE EU MANDASSE
Oh, se eu mandasse nos tempos
E nas vidas das mentes
Decretava aos quatro ventos
Mesmo que cinzentos
E sem mais lamentos:
Quem for de mente que não mente
Nem demente
Nunca deve morrer depois dos poetas!
Deve partir ao mesmo tempo de todos,
Porque os poetas
Mesmo que anacoretas,
Nasceram para escrever a rodos
Imagens de pinturas primárias
Que animam o mortal
A viver uns tempos mais
Na vida dos arraiais
Porque afinal,
É no sonho de outras vidas planetárias
Que os viventes cantam outras árias
Cantigas, a uma só voz
Por mim, por ti e por nós.
(Carlos De Castro, in Morra A Censura, em 19-07-2022)
Você
Até pouco tempo atrás
Eu tinha o péssimo hábito de pensar que todas as cartas,
Que eu tinha escrito, escrevia e iria escrever em minha vida
Eram apenas coisas descartáveis
como quaisquer outros pedaços de papel.
Coisas essas, das quais eu nunca me orgulharia.
Seriam para todo sempre e não deixariam de ser apenas...
Árvores cortadas que jamais voltariam,
Grafites e canetas gastas que jamais retornariam,
Papéis tingidos que jamais se limpariam
E calos em minha mão que jamais sairiam.
Isso até eu escrever para o meu amor.
Aquela que sempre elogiou meu suposto talento pra escrita,
Do qual até mesmo eu duvidava.
Aquela que sempre está ali, até mesmo quando eu já não me sinto
Mais merecedor de sua companhia.
Fez com que fosse produzido algo que, até mesmo hoje,
Sou incapaz de explicar como fiz.
Com origem nos sentimentos mais sinceros e reprimidos que sentia e senti
Naquele fatídico dia e um pouco antes,
Nasceu minha obra-prima.
Não em quesitos como coerência, coesão ou ortografia,
Coisas que geralmente cruciais em um bom texto.
Mas sim pelo que ela sozinha conquistou e fez.
Sejam as lágrimas, minhas e suas
Ou a confirmação do implacável amor mútuo que sentimos até hoje.
Vou poder sempre me orgulhar de ter feito alguém gostar do que eu escrevi
Para minha sorte,
Meu maior tesouro.
Você.
PLENA MADRUGADA
No calor tórrido da noite
Dos lençóis suados,
Eu fujo para o pátio velho
Cá fora, em plena madrugada.
Ali, eu oiço a cantiga das corujas
Rabujas,
Vejo as estrelas em rodopios
Bailando para todos os lados,
No reluzir dos pirilampos vadios
Prateados e dourados.
Aspiro aquele alísio vento
Quente mas húmido que refresca
O rosto que arde num tormento
De quentura
E formatura
Vampiresca.
A manhã, apanhou-me a dormir
Na velha cadeira
Muito usada e costumeira,
Minha confidente de anos
De tantos enganos.
Meu Deus, como é bom fugir
Aos lençóis do calor dantesco
Meter os pés ao caminho
E de mansinho,
Pela calada vir
Apanhar o fresco,
Cá fora, em plena madrugada.
(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 20-07-2022)
DOMINGO
“Essa é a vida”, eu escuto dela. Não é o que meus ouvidos ansiosos querem escutar... Ao mesmo tempo eu sei que ela está certa. Algo ainda me incomoda, no entanto: a forma como ela disse isso. A naturalidade, com seu ar indolente típico. Como se ela tivesse, há muito tempo, descoberto o segredo da vida e, ainda, que este fosse óbvio. Tudo isso me aborrece e faz com que a dor que aperta meu peito aumente ao mesmo tempo em que concluo que tudo o que eu sinto não significa nada e, ainda, que eu perdi a aula em que contam o segredo da vida em uma matéria que não vai, nunca mais, ser lecionada.
“Essa é a vida... “ diz ela, como se a coisa óbvia a fazer fosse jogar um balde cheio desta afirmação em cima da chama dos meus pensamentos e esperar, inocentemente, que isto a apague. No entanto, a casualidade com que ela solta esta observação funciona como lenha para a fogueira de pensamentos e sentimentos que queima em altas temperaturas dentro de mim.
Sua pessoa se mostra feliz, tranquila e transparente, um livro aberto todo encapado em uma inocência indestrutível. O oceano do seu ser não possui grande profundidade, e ela permite que eu explore suas águas rasas e agradáveis sem objeções, com uma liberdade inconcebível para minha confusa e trancada cabeça, a qual falha em entender a facilidade com que ela cede sua chave. Meu cérebro não consegue conceber como ela possui janelas tão transparentes quanto o vidro pode ser, sem cortinas. Parece ser exatamente o que é; é exatamente o que parece ser. Demonstra ser tão fácil de ler quanto uma desgastada revista de consultório médico. Ela é rasa e grande; eu, profundo e pequeno.
O impacto do choque paradoxal causado por tal ser soltar uma frase tão profunda com tamanha naturalidade ressoa na minha cabeça, fazendo-a doer. Sinto-me atordoado; perdido, sem rumo. A vida é tão óbvia assim? Sou eu que estou usando os óculos com as lentes erradas?
“A vida é assim... se fosse fácil...”
Ela disse, ao se virar pra dormir. Poderia ter dito qualquer coisa.
Amanhã é segunda-feira.
Será difícil acordar cedo.
A semana será longa.
Ao invés das tradicionais aspas de domingo, ela escolheu martelar minha cabeça, que segue tonta até agora.
As pessoas soltam esta frase como se não soubessem do seu tamanho. De fato, absorver tudo o que ela significa é uma tarefa inútil. Não existe alma grande o suficiente para captar o real significado dela. É impossível percorrer todos os ramos de cenários que ela abre e entender exatamente as consequências de tomar estas palavras como verdade absoluta. As ondas desta afirmação com frequência ressoam nos ares e ouvidos de todo o mundo, como se estas tivessem uma validade curta e fosse necessário relembrar nossos cérebros e corações todo ano, todo mês ou todo dia.
São palavras que as pessoas transformaram em uma espécie de boia salva-vidas, a qual foi, em algum momento de suas jornadas, lançada por outro alguém; um objeto que foi repassado por todas as pessoas que já pisaram nesta Terra, mas que nunca foi guardado na história, por ninguém.
“Essa é a vida, é difícil”
Vejo impresso na boia que ela joga para mim, enquanto me afogo no universo de tudo o que significa existir.
Aceito-a, agarro-a, mas sem guardá-la; não cabe em mim. No mais, levá-la-ei comigo para, quem sabe um dia, jogar a algum banhista desesperado.
Foco no olhar
Prometi te olhar, te admirar como ninguém jamais o fará,
descobri que eu tinha um coração feliz apenas depois de conhecê-la,
não quero perder a chance de viver com este clima, com está felicidade pelo resto da minha vida.
Curioso!
Tu és bruta, arisca, um ser quase indomável, mas eu tenho muito afeto concentrado e muita curiosidade de saber como será o nosso amanhã.
É mais provável que eu mesma tenha me salvado. Não que eu bote fé em mim. Mas, se tudo isso me ensinou algo, é que eu deveria.
Ah, como eu gosto de agosto, lindo de viver, sim, gosto, pois o mês de agosto teve o gosto de me ver nascer!
E se eu te disser que tudo na minha vida mudou depois da tua chegada,
vivo em passos flutuantes, os sonhos se confrontam constantemente com a realidade,
Quem é você?
Meu caro e nobre homem, eu quero ter lobos à minha volta, pois a coragem engrandece, cria e mata todos que forem contra a maré.
Se ir com a maré é o que o navegante deve fazer: Que eu seja o pirata; um navegante digno de minha própria tripulação.
Você vai mudar o mundo. Tem uma mente maravilhosa e um coração enorme. E eu só espero que tenha espaço pra mim algum dia.
Eu tenho que te contar que, eu não tenho borboletas no estômago, alguém veio e matou todas elas e inclusive quase matou-me também. Por isso sou assim, fria.Me desculpa por não ter demonstrado e te perdido é que, eu tenho medo de passar pelas mesmas coisas outra vez.
Desculpas pra quem não merece ouvir, mas aqui dentro doi muito. Eu não conto-lhes tudo sobre meu sentimentos e a ignorância tampa mas é que, pessoas boas cansam de ser boas.
Eu tinha duas opções,
acumular coisas ou
viver histórias.
Sem arrependimentos,
decidi pela segunda.
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