Coleção pessoal de rebeccasalomao

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Em 2015, eu desejo tudo de melhor para você. Tudo bem que você descubra o que é “curtir” a vida – sem transgredir princípios e valores morais e espirituais. Tudo bem que você se envaideça de suas conquistas, sejam elas materiais ou emocionais, mas não se esqueça dos seus investimentos e compromissos espirituais. Tudo bem que você ache que é o “máximo”, que compre coisas atuais e elegantes.
Que aprecie seu visual; invista num carro novo ou até mesmo numa bicicleta. Numa boa, vá às lojas, visite museus, vá às bibliotecas; tenha uma cultura vasta até onde os seus olhos e pernas puderem alcançar. Pegue um voo até Paris, Itália, ou até onde você achar que seus horizontes irão alargar; se os considerar não tão significativos, pode ir até a esquina, à vila mais próxima, ou ao bairro vizinho. Compre um iPad, mini iPad, MacBook e tudo o mais... Tenha amigos, namoros, companhia que não falte. Ou, se preferir, fique com o seu sossego.
Tudo bem que faça planos de cescer e evoluir. Que progrida no trabalho e em tudo o que puder... Tenha aquilo mais moderno, uma casa ou tantas mais, lá na praia ou na fazenda, pelos campos ou num vale. Uma lancha, um iate, um veleiro ou mesmo um bote.
Mas não se esqueça do que é mais importante. A ciência e a consciência de que a vida passa logo, rápido, sem sentir. E que a coisa mais bacana é você ficar sabendo que não é dono de nada, nem da roupa, nem do carro, nem da casa, nem do iate, muito menos do bote. O que lhe foi emprestado, logo mais será tomado pelo tempo, pelas circunstâncias adversárias, pela vida que escapa, pela morte. O melhor é o desapego – como bem disse o sábio Salomão - , no final tudo, tudo é correr atrás do vento.
É exato no desejo do “ter” e do “possuir que reside toda a ansiedade, toda a preocupação. E se você não tiver no bolso nem um lenço ou documento, fique certo de que um dia, nem disso lembrará. No entanto comece desde já a pensar nesse assunto. Não há tempo a perder, pois da vida não se sabe o minuto seguinte. Quando perceber de que gosta, em demasia, de um chalé muito charmoso que à beira de um lago conseguiu edificar; que não para de pensar em como foi capaz de morar noutro lugar, já está na hora de saber que aquilo de que você mais gosta, mais valoriza, logo estará sendo usado por alguém ou por quem sequer pensou que um dia chegaria a ser dono do que é seu.
Na manhã em que se olhar no espelho que mais goste, pare e pense, sem piscar, no que certo tem na vida, no quê e em quem pode confiar. Não duvide, não é no efêmero ou no transitório que você vai encontrar o segredo que há muito se persegue na história. A virtude de saber que somente o desapego lhe tratá felicidade.
Em 2015, procure refletir. Saia leve desta vida. Sem mágoas, sem resquícios de sonhos não materializados. O Ano Novo é um momento de olhar para frente, de imaginar o futuro sob uma nova perspectiva, de nos comprometermos com uma visão maior para a vida. Mesmo que esqueça os seus planos e seja tentado a não se preocupar, lembre-se, as resoluções de Deus vão lhe trazer esperança, e, assim sendo, as suas resoluções façam diferença. Talvez você se torne mais gentil, mais consagrada, mais humanizada, mais alegre, mais esperançosa. Com certeza, quando sentir Deus agindo na sua vida, se sentirá revigorado como em uma festa de Ano Novo: cheia de risadas, amigos e contagens regressivas; pois Ele irá sempre estar ao seu lado, cheio de mensagens de esperança, braços abertos com abraços afetuosos, sendo fiel às Suas promessas e concedendo mais uma chance de recomeçar, mais uma vez, mesmo que estejamos no início de mais um novo ano.
Se ainda, mesmo assim, depois de tudo o que você se predispôs a fazer ou refazer não foi bem sucedido – simplesmente não foi reconhecido –, faça como ensinou Jesus aos seus discípulos quando não O aceitaram e nem O reconheceram como deveriam pelos lugares os quais passava: simplesmente “bata o pó” e vá em frente. Como disse anteriormente, a vida passa rápido, e só precisamos fazer o nosso esforço diário para ser feliz. O importante é que você saiba que levará daqui é a sua consciência, e que limpa ela esteja para quando chegar a sua hora, você parta como o brilho de um luar.

A folha, o tempo
A filha do vento
A saudade, a dor
Os dias e seu resplendor
A vida e o amor
A estarem juntos
Julgarem mudos
Toda a solidão do mundo.

SILÊNCIO

Se isolou, se fechou em sua concha protetora.
Se privou de tudo e de todos.
Estava convicta de que o silêncio a reconfortaria.

Somos uma legião de escritores anônimos indistintos
De diferentes trajetos e caminhos
De diferentes contextos e espinhos
E diferentes sonhos, mas com o mesmo destino
A volta ao material de origem: O PÓ.

PERGUNTE AOS VENTOS

O que me chamava a atenção era o fato de que, mesmo vivendo 100 anos, talvez nesse espaço de tempo relativamente longo ele jamais teria noção do quanto era especial para mim. As pessoas são tão mágicas quanto assustadoras, mas ele parecia sempre estar envolto naquela magia em forma de carinho e cuidado. Ele não sabia – provavelmente nunca saberá, mas eis um segredo: ele me fazia bem. Não da forma erroneamente interpretada pelos adultos; troca de interesses, mera companhia para saciar a solidão ou estar com outro na tentativa desesperada de ocultar o vazio e o nada que pairam em seu próprio interior. Ele me fazia bem na pureza do sentimento de crianças; a pureza e aquele sentimento sublime eram a base de tudo. Então, o avistei vindo lá longe, quase sumindo no horizonte. Meu coração entrou em seu corriqueiro descompasso; soltei o cabelo, tirei o óculos e aguardei ansiosamente sua chegada enquanto meu interior parecia ser dilacerado pela ansiedade e pelo som do ponteiro dos segundos que transformava toda aquela cena em uma eternidade. Ao se aproximar, sorriu, exibindo aquele habitual sorriso perfeito o qual eu tanto admirava – ele era o borrão com o sorriso mais lindo que eu jamais imaginaria ter a oportunidade de conhecer.

Olhei dentro dos seus olhos e percebi a presença de densa amargura, angústia; de uma pessoa que passou pela vida e reteve apenas o que havia de mal nela. Ele, então, desviou o olhar e o direcionou ao infinito, onde lá distante ocorria o pôr-do-sol. Os tons avermelhados do céu se confundiam com o coral de sua blusa e com as manchas que o pigmentavam ao redor dos olhos — a essa altura, já começavam a ficar marejados. Virou-se, nesse momento, vagarosamente a mim e voltou a fitar-me com o mesmo olhar pesado e vazio de antes. Estava inerte. No entanto, dessa vez, havia um grande diferencial: o que estava estampado em seus olhos era a sua própria essência, fruto de toda uma existência perdida, em vão, inglória. Levantei, e, como a caça que foge de seu predador pronto para dar o bote, fui saindo de fininho...

POR ONDE ANDEI

Caminhos errantes com pegadas espaçadas. Eu sou um eterno descompasso – em minha música ecoa o silêncio onde eu guardo os meus anseios, meus medos, meus meios. Constantemente tropeço em meus segredos. Meus traços são meus próprios passos. Eu sou composta por medos, vontades, calma, saudades. Saudade de tudo o que passou, ficou... De tudo o que restou. Afinal, viva ainda estou! E eis o que sou. Sou calmaria, carinho, afago. Tempestade, trovão. Eu sou mais coração – entre uma emoção e outra não suporto meus destroços, não os comporto. Eu só me sufoco. Ao chão caio uma, duas, três. Ah! Esqueça essa timidez, ao menos dessa vez! Mas não seja descortês. Quem passa por esses caminhos incertos da vida tem sempre um pouco do mundo travado em forma de nó na garganta; às vezes se desencanta... E canta. Canta porque sabe que durante o cântico os males da alma saem em forma de Lá, Mi, Dó, Clave de Sol. Afasta essa cortina e veja o sol que está lá fora! Contempla essa luz que entra através da janela; olha esse universo todo lá fora que te espera... Tudo na vida se supera. Entretanto, algumas vezes, a vida não é o que se espera. O errado é quando se desespera. É inevitável, indiscutível, irreversível. A vida é indiscernível; é incrível. Por isso é necessário que se cuide do que entretém quando o vazio parece ser o nosso mais precioso bem. Nem sempre o ruim é o que se detém. Então, no final de tudo, será possível perceber que o mais importante é quem na vida a gente tem. Sendo assim, de forma mais que inesperada, o final feliz vem.

TEMPOS MODERNOS


É preciso conscientizar-se
E tudo pode acontecer...
Para compreender, inteirar-se, comunicar e de tudo se defender
Do nacionalismo à globalização
Da energia nuclear, da genética, da comunicação.
A conquista do espaço sideral.

Já fomos à Lua e dela voltamos. Colocamos o pé em Marte - sim, porque a tecnologia já está lá - mas temos uma dificuldade enorme em ajudar alguém necessitado a atravessar uma rua.

As estratégias mercadológicas - temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral.

Se é preciso conhecer e de tudo nos defendermos, aí estão as leis, os preceitos e as normas. A conduta do bem viver. As fórmulas, as fôrmas, as formas. Mas sem por isso ficamos ou somos mais inteligentes. Somos descendentes e decadentes... Falamos demais, amamos raramente e odiamos com freqüência.

A vida em si já não tem tanto valor - aprendemos como ganhar a vida, mas não sabemos como viver essa vida. A medicina preocupa-se e assim a queremos - acrescentar anos à extensão de nossas vidas, mas não, qualidade de vida à extensão dos nossos dias de existência. O átomo já foi dividido, porém os nossos preconceitos permanecem os mesmos, e a ignorância dos verdadeiros valores da vida!

Temos maior variedade de alimentos, mais diversificação na culinária, porém o nosso paladar para o sabor da vida tornou-se insípido, entorpecido, porque esquecemos de sonhar. Sequer sabemos, queremos ou podemos projetar um futuro para os que têm fome - não só de alimento, mas de justiça, de afeto, de atenção, solidariedade, respeito, dignidade.

Temos uma multiplicação de templos, mistificação na espiritualidade, mas temos menos proximidade com Deus e muito menos Fé!

Disparamos a correr contra o tempo - afinal, o tempo urge - e esquecemos de que há coisas na vida que necessitam do exercício de nossa paciência. Vivemos em um tempo em que desejamos mais do que nunca a Paz Mundial, e nada ou pouco fazemos pela guerra que reina nos lares. Usufruímos de um tempo em que há shopping centers por todos os lugares, vitrines com diversidade de ofertas para serem oferecidas e comparadas, e nada há, dentro de nossos corações, que sirva, ao menos, de amostra grátis. Gastamos o nosso tempo de forma perdulária, como se fôssemos eternos e não houvesse transitoriedade no tempo da vida!

Comunicação humana nem pensar! Para isso a tecnologia nos presenteia a cada dia com novos recursos. Construímos mais computadores com mais recursos tecnológicos de armazenagem de informações, mais produção de cópias para multiplicar, mas não estamos nem um pouco preocupados com a palavra dita ou ouvida quando dela necessitamos, ou temos de utilizá-la. Afinal, a comunicação virtual está aí para solucionar, também, esse problema.

Preocupação com o próximo é UTOPIA. Dizem alguns: "eu não tenho tempo". Eu diria: perdemos o conceito de um dos maiores mandamentos."

Conquistamos o nosso espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Estamos preocupados com a limpeza do ar, a camada de ozônio, aonde vai parar o lixo de nossas casas, mas não nos preocupamos em desfuliginizar o que vai dentro de nós.

Lembre-se: você está aqui dispondo de um tempo que foi concedido por Deus! Aprenda e coloque em prática cada lição aprendida na Escola da Vida!

Fazemos coisas maiores, mas em sempre melhores...

Tenha dentro de você uma certeza: o que você faz da sua vida não é só problema seu - por extensão, atingirá os que estão a sua volta. As conseqüências de nossas opções são, exclusivamente, resultado de nosso livre-arbítrio. A escolha nos pertence: ERRAR ou ACERTAR!

IDENTIDADE

Sou RAINHA - Mas apenas em meu reino
Sou CALMA - Mas apenas na extensão de minha compreensão
Sou VERDADEIRA - Principalmente onde fui agredida com mentiras
Sou RÁPIDA - Mas apenas onde meu coração e braços podem alcançar
Sou ESFORÇADA - Mas apenas onde sinto-me motivada
Sou ENGRAÇADA - Mas até onde as feridas não me fazem chorar
Sou FELIZ - Mas até cansar de sorrir
Sou BONDOSA - Mas apenas até quando eu sentir que não estou sendo enganada
Sou GENEROSA - Mas apenas até onde o meu amor e compromisso com o próximo possam me levar
Sou AMIGA - Mas apenas até onde eu for compreendida e respeitada como tal
Sou CORAJOSA - Mas apenas até onde eu tenha o conhecimento e a ousadia para cada ação
Sou SOLIDÁRIA - Mas apenas até onde eu possa suavizar uma dor, na lágrima que busca um caminho; no som de cada silêncio
Sou SAUDOSA - Mas apenas até onde permito passar por mim a leveza de sua presença, a sua voz com sua implacável sentença e o impacto da consciência
Sou TRANSITÓRIA - Mas apenas até onde eu possa - num clima de amor profundo, no infinito da eternidade - passar pela vida com a sensação de liberdade.

Gotas caem lentamente e tristemente
São lágrimas sentidas
Pelo que não veio
Pelo que não aconteceu
Espera acalentada
Cortada pela ausência
Ferida pelo silêncio...

Não há portas que não se abram
Não há luz que não traspasse
Não há formas que não se definam
Não há problemas que não se resolvam
Não há pessoas que não mudem
Não há criança que não cresça
Não há janela que não se abra
Não há erro que não se perdoe
Não há hora que não passe
Não há dores que perdurem
Não há luta que não se perca
Não há flor que não murche
Não há nada que não mude no relógio da mente
Se você tiver Fé
Se você estiver com o Bem
Se você estiver com Deus

(...) E assim eu sou.

Não gosto de andar em círculos, passando sempre pelo mesmo território e voltando para os mesmos problemas, as mesmas frustrações, os mesmos erros e mesmas limitações. Não quero me tornar calejada, endurecida de coração, amarga, implacável e ansiosa, impaciente, desesperada e indócil. Não quero acabar tendo uma atitude negativa diante da vida. Quero romper qualquer círculo vicioso de derrotismo, de padrões de comportamento e hábitos, e ser capaz de ir além de mim mesma, minhas limitações e condições. Quero ser mais que uma sobrevivente. Não quero ser só fechada, sem conteúdo. Só perfeição, sem nenhum amor. Só julgamento, sem misericórdia. Só autoconfiança, sem nenhuma humildade. Só palavras, e nenhuma lágrima. Só vida, sem poder e sem consentimento, e nenhuma esperança de verdadeira transformação. E, sem transformação, como posso algum dia ultrapassar minhas limitações e ser instrumento de Deus para alcançar o mundo ao meu redor? E é isso que significa viver de verdade! Quero ser vencedora! Quero estar ligada àquilo que Deus está fazendo aqui na Terra de forma a dar frutos ao Seu reino. Quero abundância de amor e bênçãos de Deus. Quero o pacote completo! Tudo o que Deus tem para mim. No entanto, e apesar de tudo, tenho consciência de que jamais serei capaz de alcançar essa qualidade de vida fora do poder dEle, e só conseguirei se orar muito!

Se eu pudesse apenas viver com a intensidade próxima da existência máxima

Como os acontecimentos de minha vida
Arrebatadores, vívidos e de possibilidades infinitas...

Que o Sol e a Lua rompessem sobre minha cabeça

Então, eu eliminaria o tempo de tudo

A véspera da noite, a véspera do dia

Cessaria o plantio e a espera da colheita

O tempo da vida e o tempo da morte

Então, eu olharia o mundo com olhos de criança e com o sabor do encanto

Então, eu navegaria no meu barco do sonho - "navegar é preciso!" -, no marulho da liberdade, sob a bruma do mar, espírito pairando sobre as águas. E navegaria durante o dia - o dia é o tempo da construção do meu barco imaginário, quase impensável de tanta leveza (porém, concreto).

(À tarde, me visita a alegria
À noite, sou dona de um cansaço denso e maduro)

Então, eu seria imaculada no meu ser
E a realidade se fundiria com o meu sonho
E esta seria a perfeição de minha maneira de viver.

Não use pessoas para chegar aonde você quer. Use livros.

Eu escrevo. Escrevo para não ser sufocada pelas palavras que nunca foram ditas. Escrevo para viver, reviver e libertar. Libertar o que aparentemente está livre, mas que na verdade não está. Eu escrevo... simplesmente escrevo para sobreviver, na tentativa desgastante de não apenas existir.

(...) Por isso, meu amigo, não é necessário ser o Salvador da Pátria, da humanidade, ou inventor de alguma coisa. Apenas cante, crie algo (pode ser uma frase, não precisa ser poesia), plante uma árvore, viva com intensidade as boas coisas e as coisas boas que a vida lhe oferece... Enfim, ajude a tornar o dia de alguém mais feliz. Toque os corações desesperançados, alma e o espírito atribulados... Pratique o que de bom estiver ao seu alcance. Porém, meu amigo, não parta daqui sem antes deixar uma história para ser contada. Até porque quem passou por essas bandas e não deixou algo a ser contado, por puro egoísmo ou falta de sensibilidade, não conseguiu enxergar o que havia de precioso, nem se tornar maravilhado; apesar dos pesares, de um mundo tão desestruturado.

Ali, você se despedia
Avisei-lhe que falta, você faria
Tentei impedir, sabia que fugiria
E disse que você se arrependeria
Então a noite fez-se dia
Em mais uma tarde vazia

SAUDADE
É aquilo que quando vais, me vem. Sou intensa - vivo o presente sem descartar as lições do passado. Passado de tantas histórias lidas e lindas, de tantos momentos simples e felizes. Não é a grandiosidade das situações, mas a simplicidade dos momentos que mais me emociona. São maravilhosas memórias de dias que se foram e de pessoas que passaram, os quais foram fundamentais para eu me tornar a pessoa que sou. Pois é, saudade é isso: quando vou, ela me segue e também fica.

Oração de Gratidão

Obrigada, Senhor, pela Tua presença constante ao meu lado
Tu és a Força no momento da fraqueza
Tu és a Alegria que supera a tristeza
Tu és a Paz no momento da tribulação
Tu és a Esperança no momento da angústia e da incerteza... em que me encontro
Tu és a Rocha que alicerça meus sonhos e projetos... que pretendo realizar
Tu és a Luz que ilumina o meu caminho...
E a energia que me faz caminhar...
Nas minhas noites de inquietação Tu és o “embalo” harmonioso que me acalma
E me dá o conforto para uma noite de sono bem dormida
Tu me envolves com o Teu manto protetor
E me dás proteção sob o esconderijo de Tuas asas
Tu és aquela mão forte, protetora, paternal que me ergue no momento em que vacilo
Quando caio, me levantas
Quando me decepciono, me animas com palavras esperançosas, doces e confortadoras
Quando sinto medo, me fortaleces mostrando que posso superar o insuperável;
Pois Tu estás ao meu lado.
Obrigada, Senhor, porque Tu existes e eu posso confiar na Tua presença em minha vida
Obrigada pelas bênçãos e maravilhas
que tens realizado em cada dia de minha existência.
Amém!

FIM DE ANO – A MÁQUINA DO TEMPO

O passado é – fora de dúvida – um hábito considerado consistente. Tudo, no presente ou no futuro, tende a nos levar de volta ao passado. É preciso reagir, é necessário impedir que ele se torne perigosamente viscoso ou coagulado dentro de nosso ser. Do contrário, acabaremos carregando dentro de nós lápides compactas ou blocos de granito, cujo peso nos afastará de Deus e nos chumbará ao solo, impedindo-nos de avançar um milímetro sequer nos novos objetivos da vida, na luta incessante e inquietante por novas perspectivas.

É curiosa a problemática do tempo. O passado tendo sido, já não é mais, porém necessitamos do aprendizado que ele nos trouxe para servir-nos como ponto de referência para o futuro – evitando, assim, os erros, os atropelos, as mesmas armadilhas, os mesmos percalços, os mesmo atalhos – quando pensávamos que estávamos no caminho certo.

O passado, é óbvio, sempre nos servirá como fonte de informação, arquivo de nossa memória, fator de experiência. Ignorar essa evidência é sermos conduzidos a andar para trás ao invés de caminharmos para a frente.

O ser humano vive no tempo e do tempo, movendo-se, porque tem tempo e sendo movido pela noção do tempo do qual é feito. O tempo é um coágulo de eternidade lançado fora, folha arrancada da imensa árvore da vida, cujo verdor não cessa nunca. Essa folha carrega a marca de Deus, inscrição da providência divina.

Toda matéria tem saudade de Deus.
O Universo chora por Deus.
O Tempo clama por Deus.

Deus nos dá audiência e ao mundo através do Seu Filho, das profecias e do tempo. Estes são o Seu maior meio de comunicação e Ele se reporta à nós não só por meio destes, mas através destes... As ervas do caminho e os lírios do campo O compreenderam. Nós humanos, temos ouvidos mais rígidos. O Próximo, também nos dá notícias da presença de Deus. E o Próximo é aquele com quem divido a tarefa da construção de um mundo ou uma vida melhor! Só através dEle é que chego a ganhar-me em minha autonomia, identidade e diferenças... Ao postular a necessidade do “amor ao próximo”, nem por isso me exponho ao mundo de artérias abertas... Apenas edifico uma troca de aceitação das minhas oferendas, de permutas existenciais, de sensibilidades, afetos e gratidões.

Precisamos meditar nesse tempo que vai – Natal e Ano Novo – e se esvai através de nossos dedos como a areia fina do deserto. Um ser sem Deus é um ser sem futuro. Um ser sem futuro é a raiz da aflição humana. É viver literalmente à beira do abismo – o próximo passo pode não encontrar terra firme. Deus é nosso maior aliado neste “final dos tempos”. Ele é paciente, amigo, o viajante, o peregrino, o paladino de nossas causas, Senhor do Verbo. É a juventude do mundo, nossa tenaz, terna e eterna esperança.

Quão persuasiva e infinita paciência tem Deus para conosco recriando dia após dia, ano após ano, minuto após minuto – o surgimento de Seu Unigênito – nascendo e renascendo a cada Natal e Ano Novo, testemunhando com isso a teimosia da raça humana, através do egoísmo dos ricos – classes e nações -, guerras que espocam nos quatro cantos do mundo, a fome que se expande, a miséria que pulula, o sacrifício dos inocentes, crianças que nascem crucificadamente.

Que estes Natal e Ano Novo restituam a nossa memória, não apenas o nascimento de Cristo, mas seu significado: o Cristo da Palavra, da Pregação e do Milagre, pescador de peixe e de homens. O Cristo que morreu na cruz por nós, cuja morte nos ensinou que o sacrifício pelo amor vence o derradeiro lance e que é possível viver e morrer, para os outros e pelos outros.

Que a paz possa vir ao encontro de todos nós. Que sejamos, não apenas no Natal, representantes de Deus na defesa dos ofendidos, na inumerável legião dos pobres de matéria e de espírito, dos oprimidos, dos discriminados e vitimados por amor a Deus, à sua raça, a justiça, liberdade e a Paz.