Faxina na Alma Carlos Drumond de Andrade
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Os Três Mal-Amados
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Bola de futebol... é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mãos.
Adoro teu jeito de falar comigo.
Teu sorriso, tua alegria, tua liberdade.
Adoro teu jeito louco de ser.
Tuas tatuagens, e tua pele encostando na minha.
Adoro os seus “sins” que fazem meus dias mais felizes.
E adoro até seus “nãos” que me fazem rir de mim mesma.
Rir da minha loucura de querer você a todo custo.
Adoro seu jeito esquisito e carinhoso ao mesmo tempo.
Essa mistura e dosagem que só você sabe fazer.
Adoro quando me faz pensar além.
Além do que posso ser.
E ainda mais quando me faz sentir.
Sentir além do explicável.
Adoro quando você chega.
Quando você vem mesmo por tempo determinado.
Minutos, segundos e gestos contados.
Adoro até quando você vai embora.
Pois gosto saudade que vOcê me faz sentir.
Adoro quando você fica desconsertado.
E quando me questiona o óbvio.
Adoro nossos beijos proibidos
Nossas pequenas aventuras
As suas caras e o jeito que me olha.
Acho graça do seu jeito de insistir em não querer
E ainda assim querer mais ainda.
O grande problema, agora, é que você já está morando em meus pensamentos.
A imagem do seu rosto está estampada em meus olhos.
Seu olhar me fala: "Não sei realmente o que sinto. Mas fica aqui quietinho do meu lado. Não vamos passar disso, ao menos por enquanto!"
Estou ciente de que tudo isso não passa de uma grande cilada, que armei para mim mesmo.
Estou me algemando em você cada vez mais (as algemas já me machucam)
O amor se multiplica a cada sorriso teu.
Me balanço de ouvir sua voz chamando meu nome - quão aguda que atinge meu âmago!
Sim. Me aprisionei nos meus sentimentos, e não sou nenhuma vítima.
O tempo vai me libertar, eu acredito!
Mas, se liberte de mim primeiro.
Não me perpetue com essa amizade toda bagunçada - como uma sala revirada por uma criança inocente.
Faça com que eu te odeie.
Cuspa em mim, me humilhe, chute minha cara...
Me mata de vez! Acaba com esse sofrimento contínuo, que parece sem fim - essa cava depressão!
Desaparece do meu mundo. Aliás, não seja o meu mundo.
Desaparece de mim, dos meus sonhos, dos meus planos futuros...
Ou senão se entrega de vez. Se joga em meus braços. Aprenda a me amar, assim como eu te amo.
Já estou cansado de disparar balas de canhão, e ser impedido por um grão vizir, assim como o Zé.
Estou cansado de atirar limões n'água e receber respostas de peixinhos consoladores, como Drummond.
Também me cansei de jurar tanto, como o saudoso Tim Maia. (Foram tantos "Por você", tantos... Não dá pra contar nos dedos).
Chega!
Chega de cegueira amorosa.
Chega de desamores.
Chega de você.
Amar é coisa séria.
Estou por aí, aguardando um novo rostinho com um belo sorriso.
O olhar me seduz e induz ao errado, à confusão e a ilusão.
Sempre penso que tudo vai dar certo, e isso sempre falha.
A solidão dói mais do que pensei...
A carência em si parece desnecessária e cheia de "nove horas", mas não. Posso confirmar - não.
Nas pontas dos meus dedos em cima do teclado, escorrem dor e martírio. Está bem, um tanto quanto sem valor, mas cheia de verdades. As minhas verdades.
Depois de um amor não correspondido, não me comporto mais como antes...
Estou estranho, ansioso e cheios de esperanças despedaças.
Choro em qualquer canto de cômoda... Oh, que coisa mais melancólica e depressiva. Nem parece o desbravador da família portuguesa machista!
Chega de prosa, vou dormir e refletir. Depois acordo para um novo começo sem fim. Aquela mesma tortura diária cheia de "homendádes" que acabam com minha rotina. Ora, que belo saco de vida.
Procurei em “Vinicius”, passeei por “Drumond”, dei um pulo em “Chico” e voltei por “Camões”, tentei achar em “Gilberto”, por “Cazuza”, “Betânia” e “Gal”, mas não achei um pequeno verso onde eu encontre nosso plural, deve ser porque nós dois é impossível de explicar, cada vez eu que penso em ti sinto um cheiro novo, tão longe e tão perto, cada detalhe te traz mais certo, uma música, uma lua, um vento, uma fotografia, nos meus sonhos, na minha realidade também, eu sempre fui assim, sempre transformei em versos meus sentimentos, boba? Menina? Sonhadora? Pode ser, mas acima de tudo apaixonada por você.
E também sei o quanto é importante na vida não necessariamente ser forte, mas se sentir forte, se avaliar uma vez na vida, se encontrar pelo menos uma vez na mais antiga condição humana,encarando a cegueira, ficando surdo com nada pra te ajudar além de suas mãos e sua própria cabeça.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo...
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependimento
pelas besteiras consumadas nem
parvamente acreditar que por decreto
da esperança a partir de Janeiro
as coisas mudem e seja claridade,
recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e
gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de
merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
Eu sei que não é fácil mas tente,
experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
dorme e espera desde sempre.
É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.
É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.
É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.
É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
ELO PERDIDO
(Luiz Islo Nantes Teixeira/Carlos F.Teixeira)
Não precisa ser bonita no espelho
Basta saber falar e a hora de calar
Basta guardar segredos e saber ouvir
Saber amar, não porque o amor seja belo
Deve tentar me levantar de minha queda
Mesmo que seja a minha última queda
Deve ter um ideal e dividi-lo comigo
Preciso de uma amiga, mas que me chame de amigo
Saber quem será ideal
Seu grande amor
Pode ser a ilusão
Ou grande dor
Não precisa me dizer que é pura
Basta respeitar e não ser jamais vulgar
Basta fazer-se amiga e me compreender
Basta mostrar que ainda vale a pena viver
Deve tentar me achar em mim mesmo
Pois é preciso que haja vida neste elo perdido
Deve saber que o importante é meu interior
E não o exterior que parece às vezes colorido
© 2007 Globrazil/Islo Nantes Music(ASCAP)
Que o vento leve amor ao teu coração.
Que tudo que é nocivo se afaste de ti.
Que tu te encantes com o presente da vida.
Que tua alma seja curada na luz e no amor incondicional.
"Andei por tantos caminhos
tropecei em pedras,
me arranhei em espinhos
Combati vilões, dragões e minha sombra
Levantei a cada queda
Tua mão me amparou
Busco a Ti a todo momento
nada me desvia do caminho
Peço Luz para todos a cada instante
Peço forças para continuar.
Hoje e sempre não desisto
A Tua Luz irá me Iluminar".
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz
Nota: Versão brasileira da música "Smile", escrita por João de Barro (Braguinha) e gravada, entre outros, por Djavan. A melodia foi composta por Charles Chaplin em 1936, tendo John Turner e Geoffrey Parsons adicionado posteriormente a letra original.
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