Faxina na Alma Carlos Drumond de Andrade
caminho sempre florida
apesar do espinhos
que piso pelo caminho
perfuram minh'alma
sangram meu coracao
me fazem lembrar
que a dor passa
e tudo volta ao normal
vira cicatriz na memória
faz parte da minha história
da linha do tempo
que insiste em viver
no meu horizonte
sem fronteira
que me faz florescer
todas as vezes
que eu sou desafiada pela vida
meu objetivo é crescer
diante das minhas (im)possibilidades
sair daqui mais forte, talvez!!!
Eu vejo as flores
Do seu jardim interior
Plantadas no coracao
E na alma
Eu vejo flores
No seu olhar compenetrado
Ao avistar o horizonte
Eu vejo flores
No amor (con)sentido
E retribuido
Eu vejo flores
E ainda sinto a sua essência
E me atento às suas cores
Eu vejo flores
Belas e viçosas
Igual ao brilho do seu olhar
Eu vejo flores
Bem cuidadas
No canteiro do seu sorriso
Eu vejo flores
Plantadas pelos caminhos difíceis
A serem percorridos
Eu vejo flores
Tatuadas na pele arrepiada
De emoção e paixão
Eu vejo flores
Na planta do pé
Que flutua ao invés de correr
Eu vejo flores
Nas mãos de quem cultiva
A natureza da compaixão
E da gentileza
Eu vejo flores
No alto da minha cabeça dura
De rainha de qualquer coisa
Eu vejo flores
Envasadas e postas
No meu jazigo
Que guarda meu corpo material
E meu espirito exala
Um perfume floral
Tipico das flores que cultivo
Dentro de mim
Do meu jardim divino
Eu vejo flores
Porque sou uma delas
Nasci cheia de espinhos
E provavelmente serei despetalada
Ao longo dos anos
Restará somente o melhor de mim
Cheiro a lavanda ou a jasmim
Meu olhar me vê assim
Tão (im)pura com lágrimas orvalhadas!!!
Antes de trazer flores
Eu me perfumei toda
Minh'alma exala uma doce essencia
Meu coração tambem
E minhas mãos
Com toda a essência
Exprimem um perfume
De lavanda
E de vida
Essencial à evolução
Dos sentidos
Que só fazem sentido
Se for pra perfumar
A vida de alguém!!!
A chuva lava a nossa alma
e purifica nosso ser...
Nos mostra realmente quem
ou o que devemos ser...
O mais importante
em quem devemos crer...
Que eu nunca esqueça
que eu tenho o dever...
De viver, amar, sorrir
e tentar nunca mais sofrer!!!
cai chuva bendita
lava nosso corpo imundo
nossa alma deslavada
nossa boca suja
nossos pensamentos impuros
e atitudes indignas
para sermos bem recebidos
no Reino dos Céus!!!
construindo...
meu espaço
minh'alma
minha família
meu caminho
meu lar
minha paz
minha vida
meu futuro
meu mundo
meu crescimento
meu conhecimento
meus sentimentos
meu perdão
minha esperança
minha lembrança
minha razão
minha loucura
minha paixão
minha amizade
meu amor
meu coracao!!!
liberdade já nasce tatuada na alma
daqueles que tem consciência plena
de quem não se permite prender
nem por um segundo a algo ou alguém!!!
Obsevando-me
No espelho da alma
vejo-me
Detalhadamente...
As rugas em torno dos olhos
Marejados
Lacrimejados
De tanto chorar
De emoção
De raiva
De felicidade
Diante das dificuldades
Que me surgem pelo caminho
Pinto meu olhar
Admiro a beleza
Da natureza morta
Que nem eu fico
Em alguns momentos
Morro diariamente
E sempre renasço no dia seguinte
Me refaço
Me contorno
Me sombreio
Treino para enxergar
Somente o lado bom
O meu melhor
E foco nas imperfeições humanas
E nas perfeições divinas
Na realidade dos fatos
Na continuidade dos atos
E o espelho vai diminuindo
Diante da amplitude da minh'alma
A partir do crescimento do meu ser
Da evolução do meu espírito
E me cega com o brilho
Do meu próprio olhar
Ou do critico olhar alheio
Me desvio e desfoco
Não passo mais sufoco
Porque me amo assim
Naturalmente!!!
Uma alma desnuda
Tem sempre algo a aprender
A conhecer
A entender
A leitura impregna
No cérebro
Tatua a inteligência
Tira o ser da ignorância
Amplia o olhar e o saber
Te enche de sabedoria
Permite crescer
Principalmente em espirito
Faz sonhar acordada
E realizar os desejos
Leva a lugares incríveis
E até em locais proibidos
Flui a imaginação
Não se sabe onde termina a realidade
E começa a ficção
É um ato de amor-proprio
De auto-conhecimento
É paz na vida
É satisfação garantida
É amor incondicional
É leveza
Destreza
Surpresa
É lindo de se ver
De se ler
O livro e a mente
De quem lê
Dignifica
Enobrece
É significado de prazer
Liberta
Te deixa esperta
Te faz sorrir
Te enche de emoção
E os olhos de lágrimas
Te abre o peito e a mente
De felicidade
E te faz escrever
Sua própria biografia
Tamanha é a cultura
Sem nenhuma censura
É aproveitar a existência
Morrer de tanto ler
Nem que for o lábio
As mãos
As cartas
O coração!!!
Despindo a alma
Para cobrir o corpo nu
Tampar minhas cicatrizes
Cobrir minha intimidade
Com amor e suavidade
Acobertar meus sentimentos
Ora despidos a céu aberto
Encobrir minha razão
E descobrir minhas emoções
Mostrar o que tenho de bom
E enterrar dentro do peito
As desilusões
Tampar o frasco de perfume
Guardar minhas preciosidades
Esconder os trapos que cobrem o coração
Me admirar no espelho
Que há no plano espiritual
Vestir meu manto de rainha
Do vendaval
Que faz tempestade a toa
Que encanta e ecoa
Pelos cantos do universo
Eu sou mais eu!!!
Me olho no espelho da alma
É preocupante o que vejo
Eu deixando de me importar
Com o que falam, pensam ou inventam
Ao meu respeito
Me dou o respeito
De ser quem sou
Nada perfeita
A beira do caos
Emotiva
Tenho motivos para sonhar
Cheia de razão
Quando me disponho a amar
Cheia de boas intenções
E a passagem para o inferno se abre
Porque lá sim, está cheio de gente que nem eu
Estamos todos no mesmo patamar
No mesmo degrau da escada evolutiva
A ser escalada, subida de joelhos
Meus problemas me preocupam
Ocupam meu pensamento
Não sei se caso com a vida
Ou se tiro um passaporte
Vou me transportar para outra dimensão
Quem sabe para o plano espiritual
Estudo minha bola de cristal
E ela me diz que eu vou ser feliz
Sozinha ou acompanhada
Vai depender só de mim
Aqui ou acolá
Vai depender do Pai
E sua misericórdia divina
E minhas rugas de preocupação aumentam
Porque tenho tanto débito para pagar
E perdão para pedir
E gente pra ajudar
E amor para sentir
E pertences para desapegar
Só a leveza da consciência
Me deixará partir sem pesar!!!
Me pendurando
Mas minhas certezas
E nas verdades acesas
Da minh'alma cansada
Assim como das minhas costas
Dependurando nos meus alicerces
Me sustentando sobre meu tronco
Firmando minhas raízes
Me equilibrando nas incertezas da vida
Me descobrindo mais forte do que nunca
Cada vez mais tatuada na alma
E sei que a força vem da fé que me alimenta
E meu espírito aguenta
Os desequilíbrios da existência
Firmo o pensamento
Olho o firmamento
E sei que Deus está lá a me esperar
Eu ficar cada vez mais forte
Quem sabe venço meus medos
Luto contra o desespero
De achar que não vou conseguir
Mas eu vou, eu resisto
E depois insisto na força do amor!!!
O vento sopra
Uiva
Sussurra
Passa
Lá fora
Da janela
Da minh'alma
E eu por ventura
Escuto os seus sinais
Ele me diz:
Que não passa duas vezes
No mesmo lugar
Tal qual uma oportunidade
Perdida bem no meio
De um alvoraçado vendaval!!!
colocando as cartas
na mesa ou no chão
elas mostram o que vai no coracao
e a alma envergonha-se
dos pensamentos impuros
recebe da vida os golpes duros
falta respeito
falta amor
falta tudo
pra viver com alegria
e passa o dia
estamos a sofrer
e a cada segundo morrer
sentindo no peito a dor
e nos olhos a escorrer
nada é eterno
entre planos e danos
causados por nós
um nó na garganta
uma briga entre nós
um nó apertado no peito
quem dera um dia
o nó não vira laço
e nos encontramos
dentro de um abraço
duro como o aço
e tudo se desfaz
só o amor me satisfaz
me refaz
não me engana
é astuto e sagaz!!!
Doce lembrança
Que descanso de alma
Essa felicidade
De asas tão brancas
Tão leves
Tão soltas
Que viagem tão calma
Essa lembrança
Ecoando do passado
Tão distante
E tão perto
Que segredo tenho na palma
Essa firme calma
Como pluma ao vento
Tão envolvente
Tão inocente
Nessas horas de aguas noturnas
Deslizando na vidraça fria
Vai surgindo como alma nua
No vazio etéreo da melodia
Lembranças da imagem tua
Nessas horas de aguas noturnas
Quando um vento assopra do norte
E de alegria faz sorrir uma flor
No deserto árido da boa sorte
Some no oásis a miragem da dor
Nessas horas de aguas noturnas
Como teatro liquido cristalino
Segredos escorrem pelo chão
Torrentes da alma em desatino
Borbulham coisas do coração
Nessas horas de aguas noturnas
Na lentidão do tempo que corrói
Como o híbrido passado da ironia
Fala mais alto o bem que não dói
Despedindo da noite um novo dia
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