Faxina na Alma Carlos Drumond de Andrade
Mil velas iluminará na escuridão, mas uma vela ainda terá seu brilho! Pois as trevas não se misturam a luz.
Fez do seu jeito
Quantas vezes caiu, e se levantou
quantas vezes engoliu, e não explodiu
quantas vezes chorou, para não desistir
quantas vezes se humilhou, para continuar.
A se ele acreditasse de verdade, que sempre teria forças e recomeçaria novamente, ele tinha que ter isso sempre em mente, pois sempre seguia rente, com o coração dilacerado, mas erguido, sempre em frente.
Como ele gostaria de saber a quantidade de forças que ainda tinha, pois ao invés de se amargurar, de chorar, se levantaria e seguia, parece que todos à sua volta sabia, mas ele achava que não conseguiria.
Naquele momento em que a flecha o feriu no fundo da alma e ele cego fugia, se ele soubesse que não resistiria e voltaria, e lhe vendo de longe sofreria, mas o orgulho e a vergonha lhe impedia de continuar em sua vigília.
Se ele soubesse quantas vezes cairia e recomeçaria, não cairia, mas como não sabemos nunca quando o fim vai chegar, achamos que já não vale a pena tentar, pois logo ele vai nos abraçar.
A se ele soubesse, tantos males evitaria, quantas dores deixaria só no subconsciente e não a revelaria, a uma realidade que só dores traria, só tristeza e saudades revelaria, e no fim ninguém sofreria.
Mas ele tentou, tentou não fazer sofrer, tentou evitar o entristecer, mas de nada adiantou, pois sofrimento e tristeza foi o que restou, dava ouvidos aos seus impulsos e não compreendia, a dor que causava por querer dar felicidade sem saber se era o que o outro queria.
Felicidade é uma incógnita, um mistério que cada um tem o seu, o que é felicidade pra ele, pode ser loucura pra você, o que ele sonha, pode ser o seu pesadelo, se não houver sintonia, só sofrimento pode se ter.
Quando se pensa diferente nada pode acontecer que venha a amenizar o viver, um puxa para um lado o outro para o outro e a nenhum lugar vão chegar, só dor e tristeza podem carregar.
Mas ele tentou, sim! Bem que tentou, mas do seu jeito, sem se preocupar com o tempo do outro, ou se preocupando sem pensar no seu tempo, e dor, sim muita dor foi o que conquistou.
Hoje tem uma bagagem difícil de carregar, sabe que lutou, mas muitas dores causou, mesmo que com as melhores das intenções, quis que fossem felizes sem perguntar se era assim que queriam.
Pois felicidade é uma incógnita, e incógnita é sempre um mistério, não se pode achar, e não se tem certeza para duvidar, o melhor é não arriscar, pois dor e sofrimento pode causar.
Mas Deus sabe que tentou, tentou evitar o sofrimento sofrendo, pois melhor é o que dá que o que recebe, mas o que será que se deve dar, pode ser que o que você tenha para dar, não é o que se quer receber.
A vida é um mistério, uma incógnita, ô palavra misteriosa por si só, como gostaria de saber mesmo antes de saber, pois só alegria distribuiria e sofrimento não conheceria.
Mas nada disso é simples poesia, a verdade é que cada vida é única, e cada um tem seu caminho, e nada do que você faça, coisa alguma mudaria, pois o que é seu vai te encontrar em qualquer hora momento e lugar, não adianta se desviar.
Isso, só não pode ser motivo para sentar e esperar, pois muitas vezes depende do próximo passo a dar, só aí o destino começa a se desenhar.
Mas Deus sabe que tentou, há se ele soubesse o que sabe agora, quanto tempo economizaria lá fora, mas o que importa é o aqui e agora, pois o futuro de muitos depende de como compreende a vida que viveu outrora.
Mas uma coisa o conforta em tudo isso, ele buscou um novo caminho, e fez do seu jeito, não deu satisfação ao sistema, sistema que nunca concordou, saiu do óbvio e fez do seu jeito, sem se preocupar se nada mudou!
Desde criança achava que a vida poderia ser de outro jeito, e foi buscar esse novo jeito, mas era tudo combinado, e tudo era como parecia ser, mas ele não conseguia concordar, e realmente fez do seu jeito, como achou que deveria ser!
Nunca chorou o leite derramado, levantava dava a volta por cima e seguia a procura do que procurava, quando encontrava logo percebia que ainda não era o que procurava, e seguia seu instinto.
Só lamenta que onde passou deixou marcas que não se apagarão, amores surgiram, viveram e se foram e ele continuou na estrada procurando o que ainda não sabia, mas até aqui, fez do seu jeito.
Ninguém morre de amor, nem deveria matar, pois amor é eterno, talvez com ausência, mas nunca acaba, as memórias ficam para provar isso, quem amou de verdade, guarda na memória.
Na sua mente um coração tem lugar para muitos amores, desde que não tenha causado destruição, cada amor é diferente em intensidade e paixão, quem ama de verdade, é capaz até de se afastar para dar paz.
Mas, o mais importante de tudo isso, é que Deus sabe que tentou, amou todos e cada um do melhor jeito possível, mas fez do seu jeito.
Lembro-me de quando nos conhecemos, parece que foi ontem.
Você restava com sua farda do colégio com o nome escrito em sua costa. Confesso que fiquei curioso sobre essa pessoa, e então fui puxar assunto para conversar, ficamos a aula inteira jogando algum jogo (acho que era Geometry Dash), e desde desse dia não paramos de conversar e ficar longe um do outro.
No entanto tínhamos somente amizade, eu queria algo a mais, mas éramos novos demais para termos algo, mas eu sempre pensei em você do meu lado e hoje eu posso tê-la comigo.
Confesso que já tivemos nossos altos e baixos, e estamos tentando recuperar bastante tempo perdido. Portanto, estamos conseguindo, pois em cada abraço seu, cada beijo seu, cada cheiro seu, cada som que sai de sua boca, e cada movimento que você faz... Eu os observo e aproveito cada momento que se tem para que fiquem em minha memória.
Sei que sua situação não é fácil, mas sabes e conheces a minha pessoa, nunca que eu iria deixar você enfrentar tal situação sozinha.
Você teve a maior sorte do mundo, e nem tinha se tocado, mas ela voltou e eu estou de volta para você.
Sei que ainda teremos nosso momento encima de um altar, então me dê a mão, para fugirmos desta escuridão.
Para se viver razoavelmente bem e consciente nesse mundo é necessário
compreender que estamos todos trincados.
A vida nunca irá ser plena por mais de alguns minutos. Com sorte algumas
horas.
Estará sempre trincada, rachada, interminada.
Alguém disse que (Talvez Rousseau) somos perfectíveis, mas jamais perfeitos.
Aceitar e conceber as trincas que permeiam o meu ser me permite ser. Ser por
vias mais leves.
Sobretudo por compreender que a rachadura é compartilhada por todos nós.
Cada um à sua maneira.
Costumamos olhar para as pessoas ao redor e, ao menos momentaneamente,
acreditar que são completas (acredito também que seja um sintoma acentuado
pelo mundo contemporâneo e as redes).
É fácil acreditar que uma determinada pessoa por ter ou conquistar determinado
atributo está completa, terminada. Seja um atributo, uma conquista ou até um
item de consumo (importante lembrar que as relações em grande parte também
são itens de consumo).
No entanto esse fácil engodo cai por terra ao perceber que somos todos
trincados, e alguns de nós, até efetivamente quebrados.
As rachaduras, tais quais uma impressão digital, em muito se parecem. Contudo,
uma análise mais detida consegue comprovar que nenhuma é idêntica com
qualquer outra. Cada ranhura, traço de linha, espaçamento, largura, sofrimento
e bons momentos, são únicos.
Saber que todos estão trincados, e às vezes quebrados, nos dá poder. A partir
disso é mais fácil compreender que está tudo bem. E ainda, olhar para os feitos
de outros sob uma nova ótica. Apesar de trincados, incompletos, imperfeitos,
foram capazes dos seus feitos e méritos.
Dessa forma, se outro trincado/quebrado foi capaz, então talvez você também
seja. No mínimo, não há muito que se comparar já que cada um se trinca e se
quebra em sua própria medida.
Trincados/rachados/quebrados mas com a perspectiva da leveza de que não há
fuga, está tudo bem.
Em alguns momentos, ainda, é importante compreender que pode estar “tudo
bem” dentro de uma doce medida de não estar tudo bem.
Todas as coisas criadas pelo Homem não foram criadas por ele. todas já existiam e nós só as percebemos e as moldamos com o que temos.
Comemos num mundo de sentidos, mas pescamos num mundo de ideias.
Minha vida se parece com o que não desejo e o que desejo ser.
Sou aquilo que ainda não e aquilo que jaz um dia.
E agora, o que sou?
Já foi, durou menos que um susto.
E agora, o que sou de novo?
Nunca imaginei ser isso!
Mas já vai indo também.
Quero ser algo melhor e se puder até sorrir mais.
Queria ser algo que durasse mais tempo, só um pouco mais.
O ser dura muito pouco e o que fica é somente o sentimentoque o momento de ser nos imprime, seja antes ou depois dele.
Não posso sustentar um estado de ser mais que um breve momento,
mas posso querer isso várias vezes, em vários momentos. Assim apreciar os sentimentos proporcionais às minhas escolhas.
Acho que sou isso!
E já foi de novo.
Acho que sou isso também...
. Homenagens ao Dia do Eletricista ( 17 de Outubro de 2024 ) aos profissionais mais dinâmicos do mundo .
Não há ninguém na face do planeta Terra que não tenha mentido, mas fazer disso uma prática é difícil aceitar.
Maldade
Eu sempre soube
Que não era só amor
E esse suor em meu rosto diz
Que não suporto mais
Correr e tropeçar
Subir e cair do alto.
E no final
É sempre sobre saudade
Essa maldade em meu peito
Meu peito torto e oco
De tanto amar
E desabar na maldade
A maldade do amor.
Mais uma vez
Achei que isso não aconteceria
Escrever tal poema
Desperdiçando rimas
Amando esses versos
Que só me lembram você.
De novo sofri
Sem motivos
De novo amei demais
Mas mais uma vez...
Não julgo o que você fez.
Diz que me ama
Diz que ainda sente algo
Que te mostro o que fiz em minha vida
Fiz poemas
Mas não temas, nem todos são de amor
Alguns são de dores
Dores de seus amores.
Olhos
Queria arrancar meus olhos
Para não ver você
Para não amar você.
A cada vez que te olho
Sinto saudade
A cada vez que te olho
Desejo não tê-los abertos.
Eu sou o culpado (?)
Por tal sentimento
Ou são meus olhos
Meus olhos mortos.
Uma taça vazia
Que a saúdo com todas as forças
Ei iria até o fim Para encher.
Essa querida taça de amor.
tesoura
acho que escrevi errado
quando escrevi sobre amor
pois, queria queimar tais páginas
que só me trazem rancor.
entretanto as cortei
em pedacinhos de papel
em pedacinhos de amor
e desde que me lembro
não lembrei onde as deixei.
talvez em você.
minha tesoura sem ponta
pronta para cortar esses versos idiotas.
e um poeta vivo
ainda cínico
mas com as mãos cortadas
já sem minha tesoura sem ponta
que estás pronta para voltar
e me mostrar o sentido de cortar.
corrida
caminhei por tal passarela
uma amarela que me tirava atenção
pintada as aquarelas
ou em telas a óleo.
corri tanto que meu suor esfriou
não de cansaço
nem de estresse
mas o medo de quem andou de mais.
por que a linha de chegada importa?
se a largada nem foi dada.
precisei correr
para ver
para me cansar de correr atrás
daquilo que nem vai me esperar
para que quando eu chegar a cair
eu tenha um motivo para me levantar.
e mais uma vez, correr sem saber o porque
e já nenhuma vitória ou derrota me importa
só a obsessão.
de que tudo isso tenha sido em vão.
poeta
se eu não fosse poeta
você me ouviria
talvez riria de tal desgraça
a graça da tristeza.
você entenderia meus sorrisos
tanto os falsos
quanto os verdadeiros?
os mais sinceros.
talvez em outra vida
eu não seja poeta
e diga tudo que ainda atormenta.
e você se concentra
em entender(?) o porque.
mas isso não é real
pois sou um animal frágil
bem rabugento
preso em arbustos
um solto, um louco no cio
que vive no ato da liberdade.
talvez se eu não fosse poeta
te escreveria uma carta aberta
e leria em voz alta
para a mais alta classe.
te contanto tudo, sem depender de um verso.
Planos
Te imagino em um quadro branco
Com um louco te carregando nos braços
Um pouco parecido comigo.
Espero acordar cansado
Com um peso enorme em meu peito
Enquanto digo:
- Vou fazer nosso café amor.
E você sai de cima.
Penso em um altar
Em buquês de girassóis.
Nunca fui fã de Van Gogh,
Mas vou amar você
Como Van Gogh amou amarelo.
Perdedor
Não é medo de te perder
E sim de me perder em tudo.
Não é medo de errar
Mas sim de te machucar.
Nunca tive medo de amar
Mas de ser um mal perdedor
Que não suporta a dor.
Não aceito a derrota
Não aceito errar
Nem perder (você)
Esse é meu jeito de perder.
Vamos revanche sem saber os limites.
Pois entre nós não existe game over.
