Fala
Discipline a sua língua para falar palavras de amor. Quando estiver em dúvida, diga a coisa mais amorosa que puder, e você não estará errado.
Quando desejo falar o que sinto numa expressão consciente, ao movimentar os conteúdos da psique, a fala é o colorir, o pensamento um desenho em preto e branco
Visão deslumbrante
que dilata meus olhos,
esconde-me as palavras
calando-me a boca
e pra meu semblante, dá fala.
Palavras declaram,
os atos comprovam,
que a ação não contrarie a fala,
viver é agora, é temporário,
não tem espaço pra demora,
sendo assim, não deve ser desperdiçado,
já é hora dos momentos
serem sabiamente desfrutados.
Ainda que sejam ou busquem ser discretos, naturalmente, os olhos são livros abertos, onde a verdade é exposta, o sentimento que transmitem é sincero, não importa se perturba ou se renova, refletem o que há por dentro, parte de uma história, da felicidade à angústia, da gratidão ao lamento.
Brilham alegres com gratas surpresas, diante de pessoas benquistas, da beleza de vários lugares, mas também se contraem, até se fecham pelo medo ou instigados pela raiva, portanto, reagem às emoções autênticas com espontaneidade e a falsidade é claramente revelada.
O jeito que tu olhas é tão confiante que ilustra muito bem as minhas palavras, que com certeza, não são de uma realidade absoluta, porém, por ser espontâneo, dificilmente, um olhar engana como o faz uma fala, que exulta com muita facilidade uma confiança falsa.
Fala-me do tempo e das intrigas,
e dessas coisas que dizemos por falar…
Diz-me prosápias das modestas raparigas,
que fazem renda numa casa à beira-mar.
Diz-me essa história proibida de dizer,
arrecadada no cacifo dos segredos…
Conta-me um verso, daqueles que dão prazer,
quando as vagas fazem rimas nos rochedos.
Canta-me um fado, com a tua voz castiça,
denunciando os infortúnios da miséria…
Fala do povo, do divino, e da justiça,
com essa crença que a justeza faz etérea.
Diz um olá no meu ouvido encortiçado
pelo silêncio das palavras mais esquivas…
Fala do conto que não foi sequer narrado
no nobre esboço do condão das narrativas.
CONDENAÇÃO
Fala afiada
Corte profundo
Que cala e abala
Julga e espeta
Violenta emoção
Perde a razão
Parecendo certeira
Sentença rasteira
Esvazia o sentido
Sem eira nem beira
Transforma em bandido
Quem pensa diverso
Malvado, perverso
Proclama assim
Bate o martelo
Em rude pancada
Culpa arranjada
Faz parte do homem
Dispara e some
Vergonha acanhada!
BALANÇO
Vai pensamento buscar
Lá no balanço das folhas
Que muito sonhos embala
Sem esperar no sofá
Pois todos temos escolha
Ação naquilo que fala.
A expressão artística em sua plenitude e a comunicação diária é uma coisa só. Não existem momentos mais propícios para dialogarmos com as pessoas, com a vida e consigo mesmo da mesma forma que não existe momento mágico exato para urgentemente ligarmos os botões vermelho e verde, da sensibilidade e da criatividade.
A poesia surge de uma conversa sem fim entre aquele curioso e insensato que fala com ele mesmo, outras vezes com um ser maior na divindade antropomorfizada ou mesmo com a natureza enquanto energia pura da criação.O curioso que até aqui a grande tríade está presente.Como só fosse possível começar a falar com alguém o que for, seja ele quem for, se for de outra coisa real ou imaginária, ou alguém que seja conhecido ou desconhecido de pelo menos de um, dos dois, ou de nenhum dos dois mas que no momento da fala, esteja ausente.Daí deságua a trinca mais que perfeita para à " fofocação ".Parece mesmo que a boa poesia é um hiato perfeito entre o drama e a comédia, mas vamos deixar isto tudo para os poetas mais confusos do que eu que hão de vir por aí.
Precisamos ir além do lugar de fala.
O lugar de fala do índio, do negro, da mulher, do gay... tem e deve ser em qualquer lugar.
Não devemos nos limitar aos nossos guetos.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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