Fabio de Melo Acaso Deus Felicidade
Não Preciso me esconder em outros eu para assumir os meus sentimentos e expressar o que sinto (pensamento anti-Fernando Pessoa)
“Porque não quero mascarar-me
Em outros "Eus"
Se posso assumir aquilo que to sentindo
Sem precisar faze isto
Porque também os outros "Eus" não são outros alguéns e sim apenas eu mesmo
Os seguidores de Fernando Pessoa que me perdoem
Mas eu acho que ele foi um frouxo e um covarde por fazer de seus Eus Outras pessoas que nada mais eram do que apenas ele em si mesmo”
Por Everton Kaytson De Melo
Deve-se viver intensamente, todo dia e toda noite, toda hora e todo minuto, pois o que ficou pra trás são cinzas e o que há de vir é fogo, fogo que incendeia o espírito e contagia a alma, fogo de amor, de vida, de esperança e fé.
Se acordamos todos os dias, é porque demos motivos à vida para que o fizesse.
Somos chaves para várias portas que quando abertas nos dão a oportunidade de mostrar que somos mais e que podemos ser mais. Mente e coração unidos, pode ser uma utopia, mas é algo pra se “pensar ou criar”.
No coração humildade e coragem, na mente, uma certeza, não chegamos ao fim de um caminho, estamos apenas dando o primeiro passo para uma longa jornada.
Nos bons ou maus momentos faças de tua mente os equilibrados pilares, para que o teto da vida não desabe sobre ti.
Tolos tentam pular os degrais achando que vão reconhecer o topo. Acorde: Tudo tem seu grau de passagem, e toda passagem requere esforço para atingir um grau.
Vejo muitas pessoas reclamando que não encontram uma pessoa boa e gentil que as ame, um bom amigo...
Geralmente, estas pessoas, simplesmente, não tem o que não conseguem ser.
Não posso pedir o amor de ninguém, por que amor é amor e não é esmola nem consolo. Ele simplesmente acontece.
"Neste mundo cheio de dor e sofrimento.
Onde as pessoas matam umas as outras
por diversão, ou por vingança,
o ciclo do ódio se completa.
Trazendo mais dor, mais morte ,
mais vingança, mais ódio.
Com o ódio , vem a morte,
junto dela a vingança e assim
o ciclo do ódio é formado.
E a paz é apenas uma bobagem...
este poema foi feito por uma criança de 10 anos ( carlos eduardo caetano de melo)
Reconhecer quem se é não é chegar a um destino: é percorrer um labirinto de nuances. Somos feitos de claros e escuros, mas, sobretudo, de tons de cinza: essa cor que carrega a sabedoria dos opostos. O cinza não é ausência de cor: é o encontro delas. Ele é o lugar onde o preto e o branco deixam de brigar e começam a coexistir.
Assim é o processo de se reconhecer: um equilíbrio frágil entre extremos. Há dias em que somos luz intensa, outros em que nos sentimos pura sombra. Mas é no meio-termo, no espaço do cinza, que o eu verdadeiro repousa: não o eu que o mundo espera, nem o que criamos para agradar, mas aquele que respira quando cessamos a necessidade de ser algo definitivo.
E então percebemos que cada gesto, por menor que pareça, ecoa além de nós. Como no efeito borboleta: um simples bater de asas, uma escolha íntima, um pensamento cultivado, uma palavra dita ou calada, pode alterar a corrente do tempo. Nada é tão pequeno a ponto de não transformar.
Reconhecer-se é aceitar esse poder sutil: entender que cada fragmento de nós, cada tom que carregamos, influencia o mundo ao redor. Somos cinza, mas somos também vento que move. Um suspiro interno pode gerar uma tempestade de mudança lá fora.
Por isso, quando finalmente nos olhamos com honestidade, vemos que não somos apenas indivíduos isolados, mas parte de um grande tecido que vibra com cada batida do nosso ser. E ao aceitar o cinza em nós, ao acolher a complexidade de quem somos, libertamos o bater de asas que pode mudar tudo.
Porque autoconhecimento não é apenas sobre encontrar respostas: é sobre perceber que somos, nós mesmos, uma pergunta.
