Fabio de Melo Acaso Deus Felicidade
Tributo aos amigos
Meu coraçao peabiruta
Gratidão fertiliza
E obrigado tributa
Aos meus caros amigos
Que de forma precisa
Me abrandam perigos
E dividem comigo:
Piadas
Brinquedos
Problemas
Torpedos
Cachaça
Segredos
Suas preces
Seus medos
Aos amigos de berço
Aos amigos de acaso
Aos amigos de terço
Aos amigos de passo
Aos amigos à vista
Aos amigos a prazo
Aos amigos de trampo
Aos amigos de aço
Aos amigos grandes
Aos amigos pequenos
Aos amigos sinceros
E aos mais ou menos
E a quem do meu lado
Peregrina essa estrada
Um abraço apertado!
Uma Skol bem gelada!
Algea, eleison!
Que é a dor,
senão fria corrente
que une os mortais?
Que é o amor,
senão medo pungente
de murmurar ais?
É a dor quem desenha
os santos e os pecadores.
É ela a mesma senha
nas prisões e nos andores.
Pois santidade e imperfeição
têm nas veias mesmo sangue:
São filhas da aflição,
paridas num mesmo tanque
cujo nome é coração.
Papel de parede
Saudade feroz
de quando as paredes ouviam,
condenavam, proibiam
a nossa voz
Errávamos menos
quando as paredes tinham ouvidos.
Pois precavidos,
éramos plenos.
Hoje os ouvidos têm paredes.
Não é esquisito?
Pois nem meu grito
tu já não sentes.
Reclamo em vão...
Mas se há paredes
Pintemo-las verdes
pra ocultar solidão
Sou prático: digo logo o que quero e o limite de preço aos vendedores e pronto. Não tenho muita paciência pra ficar escolhendo cores, formas e o diabo.
Ao Estudante Anônimo
Liberdade é poesia
que não se desvia
das muralhas
Liberdade ultrapassa
Tanques brutos da praça
represálias
Liberdade é música
que vai além da letra
escrita
berrada
mortal:
Manifesto silencioso da verdade
Genuína paz celestial
Superna notula
Não escrevo poesia
é ela que me escreve
é ela que se atreve
a grafar-me, tirania
Poesia não se lavra
nasce sozinha
erva-daninha
erva-palavra
Poema não se poda
é soberano
sobre-humano
incomoda
A poesia está em tudo
é quase ente
onipresente
onidesnudo
Endereço
Minha casa é um recanto do mundo
a doze passos do coração.
É horta fértil, jardim fecundo,
pelos Campos do Mourão.
Minha casa é colo e cafuné,
é cheiro de mate e pão caseiro,
é força e vida, vigor e fé
que canta o sino de Engenheiro.
Minha casa é abraço apertado
onde a Gralha Azul fez ninho.
É beijo tímido, apaixonado
nos cafezais de Sertãozinho.
Minha casa é floresta que se avista
da janela velha rindo à toa.
É semente nova que o altruísta
acomoda e rega em terra boa.
Minha casa é pinheiro, é cipestre
que penumbra, em trilha oportuna,
os tapetes do ipê roxo, flor silvestre
nas calçadas de Araruna.
Minha casa tem gosto de Carneiro ao Vinho,
Sabor sagrado, segredo sangrado no sul.
É terra rubra que pinta o pé pelo caminho,
é sossego, saudade e sol. É Peabiru.
Escrevo porque gosto de escrever. Melhor, de rabiscar. Rabisco, rabisco, finjo que escrevo. É só fingimento. Mas, fico satisfeito.
Só os curiosos com espírito sublime valorizam essas que a maioria chama de coisas de quem não tem o que fazer.
Sabemos tudo mais ou menos, mas agimos com a convicção plena de que sabemos tanto ou muito mais que os outros.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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