Eu te Amo Brenda
Não passou
Nem vai
Nem sai
Simplesmente porque
Eu ainda não descobri
Um lugar para andar
Onde você não esteja
Tempo, tentativas, outras histórias, outros erros, outras permissões e uma permanência que me incomoda e inquieta. Não consigo normalizar tudo isso, fazer recortes do agora, pois, em um instante, tudo se mistura, ludibria, fica estranho.
Atemporal demais para ser compreendido.
Eu falo que você faz "tudo isso" e você, na verdade, não faz nada, são apenas as minhas Interpretações, meu jeito de permanecer.
Quando mais ninguém estava la do seu lado
Eu me mantive do seu lado antes e depois da tempestade
Quando o furacão passou você partiu
Rasgou meu peito
Eu preciso te dizer agora, o que nunca disse antes...faz muito tempo, eu sei!
Temi tanto a sua partida, que parti primeiro...foi isso
Era insuportável ficar longe de você
Insuportável imaginar todas as possibilidades de você decidir não mais ficar comigo
Insuportável esperar
E de verdade, acreditei que era essa a solução e que depois de um tempo tudo se normalizava
E a verdade é que nunca foi normal, nunca!
Nunca foi igual a nada, nem durante, nem depois, nem agora.
E eu nunca soube como explicar você pra mim, nunca soube me entender em você, era simplesmente intenso e indecifrável!
É como se eu tivesse me encontrado em você e essa ideia me assustava demais...eu não estava pronta para "nós".
Ontem foi o dia mais difícil sem você
O dia mais ambivalente
O dia em que a vida me fez lembrar que você não ficou aqui
para que eu pudesse te tocar
Você não ficou para que eu pudesse te olhar assim
e nem para que eu fosse olhada de volta com olhinhos curiosos
Não deu tempo de sentir seu cheiro
Olhar suas mãozinhas mexendo
Sentir você crescer aqui dentro
Não deu tempo de escutar seu coração batendo,
Nem por um segundo
Nada disso aconteceu
E tudo isso não passa, não sai, não vai
Só dói, só me faz sentir assim, vazia
Vazia de um amor que não se concretizou como eu sonhei
De uma saudade de coisas que eu nunca vivi
Eu não estava pronta para perder você
O som que eu gosto
O som que sempre gostei
Faço repetir aos meus ouvidos
Como um acalanto ao coração
Como um reviver
Como trazer a presença
Mesmo que distante
Chave que se quebrou
Caminho de volta que se perdeu
Esse nós no ar
Essa voz que ecoa
Essa presença distante
Essa inquietante sensação
Eu tenho muito medo de tudo isso
Dos abismos que eu ainda não conheço
Laços ou nós?
Que nós?
Existe nós?
O que fazer como tudo isso?
Onde eu guardo?
O que eu faço?
Isso te confunde?
Escrevo e apago
Reescrevo e apago
Mas não apago o que importa
Quanto mais perguntas
Menos respostas
Quanto mais respostas
Mais dúvidas
Andamos em círculos?
O que é tudo isso?
Do que nos aproximamos?
Que parte de nós não quer se afastar?
Qual o resultado disso?
O que fazer com as ambivalências?
Para onde vamos?
Repetiremos as repetições?
Eu ainda teimo em escondê-la
Mas já não há mais lugar
onde ela caiba por inteiro
Sempre sobra uma parte
Onde te procuro
Não te encontro
Onde te não encontro
Me perco
Onde me perco
Te sinto
Onde te sinto
Me acalmo
Onde me acalmo
Me perco
E onde me perco
Te acho
O que fazer com esse ser de ambivalências que habita mim?
Como não ser ambivalente?
Como faz?
Como acabar com essa sensação
De me perder a cada vez que me acho?
Como faz para ser uma só?
Todos são assim?
Será que meu problema
é que eu disfarço pouco?
Olhando pra você eu percebo
O quanto tudo isso é tão além
Das coisas que eu poderia entender
E o quanto eu sempre estive aqui
Mesmo quando fingi
Inclusive para mim mesma
Que não estava
Mas nada disso muda a sensação
Ou a certeza
De que eu sempre fui
Uma grande confusão
E nunca
Uma escolha
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