Eu te Amo Brenda
Eu não sei o meu nome, nem o meu telefone, eu só quero fugir.
Eu sou filha do destino, ele é meu amigo, eu posso sentir.
Eu vivo sempre correndo, mas me remoendo, eu não vou permitir.
Eu canto todas a noites, numa chuva de açoite, as gotas a me aplaudir.
Eu não sigo suas regras, eu te prego peça, eu sou assim.
Vivo no meu próprio mundo, mesmo que bem imundo, uma hora eu mudo.
Eu tenho meus pensamentos, mesmo que pequenos, eles vão agir.
Eu sempre penso em tudo, nos nossos segundos, momentos sem mentir.
Eu tenho meus pesadelos, mas não vivo com medo, eu não irei partir.
Eu subo em os meus galhos, pulo que nem macaco, sempre a me divertir.
Você chorou, chorou, e ninguém lhe viu.
Você gritou, gritou, e ninguém ouviu.
Você cantou, cantou, e o mundo fez "xiuu"
E mesmo assim você não partiu.
Só fez sentir o que nunca sentiu.
Vive sua vida como sempre, a mil.
Seus horizontes você expandiu.
E os que não te viam, você excluiu.
Os que esnobaram, para eles você riu.
Sempre que tentavam, não davam um "pio".
E os que choraram contigo, você permitiu.
Porque o que lhe faz bem, é o que construiu.
Seja uma amizade, que anda em fios.
Você é do tipo, que nunca desistiu.
Estava sempre lutando, nunca mentiu pro seu coração, e nunca disse não para quem te deu a mão.
A noite chegava, junto vinha a escuridão.
Que sempre vinha acompanhada de um a imensa solidão.
Onde as mentes pernoitavam procurando solução.
Onde as pessoas se maltratam, por não ter compreensão.
Então a noite assim sumia, levando a dor e exaustão.
Então o dia logo chegava, sem nenhuma explicação.
Repleto de sorrisos falsos, só por educação.
O dia era apenas, um momento de clarão.
Onde tudo vinha a tona, arrasando o coração.
O dia era belo, arrancava inspiração.
A noite e o dia não se viam, mas sentiam a pressão.
Sempre na hora de ir embora, deixavam a mesma expressão.
Eles nunca se cruzaram, mas juntos formam a mais linda perfeição.
Pelas ruas, pelos mares, a som dos sons da cidade.
Pelos ventos, pelos ares, todos buscam reciprocidade.
No chuveiro, na cachoeira, debaixo dos pingos descontraídos das águas da chuva.
Na praia, na sala, em uma mente brilhante.
Seja onde for, tem alguém que semeia o amor.
Em pensamento, em ações, em abusivas e gloriosas emoções.
Alguém lida com corações.
Em espírito, em corpo, alguém sente as vibrações.
Em momentos, em lembranças, em dias de esperança.
Alguém sempre renova uma aliança.
Seja adulto, idoso, uma criança, alguém ainda se encanta.
Seja dia, seja noite em meio a uma chuvinha de açoite.
Alguém sabe que apesar de tudo, o amor é o amanhã, o ontem e o hoje.
O amor é o meu, é o seu, é o nosso mundo.
Dona Maria
Mãe de dois filhos, o Bira e o Pepe.
Acordava todo dia, de pé sempre às sete.
Levantava de manhã cansada e mesmo assim não se esquece, de arrumar a mesa, e por café para os moleques.
Dona Maria é dona de casa, é cozinheira e ainda é chefe.
Vende docinhos de dia, e a noite uns croquetes.
Ahhh Dona Maria...
Trabalha, trabalha, trabalha...
Dona Maria era casada.
Daquelas não muito amadas.
Então tornou-se divorciada.
Descobriu que o amor brotava de dentro de si.
Se tornou mais feliz assim.
Dona Maria, levava as crianças para a escola.
Preguiça para ela não cola.
Vai para o mercado bem rápido, mas vai voltar rapidinho, advinha, ela esqueceu a soja.
Dona Maria, se apressa bem depressa, aproveita o tempo que ainda lhe resta.
Faz o jantar bem cedinho e sai para buscar seus filhinhos.
Dona Maria, aquela que acorda com os galos.
Alimenta os seus filhos, e se joga no trabalho.
Cozinha e limpa, Dona Maria é
guerreira.
Por falta de luz eu me escondi, de tanta perdição eu me perdi.
São tantas tentações, não resisti.
Sem preocupação, estou aqui.
O meu pior pesadelo deixei voar, era melhor que a mim ele fizesse acabar.
Aquele monstro tinha que escapar, porque juntos precisávamos estar.
Alguns dizem que a dor é o pior mal da espécie, eu digo que a dor é algo que ninguém esquece.
Ela é sorrateira sempre quando aparece, é de uma beleza extrema, das que não se mexe.
Ela vive em mim, ela vive em nós, só precisa que alguém escute sua voz.
Quando eu permiti, ela pode fugir, liberando todo meu mal que está por aí.
A minha dor me transformou na minha condenação, por causa dela perdi vários irmãos.
Na guerra, ela não me fez recuar, e eu nunca deixava os outros de algum modo voltar.
A minha agonia a compartilhar, espalhando alegria? Pode esperar.
As minhas sombras a me assombrar, até que um dia tive que parar.
Tive que aceitar onde minha alma está, em um lugar que não dá para entrar.
Perdi a tempos, não vou recuperar.
E convenhamos, com isso vou poder me deliciar.
A sua dor me fez aceitar, que tristeza nasci pra causar.
Talvez não entenda o que vai passar, mas se me pedir eu vou adiantar.
Tome cuidado, vai ser meu jantar.
Eu desejei um amor, que me fizesse sonhar.
Só que nunca imaginei, que ele pudesse me matar.
Pois todos os dias sem o meu amor, eu paro de respirar.
Não sei porque eu não morri, é tipo uma música que não sei cantar.
Eu tento inventar, improvisar, mas não adianta nem tentar.
Pois se meu mundo aqui na terra sem você já me faz delirar.
Lá no inferno? Quero nem imaginar.
Pois o mesmo amor que me faz bem, tem prazer em me torturar.
Eu não sei se é doença, mas estou longe de me tratar.
E esse mesmo amor, nem se quer sabe me notar.
Mas eu te digo uma coisa, se ele não sabe, eu vou parar para ensinar.
Senti o teu cheiro onde nunca havia tocado.
Vi o teu rosto onde nunca havia estado.
Amei a você, mesmo sem nunca ter me amado.
Guardei lembranças, onde só havia estragos.
Esse é meu castigo, por nunca ter contado.
Que você é meu amor, e que nunca tinha acabado.
Eu pedi para meu amor voltar, mesmo sabendo que não iria se importar.
Eu pedi pro meu amor ficar, sendo que ele não ia parar.
Eu chorei por ele não ligar, meu sonho era ele me notar.
Percebi que não era amor de se levar, não é amor se não sabe me amar.
-Brenda Souza
Impressões do mar
O sol te queimou, o vento te esculpiu, a brisa amaciou tua voz e o tempo te trouxe pra mim.
Eu quis querer
Quis não querer
E me permiti viver
Foi além do que imaginei
Foi de um jeito que nem sei
Faltam palavras pra descrever
Nesse eu e você tão aguardado
Ficou seu corpo no meu bem misturado
que palavras não conseguem dizer.
Se eu fosse um pescador tentaria pescar esperança pras crianças dessa nação sem noção que veem o roubo como uma liberdade de expressão
Ao término de um relacionamento não existem culpados, mas pessoas que optaram por outros caminhos.
Engraçado a preocupação sobre quem terminou com quem e qual foi o motivo. Relacionamentos não terminam da noite para o dia, mas desfazem-se aos poucos, esfarelam-se gradualmente por vários motivos.
A culpa não é do zap, da “outra”, do “outro”, do futebol, da cerveja ou do excesso de trabalho, a culpa não é de ninguém, simplesmente acontece.
Quando o relacionamento não é cuidado diariamente, os interesses em comum diminuem, e o afastamento caminha até virar abismo.
Relacionamentos precisam de carinho, cuidado, companheirismo em doses homeopáticas e de forma recíproca.
Exige disposição, doação, entrega e principalmente amor
Assim percebemos que o outro, com todas as suas imperfeições, pode sim ser de um jeito que nos faz feliz.
Quando é necessário dizer adeus...
Elizabete Gilbert afirmou que em determinado momento do seu casamento frustrado, sentiu vontade de sair correndo de fininho e parar de correr somente quando chegasse na Groelândia. Confesso que também tive essa vontade no decorrer do meu casamento, ou melhor, no final dele. Eu simplesmente não queria ter que dizer adeus para algo que escolhi por livre e espontânea vontade para a minha vida. Como assim o meu sim dito aos pés do altar estava virando uma possibilidade de partida? Não era isso que eu tinha planejado, era pra ser pra sempre, mas a única coisa que insistia em permanecer era a infelicidade diária, era não ter vontade de voltar para a própria casa depois de um longo dia de trabalho, era perguntar pra Elizabete em quantos dias eu conseguiria chegar na Groelândia.
E o meu casamento tornou-se uma receita que desanda, como um pão que não cresce, algo que não sabia como consertar. Peguei-me diversas vezes a me perguntar se era possível resgatar a intimidade, procurei por um tipo de botão que a colocasse de volta no lugar, pois ela havia se perdido em alguma parte do caminho. E eu não queria nada demais, eu só queria que tudo voltasse a ser como era antes, simples assim. E a minha vontade de sumir só aumentava, até quando eu percebi que eu estava apenas evitando o inevitável e querendo me ausentar da responsabilidade de dizer a palavrinha que ninguém quer ouvir ou dizer. Eu precisava, mas não queria dizer “adeus”.
Finalmente criei coragem, percebi que a minha presença vazia era bem pior que a minha partida definitiva. Doeu dizer, doeu causar tanta tristeza, doeu de todas as formas que um adeus pode doer. Eu senti culpa, remorso, dor e todos os seus sinônimos. Nos momentos em que busquei por equilíbrio, todos esses sentimentos disfarçaram-se de um quase arrependimento, como quem quer voltar para o ninho que se desfez.
Hoje percebo de quantas formas o adeus tornou-se a melhor alternativa, pois foi ele que preservou o respeito e um pouco de dignidade, foi ele que impediu que gastássemos todas as impossibilidades de voltar a ser feliz juntos. Foi ele que permitiu que pudéssemos ser felizes novamente, embora tendo feitos outras escolhas.
Chega uma hora em que tanto fez como tanto faz
e que a gente simplesmente deixa de se importar
É o momento em que as horas deixam de se arrastar
E que o tempo corre no seu tempo
A cortina das impossíveis possibilidades se fecha
E a realidade revela um universo um pouco mais palpável
As longas esperas transformam-se em escolhas
Entre esperar o que não existe ou seguir outros caminhos
E a gente começa a se permitir coisas outras
Novas experiências, sensações, e encontros
A gente passa a contemplar a beleza dos caminhos
E a preocupar-se menos com o momento da chegada
Somente assim o universo pode nos presentear com o melhor
E o que era um começo começou a ser fim
Acabaram as poesias e palavras de ternura
Ficou teu silêncio estranho de doce amargura
E o teu caos tomou conta dos meus dias
Tua inquietude deixou-me vazia
E eu simplesmente não consegui entender
Como existe um ser igual a você
Que uma hora chega e me toma por inteira
Planta em mim um amor de brasa e fogueira
E depois me apaga, fica indiferente
Esquece o sabor da mistura ardente
E eu preciso de paz e refazer os meus planos
E tocar a minha vida sem tantos enganos
