Eu sou Praia eu sou Montanha

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E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Para mim é tudo ou nunca mais

Quero envelhecer sem rugas ... Eu quero ter a coragem de ser leal à face que tenho feito. Às vezes eu penso que seria mais fácil evitar a velhice, morrer jovem, mas depois que você nunca completa a sua vida, pois não? Você nunca sabe totalmente.

Certo ou errado eu quero ter você.

Ali estava eu, a menina esperta demais, e eis que tudo o que em mim não prestava servia a Deus e aos homens. Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro.

Clarice Lispector
Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

Nota: Trecho do conto Os desastres de Sofia, que pertencia originalmente ao livro "A legião estrangeira".

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Eu vejo você se apaixonando outra vez, eu fico com a saudade, você com outro alguém.

Eu não tenho opinião definida sobre nada. Não acho que isso seja insegurança. Acho que é abertura, que tudo é passível de uma outra interpretação.

Vá até o infinito e tente encontrar alguém que te ame mais do que eu. Se encontrar, então me esqueça, mas se acaso uma brisa fria bater em seu rosto e der vontade de chorar, então chore, mas nunca se esqueça que no céu há um Deus que te protege, e na terra uma pessoa que te ama: eu!

Por isso eu desde o primeiro beijo te quis para ser meu companheiro, parceiro, e te confiei o que mais há de valor em mim, meu coração.

Veja - eu não vou desistir de você. Mas também não vou te obrigar a ficar.

Eu gosto de estar sozinho, mas não gosto de me sentir sozinho. Isso é tão difícil de entender?

Me dão mingaus, caldos quentes, me dão prudentes conselhos, eu quero é a ponta sedosa do teu bigode atrevido, a tua boca de brasa.

Eu posso estar sozinho,
Mas eu sei muito bem aonde estou.

...me consola, moço.
Fala uma frase, feita com o meu nome,
Para que ardam os crisântemos
E eu tenha um feliz Natal!...

“E hoje eu digo… Estou muito mais “pé no chão”. Depois de tudo que passei. Aprendi que não devo criar tantas expectativas e nem fazer tantos planos.”

Eu não estou afirmando que aquelas coisas não sejam importantes; nós precisamos delas, nós precisamos de carros, nós precisamos de dinheiro; de tudo o que é importante para viver. Mas sempre quando elas se tornam em substitutos de Deus, elas são prejudiciais.

Não faço questão de ter muitos amigos, só faço questão de que os poucos que eu tenho, sejam de verdade.

Odeio não ter assunto com a pessoa que eu mais quero conversar.

Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.

Poema para meu irmão branco

Meu irmão branco...
Quando eu nasci, eu era negro
Quando eu cresci, eu era negro
Quando eu vou ao sol, eu sou negro
Quando eu estou com frio, eu sou negro
Quando eu estou com medo, eu sou negro
Quando eu estou doente, eu sou negro
Quando eu morrer, eu serei negro

E Você Homem Branco...
Quando você nasceu, era rosa
Quando você cresceu, era branco.
Quando você vai ao sol, fica vermelho.
Quando você fica com frio, fica roxo.
Quando você está com medo, fica branco.
Quando você fica doente, fica verde.
Quando você morrer, ficará cinza.
Depois de tudo isso Homem Branco, você ainda tem o topete de me chamar de homem de cor?

Como se eu procurasse não aproveitar a vida imediata, mas sim a mais profunda, o que me dá dois modos de ser: em vida, observo muito, sou ativa nas observações, tenho o senso do ridículo, do bom humor, da ironia, e tomo um partido. Escrevendo, tenho observações por assim dizer passivas, tão interiores que se escrevem ao mesmo tempo em que são sentidas, quase sem o que se chama de processo. É por isso que no escrever eu não escolho, não posso me multiplicar em mil, me sinto fatal a despeito de mim.

Clarice Lispector
Crônicas para jovens. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica Dois modos.

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