Eu sou o Homem Certo pra Voce
Teus olhinhos, quando se alinham ao meu, brilham como as estrelas do céu e então eu me sinto ímpar por um instante no universo. Teu sorriso calmo e cintilante que me deixa 'mundiado', e eu então, já entorpecido me rendo aos teus lábios desenhados perfeitamente pelo criador, então eu tenho a certeza de que ele é perfeito em tudo...
Porém, do teu amor eu sou refém, e da tua paixão sou escravo. A tua metade que me enaltece é o sol que clareia minha vida e me enche de esperança, e a outra metade é como a escuridão, que me deixa cego e sem direção. Sem saber pra onde ir eu me perco e fico vagando sem destino certo. E é essa metade que me destrói...
Talvez eu não seja tão bom quanto pareça, talvez as pessoas se equivoquem quando fazem uma biografia positiva de mim. Viver a realidade.
Cansado de muita coisa...
Nesses momentos que deixo meus pensamentos irem além e fico num lugar onde apenas eu ouço as palhetadas no violão. Nesses momentos, apenas elas me entendem, e talvez sejam as únicas a me entender...
MEMÓRIAS DE UM NATAL PASSADO
Quando era criança, na noite de Natal, eu e o meu irmão partia-mos nozes e avelãs no chão de cimento da cozinha, à luz do candeeiro, enquanto a minha mãe se ocupava das coisas que as mães fazem.
Depois, quando o meu pai chegava, jantava-mos como sempre e seguia-se, propriamente, a cerimónia de Natal. Naquela noite o meu pai trazia um bolo-rei e uma garrafa de vinho do Porto.
Sentados à mesa, abria-se a garrafa de vinho do porto e partia-se o bolo em fatias. O meu irmão e eu disputava-mos o brinde do bolo-rei comendo o mais rápido possível na expectativa de nos calhar em sorte não a fava, mas sim o almejado brinde!
Eu não gostava daquele bolo, mas naquele tempo a gente “não sabia o que era gostar”, como dizia a minha mãe quando nos punha o prato á frente. Assim acostumada, engolia rapidamente as fatias para não sentir o sabor e ser a primeira a encontrar o brinde.
O meu pai, deleitava-se com o copito de vinho do Porto e observava calado as nossas criancices.
Depois, vencedor e derrotado continuavam felizes, na expectativa da verdadeira magia do Natal. Púnhamos o nosso sapato na chaminé, (eu punha a bota de borracha, que era maior), para que, á meia-noite o menino Jesus pusesse a prenda.
Íamos para a cama excitados, mas queríamos dormir para o tempo passar depressa e ser logo de manhã. Mal o sol nascia, corria-mos direitos ao sapatinho para ver o que o menino Jesus tinha la deixado.
Lembro-me de chegar junto á chaminé e encontrar o maior chocolate que alguma vez tivera visto ou ousara imaginar existir. O meu irmão, quatro anos mais velho, explicou-me que era de Espanha, que era uma terra muito longe onde havia dessas coisas que não havia cá.
O mano é que sabia tudo e, por isso, satisfeita com a resposta e ainda mais com o presente, levei o dia todo para conseguir comê-lo a saborear cada pedacinho devagar!
Depois, não me lembro quando, o meu irmão contou-me que não era o menino Jesus que punha a prenda no sapatinho, mas sim o nosso pai. Eu não acreditei e fui perguntar-lhe.
O meu pai, que gostava ainda mais daquilo do que nos, respondeu de imediato que não, que era mentira do meu irmão, que ele sabia lá, pois se estava a dormir…
Com a pulga atras da orelha, no Natal seguinte decidi ficar de vigília, para ver se apanhava o meu pai em flagrante, ou via o Menino. Mas os olhos pesavam e, contra minha vontade e sem dar por isso, adormecia sempre e nunca chegava a apurar a verdade.
Na idade dos porquês, havia outro mistério á volta da prenda de natal. É que eu ouvia dizer aos miúdos la da rua, que eram todos os que eu conhecia no mundo, que lhes mandavam escrever uma carta ao menino Jesus a pedir o que queriam receber. Maravilhada com tal perspetiva, apressei-me a aprender a ler e a escrever com a D. Adelina, que era uma senhora que tomava conta da gente quando a nossa mãe tinha que ir trabalhar e que tinha a 4ª classe, por isso era muito respeitada sobre os assuntos da escrita e das contas.
Antes de entrar para a escola primária já sabia ler e escrever mas isso não era suficiente.
Faltava ainda arranjar maneira de fazer chegar a carta ao seu destino. Para mim, aquilo não resultou: da lista de brinquedos que eu conhecia, não estava nenhum no meu sapato.
Questionada, a minha mãe, que tinha ficado encarregue de dar a carta ao Sr. Carteiro, disse-me que o menino Jesus só dava prendas boas aos meninos que se portavam bem. Mas eu já era uma menina crescida, já tinha entrado para a escola primária (em 1974) e sabia que os que recebiam brinquedos eram diferentes de mim noutras coisas também.
E foi então que, depois de ler a carta dos Direitos da Criança que estava afixada na porta da sala de aula, soube de tudo. Senti-me triste, zangada e confusa: Porque é que escreviam coisas certas e as deixavam ser erradas? Eles eram grandes, podiam fazer tudo! Se estava escrito ali na porta da escola era porque era verdade e importante, igual para todas as crianças como dizia na Carta. Que tínhamos direito a um pai e uma mãe lembro-me. A partir dali todas as coisas que a que a criança tinha direito, eu não tinha, e isso eram por culpa de alguém. Experimentei pela primeira vez um sentimento que hoje sei chamar-se injustiça.
Tranquilizei-me com o pensamento de que um dia viria alguém importante e faria com que tudo aquilo se cumprisse. E eu aí esperar. Era criança, tinha muito tempo: nascera a minha consciência cívica.
Compreendi que os adultos diziam as coisas que deviam ser, mas não eram como eles diziam. Nesta compreensão confusa do mundo escrevi nesse primeiro ano na escola a minha carta ao menino Jesus e deixei-a eu mesma no sapatinho. Era um bilhete maior que o sapato e dizia assim:
“Menino Jesus
Obrigada pela prenda.
Vou pensar em ti todas as noites mesmo depois do natal passar e espero por ti no natal que vem. Gosto muito de ti.
Adeus.”
E rezei a Deus que, houvesse ou não menino Jesus para por a prenda no sapatinho, me trouxesse todas as noites o meu pai para casa.
Nisa
Setúbal, 29 de Novembro de 2012
Eu fiz essa pulseira orando bastante pra que a gente não se esqueça desse tempo, que passamos juntos. Rezei muito pra que mesmo separados, e longe uns dos outros. No
final possamos nos encontramos. Agora somos apenas crianças orfãos, sem força para
fazer alguma coisa.
A viagem mais longa e difícil da minha vida, foi a de renunciar ao meu eu para fazer a vontade de Deus.
E quando tudo pareceu pouco claro, eu fiz uma canção, e cantei com a voz que ecoa dos olhos.
No percurso de cada lágrima se vez a melodia, que escorrendo em linhas logas chegou a boca, então senti que o tom que cantava havia um sabor, tão estranho quanto o que me inspirava, um gesto de amor.
Quero muita ficar velhinha e saber, que eu fiz de tudo pelas pessoas que amo, e que eu tentei, eu lutei, e aqui cheguei, eu VENCI!
Não se assuste meu amigo
Se por acaso eu te digo
Que uma flor bem amarela
Despontou em sua janela
É uma flor bem estranha
De uma beleza tamanha
Parece até que o sol esta nela
Nesta flor que despontou em sua janela
Eu não quero isso pra mim sabe, eu quero ser só, fazer o que eu quiser, não quero sofrer por alguém que não estará aqui o tempo todo pra me abraçar quando eu precisar.
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