Eu Queria Saber Coisas que Rima com Lais
"Se eu tivesse a visão de uma águia, eu teria a visão de uma águia, como eu não tenho, sigo aprendendo, não invejando a nobre visão dela"
Sem perceber eu já havia começado a separar tudo o que gostaria de levar na viagem. Fui me desfazendo aos poucos do que não caberia na bagagem. Deixei com certas pessoas coisas preciosas. Guardei com cuidado retalhos de algumas histórias. Foi difícil jogar fora tudo que não me cabia mais. Escondi no fundo da mala algumas lembranças que não ocupavam mais tanto espaço. Embrulhei com cuidado todos os cheiros, sabores e sensações que eu já tive. Deixei a mala de mão vazia, pronta para colher novas lembranças ao longo do caminho.
Conforme vou seguindo sem mapa, aprendo a contemplar cada passo que dou, cada tropeço, cada experiência e cada um que passa por mim. Quanto mais longe eu vou, menos pressa eu tenho de chegar no destino. O desequilíbrio de andar sempre com mais perguntas do que respostas, não me incomoda.
Vez ou outra eu paro, respiro, deixo alguns pensamentos antigos no meio do caminho para seguir com a bagagem mais leve, escolho uma nova estrada e recomeço. Não sei ao certo quando essa viagem vai ter fim, mas me contento em saber que sou eu que escolho a rota, a companhia e o peso que levo comigo durante todo o trajeto.
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(Do bloco de notas pra cá. Coisa muito rara de acontecer, mas hoje deu vontade)
O nó que você desfez de nós
Tão rápido como quando se amarrou em mim, antes que eu pudesse perceber, você afrouxou o laço e desfez o nó.
Não me deu tempo para te ensinar um jeito novo de amarrar. Você alegou que aquele nó, que você mesmo fez, te sufocava.
O erro foi desfazer o nó de nós, quando na verdade, deveria ter desfeito o nó da garganta.
A corda ficava na verdade, no pescoço. Nas palavras não ditas, engolidas a seco.
Mas a opção foi sua. Deixou a corda na garganta e desfez o nó da pele, da mente, do coração.
O nó de nós não existe mais.
Não existe.
Não há mais laço que nos mantenha presos um ao outro. Não há nó que sangre a pele.
Tão rápido como quando o pai ensina o filho a amarrar os sapatos de um jeito firme, o filho puxa o cadarço com uma única mão e desfaz o laço que criou.
O laço que você me ensinou a fazer. O nó que você desfez de nós.
"Eu que não amo você" dos Engenheiros do Hawaii começou a tocar e eu de repente me vi teletransportada para outra época, outro ano, outra cidade. Eu me vi no primeiro ano da faculdade afogando as mágoas de cada uma das minhas dores do amor em cada milímetro de álcool que existia no bar da faculdade enquanto a música invadia o ambiente. Havia risadas, amigos, a juventude, a noite e meu coração sangrando sobre o chão do bar. Minha mesa estava cercada de amigos e risadas. E agora também estava. Era outro ano, outra cidade, outros amigos, a mesma músicas mas eu estava diferente. Meu coração não doía há alguns anos, agora eu ria e flertava por esporte e eu amava a vida, a noite, a música e a liberdade e queria devorar a liberdade como se eu fosse um animal preso em cativeiro por toda uma vida.
Insensatez ou não, pela primeira vez eu senti algo que por muitos anos eu não sentia: segurança. Ele fazia eu me sentir segura e isso era estranho e assustador. Eu sentia vontade de sair correndo pois eu não era boa em relacionamentos, porque isso era novo e assustador e eu não sabia, não sabia lidar com isso. Eu queria dizer para ele se afastar de mim pois, como bem classificou um amigo meu na faculdade, eu era uma gata arisca e eu arranhava e lesionava facilmente quem chegasse perto demais de mim. Mesmo assim, apesar do meu medo e receio eu tinha a sensação estranha de que ele me protegeria e de que eu poderia ser eu mesma com ele. Eu não precisaria aplicar a regra "amar e fugir" e quem sabe eu poderia me permitir ficar... Então eu comecei a olhar para ele. Olhar de verdade como se eu o visse pela primeira vez na minha vida e isso me assustou. Isso me assustou porque eu pela primeira vez em muitos anos cogitei a possibilidade de confiar em alguém, de dar o benefício de dúvida e não agir com desconfiança como se alguém fosse me apunhalar a qualquer momento. Isso me assustou e ainda me assusta quando eu paro para pensar pois eu tenho certeza de que ele vai me machucar mais cedo ou mais tarde.
Olhos Fechados
Talvez por timidez, por vergonha
Ou por motivos que nem eu mesmo sei
Talvez por meu problema de não conseguir desvendar o seu olhar.
Mas sempre quando fecho os meus olhos
Ou viajo na sua imaginação,
Todos, todos os meus pensamentos vão em sua direção.
Às vezes falta vontade, inspiração ou coragem para escrever,
Mas nunca acaba a vontade de te ter.
Nem todos os adjetivos do mundo são capazes de te definir.
Mesmo com tanto clichê, rimas fracas e palavras sem coesão
Te digo que nem mesmo um caderno inteiro seria capaz de relatar
Aquilo que tenho no meu coração
Te amo.
O Viajante Interplanetário
Eu quero que lembrem de mim quando eu partir
Como sou realmente sou
(Uma mariposa enlouquecida na lâmpada!)
A verdade do que eu era...
Um caboclo cantador
Um feiticeiro da cobra coral
Um marinheiro...
navegador de estrelas
Um, que feito poucos
sonhou um mundo integrado,
igualitário, feliz e co-lo-ri-do!
Mal compreendido por isto
Bravo guerreiro errante
Arredio mas assertivo
Delicado e estrondoso
Dual!
Um, que cantou acima de tudo!
Apesar do mundo...
E uniu em seu próprio corpo
Paraísos e Infernos!
Um que tentou mil vezes
E que voltou até No Tempo
para pode fazer melhor!
E fez
Deu cerro
Ele cantou!
POETA as suas entranhas são de fogo puro!
Bandido do tempo
Arredio dançarino
Nigisnki do Metaverso!
Carmen e suas bananas de dinamite subatômicoss!
MAGOOU
Eu lembro da sua última palavra!
Naquele tom alto e inútil
Com resquícios de ódio e repúdio.
Fazendo cair o meu mundo
Ao ouvir aquele absurdo.
Palavras tóxicas, com poderes destrutivos
Que que entravam pelos meus ouvidos
Contaminando meu ser por amarguras
Abalando minha frágil estrutura
Atormentando meus pensamentos
E magoado meus sentimento
Magoou, doeu, sofri ! Chorei!
E a Deus em silêncio perguntei
Se mereci tal sofrimento...
A cada amanhecer, eu penso em você , a cada dia clarear me encontro esperando ter seu olhar
Talvez seja paixão , talvez seja ilusão.
Eu iria até o meu limite para ouvir suas falas novamente, aquelas que eu não valorizei e perdi por isso.
Espelho, espelho meu, existe alguém mais mentiroso do que EU?Que, de mim mesmo, escondo quem eu SOU realmente?
Cada vez que eu te dou uma chance,
dou uma parte de mim.
Dou minha esperança.
Dou meu perdão.
Me dou.
"No amor eu sempre me dôo demais"
-Do verbo ‘doer’ ou ‘doar’?
"Pois é ...
dá no mesmo."
Bem, eu sou do tempo que amor é para sempre.
Acorda, vivemos tempos de relacionamentos líquidos.
Céus, o que faço com meu amor eterno?
Não mais admito em me dar ao luxo de me perder, eu sou muito importante para mim, a minha prioridade é sempre me ter!
Eu, seu Firmino, seguir o seu destino? Só se eu for um ferino, pois o meu caminho é bem fino, iluminado e divino!
TAPERA ESQUECIDA
De passagem no Sertão,
Eu parei pra contemplar
A tristeza de um lugar
Esquecido num grotão.
A palavra solidão
Não descreve uma tapera
Tão deserta que coopera
Com o vil termo ruína...
A Caatinga Nordestina
Dizimada não prospera!
Na tapera eu vi sentido
D’um celeiro de lembrança
E lembrei que fui criança
Num lugar bem parecido.
Senti-me desprotegido,
Órfão de identidade
Tomado pela saudade
Do meu tempo pueril...
Retomei o meu perfil
Com certa dificuldade!
No terreiro desolado,
Um grande mandacaru,
Ao longe pés de umbu,
Pinhão na cerca trançado
Que apesar de estar florado
Parecia mais alerta
Naquela cena deserta
Como um aflito recado
De um chão desertificado
Em decadência, na certa.
Apenas um solitário
Concriz catando no mato
Na calha de um regado
Seco compondo o cenário,
O pássaro qual relicário
Trouxe-me sinal de vida.
Apressei minha partida
Um tanto impressionado
Por ali ter contemplado
A tal tapera esquecida.
PONTEIO À MADRUGADA
Eu não sou de improvisar,
Mas se verso é na bitola
Saltitante, cabriola
Com um quê de emocionar.
Já fui carcará a ciscar
Na terra fértil sulcada...
Se ponteio à madrugada
Meu arpejar denuncia
Que respiro poesia
Junto com a passarada!
Sou difícil de juntar
Se me espalho... É minha sina
Ser um galo de campina
De galho em galho a trinar
Ou calango a rastejar
Em lajedos da Caatinga,
Meu camuflar de coringa
Me esconde e ninguém acha
No barro do chão que racha
Se não chove e nada vinga.
Sou o aboio do vaqueiro
No semiárido cinzento,
Ligeiro quão pensamento
A peitar o marmeleiro,
Flor e fruto de cardeiro
A desafiar mormaço,
Eu sou água de cabaço
Na sombra da umburana,
Sou tapera, sou choupana
Esquecida qual retraço.
No meu tempo de menino
Eu fui rico fazendeiro,
Plantação de umbuzeiro
Tratei com zelo e refino.
Fui calça boca de sino
Em caminho de carrapicho,
Não tive medo de bicho,
Sempre fui desassombrado
E estradeiro acelerado
Destacado por capricho.
Eu sou desse mundo agreste
Onde fui peão no eito...
Chão que tem o meu respeito
No coração do Nordeste.
Caboclo é Cabra da Peste
No Sertão Paraibano,
Tem miolo, tem tutano,
Tem um que de sábio ser
Que o tempo sabe ler
Em cada estação do ano.
Convidei um rouxinol
Para uma parceria
Quando entrei na moradia
Tão deserta quão paiol.
Na viola um tom bemol,
Começamos a cantar...
Mas terminei por chorar
De tanta melancolia,
Tudo se fez poesia
Ao voltar ao meu lugar.
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