Eu Mesmo
Eu senti o gosto… Então o que eu não quero é perder o amor da minha vida por erros que eu mesmo cometi.
Acho que não a conheço, pois nem eu mesmo me conheço para querer sorrir sem poder e sem motivos que me mostre quem mereça;
Só preciso que me entenda até o por do sol para assim me perceber gostando da minha solidão, fazendo-me solido para que eu possa estar em seus pensamentos recitando os versos mais serenos que te exalte cultivando o seu carinho;
Quando todo mundo vai, Jesus fica
Quando não tenho saída, Jesus me guia
Quando eu mesmo duvido de mim, Jesus acredita
Quando eu mesmo me odeio, Jesus me ama
Na verdade, minha vida e meu trabalho se confundem, nem eu mesmo sei direito quando estou trabalhando ou não.
A pior prisão que já vivi foi aquela onde eu mesmo coloquei minhas algemas: querer agradar, ser aceito, ser amado… Mesmo à custa de mim.
O que eu preciso, eu faço eu mesmo. E eu nunca mais volto pra miséria de novo.
Um Delírio
– Eu acho que sou louco.
– Você?
– Sim, eu mesmo.
– Acho que não.
– Como não? Eu tenho todos os traços.
– Como?
– Eu gosto de arte.
– Sim, isso é loucura desde quando?
– Haaa... eu gosto de MPB.
– Sim...?
– Eu gosto de poesia, defendo a democracia, curto uma música ao vivo.
Junto dinheiro pra poder comprar discos antigos.
Faço macramê. Defendo movimentos como o MPA e o MST.
– Olha... ao meu ver, você não é louco, você só tem um senso crítico apurado.
– Pode ser. Eu gosto de uma boa roupa de linho e da minha choboy.
É um estilo meio peculiar, mas não chega a ser loucura.
Gosto de ir à praia, mas não entro no mar.
– Normal, muitas pessoas fazem isso.
– Defendo o poder de ser livre, a dessexualização dos corpos, o direito de ser livre, o dever de ser respeitado. O grito dos mudos.
– Aí você pode começar a ser considerado em outros países, mas aqui ainda não.
– Haaa, eu disse que tomo café sem açúcar?
– Sim.
– Tinha esquecido então.
– Não, você não tinha dito.
– Então, o que é “sim”?
– Você definitivamente me provou o contrário do que eu pensava.
Você é louco.
Todos me negam a culpa
eu mesmo me nego a culpa
Mas em meu âmago a culpa nasce
Nasce em cada erro
Nasce naquele dia de dor
Nasce naquele fim
Existe um começo após fim?
...nunca fui indivíduo, sempre fui coletivo_
Zé: quilombo;
Dr. Ayo Navrro: Aldeia;
Eu mesmo: o tudo, o todo e o povo.
Tenho receio de ter a terrível limitação de não conseguir ser eu mesmo;
Mas sei que sou passivo do erro, da verdade inventada e da espera sem medo;
2:30am – Eu vivo jogando pois eu não preciso ser eu mesmo, eu posso ser quem eu quiser.
Filosofia gamer
