Eu Gosto do Risco dos que Arriscam
TRÁGICA COMÉDIA
Numa corda feito um laço
Como rede de arrasto
Atraídos pelo pasto
Pra comer um pão dormido
Pelo verme preterido
Na mesa de um ser nefasto
Como gado na campina
Ora em baixo ora em cima
O povo sempre é ferrado
Recebe a marca da fera
Da pantera insaciável
Mas se tem pão,
Se tem circo
A formar o mesmo ciclo
Em torno do antigo mito
Que outrora já morreu
O povo segue encantado
Sobre a mesa enfeitiçado
Bebe vinho adulterado
Se embriaga e vai pro céu.
Mas se tem pão,
Se tem circo
Ou auxílio estatal
A barriga satisfeita
De esquerda ou de direita
Não importa a desfeita
Deste monstro colossal.
Eu sou poeta e não minto
E neste verso sucinto
Digo de fato quem sou
Sou avesso à ideologia
De qualquer forma ou valia
Sou anônimo cantador
Quero que tudo se exploda
Nesta luta imbecil
Não sou branco
Nem vermelho
Amarelo ou azul anil.
Passa o homem e fica a terra
Onde sempre se enterra
Todo louco varonil
Revolucionários tolos
Nero's incendiários,
Napoleões sedentários
Todos vão para o funil.
Eu sou poeta e descordo
De tudo que ora vejo
Não sou desta vil seara
Tenho sempre outro desejo
Que a paz um dia chegue
Não por obra de doutores
De filósofos pensadores
Ou políticos estrangeiros
Mas a paz é uma utopia
Que o homem insiste em ver
Lá na frente, no horizonte
Lá na serra, atrás do monte
Um arco-íris a crescer.
Como boi atrás do pasto
Numa corda, por um laço
Atraídos ao nefasto
Detentor deste poder.
Eu queria sim de fato
Ensinar para o meu neto
Que sempre vence o afeto
Mas o mundo diz que não.
Sempre vence a vilania
Ou a cruel covardia
E a pureza sadia não cresce no coração.
Morre o homem, morre o pato
Morre até o cão amigo
Esta vida é um perigo
E a paz é uma ilusão.
Morre até homem valente
Morre o soldado e o tenente
Morre até o capitão.
Morrem sem ver o futuro
Que almejamos pelo muro
Desta infeliz geração.
O sistema que criamos
Neste toma-lá-dá-cá
Nesta via de mão dupla
Nunca pode prosperar.
O homem sempre é o rato
Nesta peça de teatro
Sob nova direção
O diretor é o gato
Mas sempre quem paga o pato
É o miserável cão.
Podemos postar diversas fotos nas redes sociais, mas sinceramente não é nada melhor que abrir os álbuns de fotos físicos, de repente você toca em cada foto ao ver aquela imagem e imediatamente você vai buscar na memória cada momento que você viveu. É gratificante e emocionante. Recordar é viver!
Saiu de casa,
ainda escuro,
fechou sua porta,
saltou um muro
partiu para a lida,
cuidar de porcos
ossos do ofício
coisas da vida
cena impressionista,
natureza morta
sina do artista.
NORDESTINO DEU O TROCO
Este povo não se rende
Não se curva, nem se ofende
Com os proclames lá do Sul.
Que fala tanta besteira
Que é gente interesseira
Como xepa em fim de feira
Que se compra com angu
Basta lhes dar pão e bebida
Um unguento pra ferida
Que eles fazem a adoração.
São devotos do divino
São beatos peregrinos
Vivem a soltar rojão.
Que são tolos, pequeninos
Homens fracos, são meninos
Encantados por canção
Mas são eles quem de fato
Pegam a cobra lá no mato
Cortam a cabeça no tato
E da calda fazem um prato
Pra comer na procissão.
Mas se chega alguém sabido
Pelo estado promovido
Para lhes dar algum quinhão
Logo surge a pergunta
O que vão querer em troca
Nossos votos na eleição?
Não aceitam o logro fácil
Nem fingem que são de aço
Choram e têm um coração
Mas são nobres desvalidos
Pelos ricos oprimidos
Que nunca serão vencidos
Não importa o sofrimento
A altura do lamento
Ameaça ou opressão.
Nordestino não se vende
Nordestino só se ofende
Com quem não lhe compreende
E não lhe chama de irmão
Com quem se acha importante
Que pensa que pode tudo
Senhores donos do mundo
quando lhe faz distinção.
Entre branco, sul e norte
Nordestino é cabra forte
Que não se ganha por sorte
Luta e vence até morte
E dá o troco na eleição.
ÓPERA DA VIDA
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Tão desvalida, desprotegida.
Desesperada, ela chorava
E perguntava se eu podia entender.
Qual a razão do sofrimento, e eu não podia responder
Se sou um homem que lhe consome
O seu direito de viver.
Se sou o homem que interrompe seu direito de crescer?
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Estava grávida, soturna e pálida a ponto de desfalecer
Tão desvalida e corrompida pelo homem
que lhe consome, e que lhe suga com prazer
A seiva viva, e interrompe o direito de nascer.
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Tão desvalida, desprotegida
Trazia ao colo uma criança quase morta
E me dizia, o que importa?
É só mais um que vai morrer.
Meu verbo é sujeito
do pretérito imperfeito
que por ora se cala.
Quem hoje me vale
é o sábio silêncio
se penso não digo
se quero ignoro
Se a dor não me larga
se a rua não cabe
as ideias eu enterro
se perco o amigo
Se a fome ameaça
e o preço da bala
é mais baixo
que o trigo.
É possível ser o melhor em tudo que fazemos e não passar por cima de ninguém. Não é sobre lição de humildade. Não estamos aqui pra ensinar nada. Todos sabem exatamente o que é certo ou errado. Alguns apenas escolhem esnobar e dizer a si mesmos que estão em outra prateleira. Num outro patamar. Mas assim como na vida a bíblia é sábia e previne, muitos serão chamados mas poucos os convocados.
Extremo
Um jeito certo de olhar significa tanto que apaga as dores da alma, enxuga velhos prantos, mesmo um olhar vindo de tão distante... tenho tanto gosto assim no seu olhar, esse dito olhar dos mais bonitos, e infinito, terno e verdadeiro atravessado minha alma, percorrendo o meu corpo inteiro, feito os ventos passando, soprando vida. De todo os olhares do mundo, quero somente o seu, valendo tanto quantopara as suas palavras vindas da alma, que me afaga, acolhe, ilumina,devolve a minha esperança, longe vai jogar a tristeza, e se aproxima... mesmo com esse sol daqui, tinindo, seja o mais forte desse mundo, nem assim eu deixo de sonhar, de desejar você em mim, de ter o seu calor. Extremo, também num frio por mais que fosse intenso, nunca resfriaria esse fogo, essa minha paixão por você, muito menos o meu amor, eu sempre quis ter você, tanto naquele passado bem distante, e quero, como agora, amo você demais, com toda ternura, pacientemente, os meus sonhos são seus, seu também é esse amor puro e verdadeiro, você foi, e sempre será em minha vida, o meu melhor presente, não quero lhe perder, sem você a minha alma chora.
Sigo o caminho da paz. O amor ,por mim, foi escolhido. O resto vou catando,feito feijão , e vou separando.
Lupaganini - Casa do Poeta
Não se muda a natureza das coisas
Dizer para um ser humano que ele não deve falar o que pensa, que não deve desenvolver sua autocrítica ou que ele não deve protestar contra o que lhe oprime, é o mesmo que esperar raciocínio lógico de um animal ou querer transformar a natureza das coisas, e esperar que uma pedra fale, ou que um burro cante, toque um instrumento, coisas desse tipo.
Portanto, lutar contra a natureza do homem é impedir que ele seja de fato um ser pensante e livre. Mas o que querem as ideologias, crenças e costumes? É justamente isso, enquadrar todos os homens em um molde ideal. E são tantas as formas de limitar o pensamento: Por meio de crenças, especialmente os sistemas universais, que têm como base a dicotomia entre bem e mal ─ assim, por força tentam impedir o pensamento livre, fora do padrão estabelecido, por lei ou código moral. Parece-me uma grande tolice insistir nisso, pois não se muda a natureza do homem, assim como não se muda a natureza das pedras, pedras são pedras e homens são homens.
Mesmo que ocorra algum evento coletivo, aparentemente bem- sucedido, e isso é comum, sobretudo nas religiões, onde parece que todos pensam igual, porém a realidade é bem diferente. Há uma minoria que resiste ao cabresto, e mesmo que seja de forma discreta emite suas próprias ideias e impressões de mundo.
Mas, com que objetivo escrevo isso? É especialmente para relatar o que tenho observado por anos. Com as vivências que tive, pude fazer um estudo pessoal sobre pessoas bem próximas de mim, além do fato de que analisando minha conduta neste contexto, posso afirmar que nunca nenhum sistema aos quais me expus foram bem-sucedidos em mudar meu modo de viver, de olhar e entender as coisas. Não abro e nem abrirei mão do que sou, sou livre para pensar, viver e dizer muito do que sei a respeito do homem. Como pensador ou não todos têm direito à fala. Penso que o respeito pelo outro envolve deixar que ele se expresse, que diga o que sente, não importa se concordamos ou não.
Cuidado com o fascismo invertido, uma alma realmente nobre não ri da desgraça alheia. Por isso não consigo me atrair ao espírito político de qualquer ideologia..
Sobre política e religião, uns ditos safos tentam combinar esta vil receita, mas não funciona, ou gera o fascismo atual, ou a inquisição para os infiéis contrários, tolos teocratas modernos.
Por mais que a abelha explique à mosca que o néctar da flor produz algo melhor que o chorume, ela nunca vai compreender, pois cada
um compra a verdade que
lhepreenche a alma.
A realidade crível não suporta o exame da beleza, o raciocínio lógico se torna fútil e decadente, ante à força do belo estético da poesia.
Não sou político nem apolítico. Penso que a mediocridade do espírito político não merece minha adesão nem minha exclusão.
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