Eu Deixo a Vida como Deixo o Tedio
Os herdeiros da promessa de vida eterna, igrejados, devem suportar tranquilamente a miséria e a privação por causas das suas crenças, dar graças pelos milagres do céu a que tiver e em estado de palidez cultivar a visão horrível do inferno.
Em outros tempos desfilei crente, magnifico cidadão do templo a fim de dar continuidade à vida surreal cósmica...
Evidencia-se que o plano divino esteja adaptado às condições de vida dos indivíduos com ajustes conforme sua realidade e sua evolução, não há tanta evidência de que os indivíduos estejam adaptados às condições divinas, mas tão somente numa condição de relação conflitante.
A vida propõe experimentos que possibilitam os sabores amargos ou doces que transcorrem perfeitos no frágil impulso dado para modificá-lo.
Viver em plena liberdade não é um plano de vida eficaz, um espírito liberdoso não é conveniente, justamente pelo fato de o individuo não saber como lidar com a liberdade. A liberdade implica em grande parte a abstinência de alguns costumes, rituais, grupos socialmente organizados; o que pode levar seu isolamento ou exclusão. O estado de liberdade ocorre em indivíduos que não se submetem e ou que não deixam ser dominados por líderes ou ideologias.
É humanamente impossível viver em plena liberdade. A liberdade é apenas uma concessão momentânea regrada dada às vezes por si em estado demente, vista como libertinagem pelos conceitos de bondade e religiosidade. Bom e conveniente é o estado de bondade bíblica que torna mais fácil à submissão e aceitável ao plano clérigo. Em um pensar subjetivo, descomprometido para com a bondade divina, cabe ao desigrejado utilizar do viés dessa bondade para a interpretação das fabulosas narrativas bíblicas. O pensar místico de rituais sagrados é tão importante quanto um espírito livre/liberdoso.
É necessária a avaliação sobre o estado de liberdade que se encontrar e desdém sobre o que não parecer intelectual. Almejar ao menos a meia liberdade dentro dos planos patriota e religioso, por serem esses planos os vícios da virtude, aonde essa virtude pelos viciados sobrepõe à intelectualidade do ser.
A ética religiosa parece cuidar bem da moral da morte na perspectiva de outra vida melhor, após a vida terrena. A morte é um plano natural. O sentido da vida é um plano humano. A fé é o fruto da sustentação do homem, como recompensa o milagre ou a vida eterna, quando nela crê.
A morte para o homem é uma celebração para toda a vida, mais que o seu nascimento. Vivemos na certeza de que tudo vai acabar bem. Esperamos que não seja a morte o fim de todo o sofrimento, e de todos os ciclos. O fim de tudo é imaginário, são as crenças, os costumes que fazem parte de uma ideia de recompensa no final, herança mitológica, mas nada além do próprio pó após a morte.
Acredita-se que se houvesse uma passagem desta vida para outra vida sem a necessidade da morte, haveria dois mundos, não sendo essa passagem possível logo não há outro mundo. A morte é o evento mais trágico e tenebroso da vida e, portanto é o evento mais celebrado.
O significado de uma pessoa em nossa vida talvez seja definido pelo o quanto ela nos emociona e o quanto os admiramos.
A dor provém do nascimento e desfruta pela vida, mas a decadência dela é a desgraça da morte. O plano da ressurreição é uma contradição da vida dos mortais, desordem, imaginação comum e objeto da doutrina religiosa. A dor provoca mudanças nas aparências que conotam a passagem do tempo. Bom e saudável talvez seja viver uma vida como se não fosse eterna, desatrelada das coisas fúteis, livre das normas dogmáticas. Que não se cultive a dor almejando o descanso eterno para não tornar a vida desprezível.
Desfaz-se a ideia da vida tranquila de um cidadão quando não possui função humilde e humanitária e não vive como pretende a natureza de sua espécie.
Talvez na nostalgia se encontre a gloria da vida passada, e talvez no processo mecanizado da vida moderna se encontra a válvula dos devaneios.
Toda a imbecilidade é capaz de torna-lo poeta e gênio. Na vida robotizada e de rituais místicos se pede: “Deus não me leve agora”, pois ainda convém às modinhas das vitrines, o sorvete da esquina, o sol que arde, o dor que pouco se acalma. Bem quanto à bagunça que ninguém o leve a mal. Dissemos ao mundo que aprendemos quando estamos calados, então já não temos mais nada a fazer além de passear ao dia e dormir à noite. Como dizia Raul: “Viva a sociedade alternativa”.
O céu e o inferno são as outras grandes obras, invenções do complexo sistema de vida religiosa, que por fim segue instintivamente inventando coisas.
Se você tem alguém sentado no sofá, ao seu lado, assistindo TV e reclamando da vida, então você certamente é feliz.
Uma vida longe da mãe ou da namorada é uma vida onde tenho que fazer tudo e ao mesmo tempo não fazer nada.
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