Eu ainda tenho Tempo pra Sonhar

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Tenho feito descobertas importantes, por exemplo: o pecado é simplesmente tudo o que Cristo não fez.

Fernando Sabino
Lispector, Clarice. Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.

Nota: Trecho de carta endereçada a Clarice Lispector, de 10 de junho de 1946.

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Sempre tenho firmeza em minhas atitudes e persistência em meus ideais, mas sou paciente. Não quero que tudo me chegue de imediato. Há tempo pra todo propósito! E tudo que é meu virá em minhas mãos no momento oportuno...
Confio em Deus, pois aprendi a esperar.

Você me dá ânsias em lugares que não tenho. Você sorri com sua cara séria e nunca sei se você está se divertindo ou odiando tudo.

Preciso de um pouco mais de vitalidade. Tenho tido uma sensação de velhice, de desânimo e, principalmente, de desamor.

Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.

Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.

Minto, tenho tudo a ver com explosões.

Martha Medeiros

Nota: Trecho da crônica "Explosões" de Martha Medeiros.

Sobre as emoções tenho curiosidade. Sobre os fatos, quaisquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.

Meu problema é o medo de ficar louco. Tenho que me controlar. Existem leis que regem a comunicação. A impessoalidade é uma condição. A separatividade e a ignorância são o pecado num sentido geral. E a loucura é a tentação de ser totalmente o poder.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Tenho sentimentos e muitas vezes eles não cabem no peito e viram palavras.

Tenho vergonha...
Apenas da vergonha!

SAUDAÇÃO

Oh geração dos afetados consumados
e consumadamente deslocados,
Tenho visto pescadores em piqueniques ao sol,
Tenho-os visto, com suas famílias mal-amanhadas,
Tenho visto seus sorrisos transbordantes de dentes
e escutado seus risos desengraçados.
E eu sou mais feliz que vós,
E eles eram mais felizes do que eu;
E os peixes nadam no lago
e não possuem nem o que vestir.

(tradução de Mário Faustino)

Meu egoísmo é revelar só um pedaço do que sou, só a parte boa, a mocinha da história. Tenho, dentro de mim, um elenco de coadjuvantes que não deixo que brilhem, que não dão autógrafos nem saem nas capas de revista. Egoísta. Poupando o mundo do meu lado sórdido, que costuma ser o mais interessante.

Martha Medeiros
Divã. Porto Alegre: L&PM, 2018.

Não tenho medo de morrer; tenho pena, porque são tantas as ideias para realizar.

Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti.

"Não acredito em nenhum homem porque, infelizmente, tenho muitos amigos (homens) e, pra piorar, nasci espertinha."

Tenho sentido uma enorme e discretíssima felicidade apenas por acordar cedo (acordar já é vitória; cedo, vitória dupla).

Tens com certeza um mester, um ofício, uma profissão, como agora se diz. Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver. Não o sabes. Se não sais de ti, não chegas a saber quem és. O filósofo do rei, quando não tinha o que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, ao ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas, Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós.

Tenho muita coisa aqui pra te oferecer, mas sabe o que é? Sou incompleto, também preciso receber.

Não me peçam razões, que não as tenho,
(...) bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Se foi pra desfazer, por que é que fez? Mas não tem nada, não. Tenho o meu violão.

(...) não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada.