Estrada
Sou a poça nas estradas, e da criançada, o poço; o suor do rosto, a chuva, a enxurrada… O sereno da madrugada as lágrimas caídas…
Não sei se é saudade ou gasolina
Que me traz pra longe e faz voltar
Tudo que essa estrada nos ensina
Força e coragem pra cantar
Se a minha opção fosse, somente, transitar confortavelmente pela estrada do politicamente correto, que é pavimentada, também, pelas exigências da hipocrisia; hipocrisia que costuma causar dependência enquanto as belas paisagens ao redor ocultam os sorrisos amarelos dos transeuntes, eu não estaria livre para ter a satisfação de ser uma camaleoa no contexto da minha expressão literária. Ok, sob um paradoxo, camaleão não é exatamente um animal encantador e cotado para ser um companheiro agradável de estimação, porém, considerando que o natural da natureza é ser brisa e vendaval, garoa e tempestade, floresta e deserto e, igualmente, ser essência na beleza do gatinho e da onça, sinto-me uma privilegiada. Sinto o natural em mim. Sinto-me parte do verdadeiro sentido do existir
O verdadeiro lar do Homem não é uma casa, mas a estrada, e a vida em si é uma jornada a ser percorrida a pé.
Os conselhos que lhe são dados, sejam eles bons ou ruins, vão pavimentar uma estrada, mas o que determina o sucesso da sua jornada, são os propósitos já estabelecidos em seu coração.
É fundamental não sermos tal qual o vento, por correr cada canto da estrada e lugares e não marcar o essencial da existência plenamente.
Devemos nos assemelhar a vida que discorre com fatos de existencialismo.
Sigo apaixonada pelas mãos calejadas da esperança, em tempos, que o sossego ronca diante da estrada de anseio e do silêncio opositor.
QUÃO PEQUENOS SOMOS
Cegos pela correria desenfreada,
Nem percebemos a beleza da estrada.
Como guerreiros em uma luta sem espadas,
Entre o nascer e o morrer, existe apenas uma jornada.
Somos seres insignificantes nesse vasto mundo,
Um pequenino grão de arroz na imensidão do oceano.
E como um vírus bem pequenininho
Pode eliminar a humanidade num minutinho!
A vitória do guerreiro não é só a sua bravura,
Mas, também, a qualidade protetiva de sua armadura.
Proteger e proteger, essa é a propositura,
A insensatez e a imprudência pode ser a sepultura.
Os canhões já não nos metem medo,
Já é conhecido o seu atalho e o seu segredo.
O Gigante Golias não foi páreo para o pequeno Davi,
Epa! Cadê minha vida que estava aqui?.
Dentro da nossa pequenez,
Não há lugar para a insensatez.
O coronavírus demonstra bem o que a vida contém,
Das criaturas de Deus, ninguém é mais que ninguém
A espiritualidade é a sentinela e o caminho,
Ajuda separar, o perfume da rosa, da dor do espinho.
No céu haverá sempre um lugar sagrado,
É para o homem justo, aquele que não tem pecado.
Élcio José Martins
“Aprenda a reconhecer as pedras que lhe atiram, não para formar estradas e castelos, mas para que nunca tropece nelas”
Saúde é realidade na estrada, nossa nave é una música, sem histórias mal interpretadas, coragem em ti, é direção em mim.
ESTRADAS PARALELAS
Nasci com o destino
Pronto e traçado.
Menino tonto e santo
Esperto e safado.
Cresci, não houve jeito.
Hoje, homem feito.
Trago essa sina comigo
Cravada dentro peito.
Amei, namorei e casei.
Num bom sujeito me transformei
Certo que tudo tinha passado
E meu destino sacramentado
Apareceu alguém que desde sempre
Paralelamente, caminhava ao meu lado.
Nossos rumos pelo destino foi traçado
Bem traçado!
Mesmo em estradas paralelas
O encontro estava predestinado.
As regras da matemática ficaram no passado
E nesse ponto ficamos juntos, deixamos de ficar lado a lado.
Minha filha e mulher me perdoem
Pai e mãe me abençoem
Se existe um culpado
Foi o destino que pelos caminhos é o responsável
Hesitei, tentei, busquei
Todas as formas do imaginário
Juntei todas as forças
Para sair desse traçado
Fui ao extremo
Mas o músculo fadigou
Corri em tangente
Mas a perna travou
Agora lançado à sorte
Se é pra vida ou pra morte
Apostar eu vou
Ah! Eu vou.
"O amor verdadeiro jamais morre. Só que às vezes, ele faz a curva na estrada (da vida) antes de nós"
NESTA ESTRADA
NESTA ESTRADA, vamos adiante
Seguindo no tempo e no espaço
Vivendo um amor a cada instante
Unindo dois jovens a um mesmo laço
Afastando dores e tristezas
E sem se importar com sexo ou idade
Caminhamos numa estrada de beleza
Procurando a infinita felicidade
Seguiremos o nosso caminho até o fim
Veremos o por do sol na alvorada
E pedirei que caminhes junto a mim
Enquanto estivermos juntos NESTA ESTRADA
ORIGINAL ESCRITO EM 11/08/1991
Teus Jeitos
Na minha estrada, você é jóia rara,
É alucinação das minhas madrugadas,
O que fazer se eu penso tanto em você,
É tão complexo que já não consigo esconder;
Já falei do teu cheiro,
Do gosto do teu beijo,
Do seu toque com desejo,
E até do teu jeito todo fresco;
Teu jeito carinhoso,
Que gosta de comédia e odeia terror,
Me deixa boba e manhosa,
É como o florescer das rosas;
Acredito no amor,
Porque ele me trás cor e sabor,
Gosto tanto dos teus jeitos,
E até mesmo dos teus defeitos.
Conhecemos o equilíbrio de uma pessoa quando momentos em sua vida passa a andar por estradas de barro sem tropeçar.
"A vida é bela;
Apoteose em palco amplo;
Estrada cruzada com viela;
Paradigma de raro pressuposto..."
Meu caminho perdido é a estrada do seu coração onde envolvo o elo que nos une.
Não me conheço, tento-me reinventar para me fazer digno á ti.
Você guarda-me somente uma fresta do seu coração renunciando á esse amor.
Mas quero-me entregar inteiramente a esse sentimento.
Documentário Estrada das lágrimas 1400
A TV Cultura está de parabéns, por ter exibido ontem (quinta feira 02/07/09), o doc Estada das Lagrimas 1400, o qual aborda a vida da comunidade de Heliópolis no ano de 1992, a chegada de vários moradores, maioria nordestinos, as dores e os anseios de quem morava no lugar na época.
Foi mostrado sem cortes as péssimas condições de moradia dessas humildes pessoas, a beira de corrégos e em encostas de morros com risco de desabamento. Mas não foi só isso, pelo fato da comunidade ser enorme e diversa também teve foco a luta dos moradores pela melhoria do povo ou seja, o comunismo sendo exercido.
Onde no qual as prioridades eram saúde, emprego, educação e é claro moradia decente, pessoas ali mostradas, estão na batalha até os dias de hoje, porque a luta não para. Outras apareceram também, simples moradores. As crianças tiveram sua presença marcante, sempre curiosas, sempre alvo de muitas necessidades tambem.
As brincadeiras se resumiam em pipa, bolinha de gude, futebol e balão junino, por que a expansão da favela tomava todos os espaços possiveis, aos adultos restavam somente o boteco com jogatinas e forró pros nordestinos e o futebol de várzea e os jovens ficavam com os bailes de rap e de pagode, duas coqueluches da comunidade na ocasião.
Enfim uma apresentação merecedora de respeito, por mostrar a favela de heliópolis, em um tempo tão remoto pra nós moradores, dando oportunidade de mostrar a luta e organização de uma comunidade diante de situações adversas. As coisas mudaram bastante de lá pra cá, as casas na maioria, hoje são de alvenaria e as ruas de terra deram lugar a ruas pavimentadas. mas a luta não para e estamos por aí na peleja.
Valeu TV cultura!
Por Fanti Manumilde
