Estar em dois Lugares ao Mesmo Tempo

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Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema A serenata.

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Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d’água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando?" Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. "Vem aqui, tira esse sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

Nota: Trecho adaptado de um texto publicado por Martha Medeiros. Muitas vezes é atribuído erroneamente a Arnaldo Jabor.

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Quando estamos sozinhos, somos pela metade.
Quando somos dois, somos um.
Quando deixamos de ser um dos dois, não somos nem a metade que começamos a história.

Existem dois dias no ano em que não podemos fazer nada: o ontem e o amanhã.

Por um segundo, me perguntei se beijá-la iria quebrar o feitiço sob o qual nós dois estávamos, mas era tarde demais para parar. E quando os seus lábios encontraram os meus, eu sabia que poderia viver até os cem anos e visitar todos os países do mundo, mas nada iria se comparar àquele momento que eu beijei pela primeira vez a garota dos meus sonhos e soube que meu amor duraria para sempre.

Nicholas Sparks
SPARKS, N. Dear John. London: Hachette UK, 2010.

Saudade é uma dor
que fere nos dois mundos.

Quem de nós dois

Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber

Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer

Se eu disser que já nem sinto nada
Que a estrada sem você é mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso, leio teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
Que eu já nem preciso

Sinto dizer
Que amo mesmo,
Tá ruim pra disfarçar

Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos

No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra-mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro

Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei
Qualquer desculpa
Pra não te encarar

Para não dizer
De novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar

Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê no meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
Porque eu já nem preciso

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro

Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

36 prestações de saudade

Dizem que tudo na vida tem dois lados. Um bom e outro ruim. Depende nos olhos de quem está a pimenta. Mas se tem algo realmente ambíguo para uma única alma é um troço chamado saudade. Com ou sem pimenta nos olhos. O dito popular é quem melhor traduz a dualidade de uma saudade quando diz que esta é a maior prova de que o amor valeu a pena. Então sentir a falta é bom. E ruim. Em todos os pontos de vista. Vai entender.

Saudade é amar um passado que nos machuca no presente. É uma felicidade retardada. É deitar na rede e ficar lembrando das ardentes reconciliações depois de brigas homéricas por motivos desimportantes. Sente-se falta de detalhes, como uma toalha no chão, dias chuvosos, da cor dos olhos. A saudade só não mata porque tem o prazer da tortura.

Saudade é o amor que não foi embora ainda, embora o amado já o tenha feito. Ter saudade é imaginar onde deve estar agora, se ainda gosta de vinho bordeaux, se chorou com a derrota do Grêmio no campeonato nacional, se tem tratado aquela amiga da elite. E quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda pelos olhos.

Sentir saudade é ter a ausência sempre do seu lado. É mudar radicalmente a rotina, comer mais salada e menos sorvete, frequentar lugares esquisitos, ter dias mais compridos, ter tempo para os amigos, para o vizinho e para a iguana do vizinho. A saudade é a inconfortável expectativa de um reencontro.

Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.

Por que a saudade é o muro de Berlim desmoronado no chão, capaz de agregar opostos, como a tristeza e a felicidade em uma coisa híbrida. Se você tem saudade é sinal que teve na vida momentos de alegria com ela ou ele! No fim das contas, a saudade que agora lhe maltrata nada mais é que uma dívida sendo paga em longas 36 prestações pelo amor usufruído. Agora aguenta.

Gabito Nunes
NUNES, G. A Manhã Seguinte Sempre Chega. Editora Leitura, 2010.

Existem durante nossa vida, sempre dois caminhos a seguir: aquele que todo mundo segue, e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser mais seguro,o mais confiável, o menos critíco, o que você encontrará mais amigos…mas, você será apenas mais um a caminhar. O segundo, com certeza vai ser o mais difícil, mais solitário, o que você terá maiores críticas; mas também, o mais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.

O amor é formado de uma só alma, habitando em dois corpos.

Aristóteles

Nota: Adaptação de um trecho atribuído a Aristóteles.

São necessários dois anos para aprendermos a falar e sessenta para aprendermos a calar.

Interrogado sobre o que seria um amigo, disse: "uma alma solitária que vive em dois corpos".

A tristeza é um muro entre dois jardins.

Os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê.

Desconhecido

Nota: A citação é atribuída a Mark Twain, mas não há fontes que comprovem essa autoria.

Deus dotou o homem de uma boca e dois ouvidos para que ouça o dobro do que fala.

Eu corri atrás de uma garota por dois anos apenas para descobrir que os seus gostos eram exatamente como os meus: Nós dois éramos loucos por garotas.

Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim, a mim que sou cego: isso é aquilo que vê, essa é a matéria que vê. Toco os dois olhos sobre a mesa, lisos, tépidos ainda, arrancaram há pouco, gelatinosos, mas não vejo o ver. É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito, e desbocado e cruel, manchado de tintas, essas pardas escuras do não saber dizer, tento amputado conhecer o passo, cego conhecer a luz, ausente de braços tento te abraçar.

Amizade

Quando o silêncio a dois não se torna incômodo.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

“A virtude consiste em saber
encontrar o meio-termo entre dois extremos.”

Quando dois corações se querem entender, ainda que falem hebraico, descobrem-se logo um ao outro.

Machado de Assis
Fernando e Fernanda (1866).