Escola Poema de Rubem Alves
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez
primeira.
Um dia ele me disse que era uma pena que os homens tivessem que ser julgados como cavalos de corrida, pelo seu retrospecto.
Eu ia mudar de casa naquele dia. Depois do que acontecera, não queria viver ali nem mais um dia. Ouvi a campainha. Deviam ser os homens da mudança.Se o surto não passasse eu não poderia sair da cama.Os homens iriam embora sem fazer a mudança.
Já foi dito que a conquista da glória é um processo que se inicia com um impulso destrutivo e se encerra com a obtenção de um triunfo vingador.
Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem, eu sento na frente da televisão e, em pouco tempo, meu ódio volta.
“Tenho sempre comigo o meu caderno. Meu caderno é a minha 'gaiola de prender ideias'. Porque as ideias são entidades fugidias, pássaros. Elas vêm de repente e desaparecem tão misteriosamente como chegaram. Não se pode confiar na memória. Se as ideias não forem presas com palavras escritas no papel, elas serão esquecidas”.
(em "Na companhia de Rubem Alves: livro de anotações para mulheres". Editora
Best Seller ltda, 2010.)
A navegação da casa
Detenho-me diante de uma lareira e olho o fogo. É gordo e vermelho, como nas pinturas antigas; remexo as brasas com o ferro, baixo a tampa de metal e então ele chia com mais força, estala, raiveja, grunhe. Abro: mais intensos clarões lambem o grande quarto e a grande cômoda velha parece regojizar-se ao receber a luz desse honesto fogo. Há chamas douradas, pinceladas de azuis, brasas rubras e outras cor-de-rosa, numa delicadeza de guache. Lá no alto, todas as minhas chaminés devem estar fumegando com seus penachos brancos na noite escura; não é a lenha do fogo, é toda a minha fragata velha que estala de popa a proa, e vai partir no mar de chuva. Dentro, leva cálidos corações
O cajueiro
O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.
A cada novo passo, um degrau a mais nessa escada que o fim pode ser daqui a alguns segundos, minutos, horas, meses, até mesmo anos...
O que me agrada é acreditar não apenas teoricamente, mas perceber na ptrática que essa evolução da alma me agrega a cada dia novos valores que ontem eu jamais imaginava adquirir.
A estrada é longa os tropeços sempre são necessários, afinal são nos momentos de crise (seja ela econômica, política ou existencial) que mais se fortalecem as nações o sistema ou o indivíduo.
Olhar para trás e não cometer os mesmos erros nos permite ver que sim, o passado não deve ser esquecido, mas sim interpretado de forma a questionar os acontecimentos presentes, buscando formular um futuro sonhado, afinal o que seria de nós se não houvesse os sonhos.
Concomitante a essa reflexão admiro cada vez mais esse sentimento que coabita dentro de mim e que me fornece energia pra superar as forças mais adversas, todo desejo de mudança, compreensão e transcedência que há na essência do meu ser. A este sentimento denomino Amor Próprio.*
Por isso, vivo com a perspectiva de plantar sempre o meu melhor.
Já os frutos o destino decidirá...
"Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza." - Alan Kardec
*Quando me remeto a esse sentimento, cito a força superior, pois é graças a Deus que possuo tal sentimento.
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
"... fazendo saber aos transeuntes: 'Atenção! lá vou eu, sou a gravata alegre anunciando que este homem acordou de coração vivo e peito limpo e que ele agradece ao Sol o brilho que vê nas folhas das árvores e na curva das ondas”.
( in "Manhã de Sol". Manchete,Dez/1960.)
O Gondoleiro do Amor
Barcalora
Dama Negra
Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
Do Gondoleiro do amor.
Tua voz é cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento.
E como em noites de Itália
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.
Teu sorriso é uma aurora
Que o horizonte enrubesceu,
— Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu;
Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite, tem auroras
O Gondoleiro do amor.
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no langor
Vogar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?
Teu amor na treva é — um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa — nas calmarias,
É abrigo — no tufão;
Por isso eu te amo, querida,
Quer no prazer, quer na dor... Rosa!
Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.
Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.
poema
Nos corredores eu rio e brinco,
No meu coração fico triste e só.
Na escola sou alegre como um passarinho,
Mas em casa meu coração se despedaça.
Lá fora o mundo me acolhe com abraços,
Mas em minha casa me sinto sozinho.
Todas as minhas alegrias parecem desaparecer,
Quando me sinto triste e perdido.
Às vezes eu quero me esconder no escuro,
Mas a luz do dia me dá força.
Eu quero me libertar dessa tristeza,
Eu quero voltar a me sentir alegre e feliz.
Agora eu sei que meu mundo vai melhorar,
Pois a tristeza já não me assombra mais.
Poema - Ditadura Nunca Mais
Começa na escola
Foca na aula de história
Veja a trajetória
Democracia foi a vitória.
Nós temos esse instante
Conquistado antes
A luta foi grande
Com muito suor e sangue.
Seja revolucionário
Em cima do armário
Existe livros e dicionário
Para evitar outro Ustra ou Bolsonaro.
Futuro não é voltar atrás
Ditadura nunca mais
Que descansem em paz
Nossos ancestrais.
Um poema sobre o amor.
Várias vezes ouvi falar,
de ler, cansado estamos.
A maior escola que herdamos,
é o querer do mundo em amar.
Nos olhos, na manhã observo,
olhos universais, verdades metafisicamente testadas,
acaba com o pouco que tenho
de aliviar meu mundo correto.
O certo é não perder a vista.
A vista da montanha, à vista.
Ganhou meu coração não com parcelas,
Comprou, pagou em espécie, há vista.
O cheiro do almoço, costela com cominho,
eis onde vim parar.
No tempo da vó Alzira, do tutano,
no tempo da saudade de fulano.
Gostaria de saber que sinto,
exprimo a solidão e o afeto que a palavra tem em mim.
Saudosa poesia que invade,
tal os olhos da amada.
(Apoio ao jogador brasileiro Daniel Alves)
Homenagem à Banana...
Essa incrível fruta que não deve ser jogada, nem desperdiçada!!!!
Comamos bananas, elas são fontes de potássio... não dão câimbras....
E é por isso que somos os Pentacampeões do mundo....
O resto é inveja da oposição!
Quatro palavras para viver
Trago quatro palavras pra viver:
- Amor, fé, paz e gratidão...
Com o amor ame ao teu próximo;
Faça da fé sua força;
Faça da paz seu ideal...
E com a gratidão faça- se...
Agradeça o amor,
Agradeça a fé
Agradeça a paz...
Depois que fizer isso...
É que você pode correr, se quiser...
Pode caminhar devagar também,
Pode escolher entre um e outro:
Você pode decidir acelerar,
ou ir devagar...
Quando compreender a gratidão,
compreenderá profundamente amar;
Quando compreender a fé,
compreenderá profundamente a ser;
Quando compreender a paz,
compreenderá profundamente a liberdade
e quando compreender essa quatro palavras...
Então verá que o amor é lindo...
Quando é verdadeiro;
Quando é puro, desprovido de interesses
Quando é simples...
Que fé é força, perseverança e atitude!
A paz é a consciência genuinamente livre:
Desapegada de interesses;
Desapegada de vontades;
Desapegada de poder;
Desapegada do ego;
Desapegada de egoísmo...
Porque a gratidão é o reconhecimento:
É o reconhecimento da existência;
É o reconhecimento de Deus;
É o reconhecimento da vida;
É o reconhecimento do próximo...
É o reconhecimento de tudo...
Então agradeça antes de tudo
e tudo será lhe acrescentado!
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