Erasmo de Rotterdam Elogio da Loucura

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós.

A sisudez é a armadura dos parvos.

A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens.

Segui o vosso caminho e não deis conselhos a quem não vo-lo pede.

A dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no meio do barro, ela sustém, é uma força!

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

A necessidade é com frequência a espora do gênio.

A guerra, assim como é madrasta dos covardes, é mãe dos corajosos.

A arte de agradar é a arte de enganar.

Não há no mundo palavras tão convincentes como as lágrimas.

O pesar e o prazer andam tão emparelhados que tanto se desnorteia o triste que desespera quanto o alegre que confia.

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

O ódio e a guerra que declaramos aos outros gasta-nos e consome-nos a nós mesmos.

Há um limite nas dores e mágoas que termina a nossa vida, ou melhora a nossa sorte.

Os elogios de maior crédito são os que os nossos próprios inimigos nos tributam.

Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos.

Não provoques o Poder, que ele se tornará cruel e despótico no seu desagravo.

A pena é a língua da alma.

A preocupação de cada dia em cada dia basta.

O homem é um aprendiz, a dor a sua mestra.