Envelheca Comigo o Melhor esta por Vir
Dói
Dói tudo o que já era
Tudo que não mais está
A dor que um dia não quisera
A saudade que permanecerá
O ontem no hoje não se espera
Cada dor doida lacera a poesia
Após o inverno, a primavera
Amanheceu, já é outro dia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2019
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa
CONTENTAS
Contentas... Mas que enfado perturba
A alma inquieta? Que dor esta serva
Que ao peito aperta, e pouco se eleva
A fé, casta, vibrante tal o som duma tuba
É o banzé! Que palpita como uma turba
Nos devaneios, e os sonhos de mim leva
Do meu seio, e vão, desenhando treva
Assim aos luzidos pensamentos deturba
Aquietes, com o juízo nu, no travesseiro
Solto as quimeras... e ei-las, aligeirar
Nos caminhos da serenidade por inteiro
Alegra-te na concórdia doce e macia
Da vida, leve, com o desejo de amar
O bom hálito do prazer subleva o dia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23 de agosto de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
boiada
não deixe nada para depois.
pois, o ontem já foi
o agora está sendo
e a saudade cobra os bois...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO NA PRIMEIRA PESSOA
O nosso eu, está em constante luta
Que eu em mim, agora vai portento?
Se sou quem sou, não sou momento
Pra ser quem sou, no eu tive conduta
Em nada fiz pro eu estar desatento
De fora ou de dentro, da vida recruta
Se não vago, eu, sempre na labuta
Pois, o tempo é eterno ensinamento
Quem é este em mim que o ser imputa
Pois, o diverso é mais que juntamento
É sentimento, num tal zelo sem disputa
Não hei sabê-lo se houver "divisamento"
Afinal, se há partilha há também permuta
E meu eu: é fé e amor num só complemento
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10 de agosto, 2016
Cerrado goiano
ALMA DESERTA (soneto)
A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho
Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho
Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta
Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano
UM POEMA DE AMOR (soneto)
Onde escrever um poema de amor
Se branco está o papel sem pauta
E é preciso senti-lo sem sugar dor
Falando das partes sem sentir falta
Quero escrever um poema de amor
Rima-lo tal a poesia da luz da ribalta
Com acordes tão suaves de uma flor
E o perfume da cor duma doce flauta
Quero torná-lo cada vez mais viçoso
No silêncio de estar eterno amoroso
Sereno, para a longa noite do mundo
Onde escrever este poema carinhoso
Sentindo circular num verso desejoso
Expressando este tal amor profundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
SONETO AMEDRONTADO
O medo amedrontado está em mim
Poetando sombras de uma tristura
É um vazio cheio duma vil amargura
Num silêncio: mudo, surdo, sem fim
E neste vácuo sem a essencial figura
Entrajam faltos ornados de serafim
Dum temor com seu satírico festim
Assestando o poetar na ossatura
Então, do medo se alimenta, assim,
Cada vez mais tétrico fica, e procura
Um tal arrimo, sem doçura, carmim
E a ousadia onde fica? E a ternura?
Se o medo no medo, é trampolim!
E o fado sem medo, é vã ventura...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
NÃO DIZ NADA!
Não diz nada!
Nem a poesia vã
A ventura está selada
Suave está a manhã
Em nada se dizer
Se tem o amanhã
Há tanto prazer
No sossego
De sentir e ver
Nenhum apego
Deixa acontecer
Sinta o aconchego
Talvez em outra trova
Há tudo para puder
Sem reprova
Ou somente crer
No tudo vale a pena
Se forte é a fé no viver
Então, fique em cena
Só tenha a agradecer
O ato de ser aprendiz...
Estamos nesta estrada
Para ser... - sou feliz!
Não diz nada!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
TEMPORADA DE VERÃO
Já é mais uma temporada de verão
Está por certo mais quente, moreno
O vento abafado, e a baforada então
Tempo quentão, e dias de sol pleno
O suor no corpo no calor obsceno
Arde os poros, escorre sem demão
E sempre brilha e nunca é ameno
O verão que tosta na sua exaustão
Se tua cor é carmina - mais ardor!
Efa! Gerando uma noite de molesta
E do dia, um dia de muito lamento
E nesta trova de verso abrasador
Enquanto houver na prosa questa
O verso será cálido no fundamento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, 2018 - Cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
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ESTÁ A AMAR (soneto)
O amor não é somente
Uma poesia a se compor
São versos dum sedutor
No coração em semente
Cresce no desejo, é sabor
Mais que o simplesmente
Que o propósito da gente
Mais que ser um rimador
Tem na trova algo maior
Que a rima nunca mente
E o cheiro de prosa no ar
Na inspiração cortês vetor
Uma composição diferente
Ao poeta que está a amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 16’24” – Cerrado mineiro
NUMA TARDE DE INVERNO NO ARAGUARI
Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão triste
E eu olho o céu deserto, avermelhado
É de frio! O inverno é todo o cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
VERSAR MORIBUNDO (soneto)
Tome, solidão, está espada, e.… fira
Meu sofrente coração, tão azarento.
Que importa a mim ter árduo lamento
Se a sorte no destino é persistente ira
Ah! .... emoção lacrimosa e funesta lira
Que ao vazio regi, mirrando o momento
Que esbroa o plural tramite do alento
Polvilhando no peito essa dor tão cuíra
Ó silêncio! Que vem musicar saudade
Troando a minha vida em tempestade
Na aberração do infortúnio fecundo...
Mas a atormentada trava da teimosia
Infeliz. Catuca a inspiração da poesia
Sangrando o meu versar moribundo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 09’12” – Triângulo Mineiro
SONETO SEM SONO
Tarde da noite. Ao meu leito me abrigo
Meu Deus! E está insônia! Que conversa
Morde-me o pensamento, e tão perversa
Numa flameja que acorda, tal um castigo
Meia noite. E o silêncio também versa
Tento fechar o ferrolho, e não consigo
Da espertina. E assim impaciente sigo
Olho pro teto, numa quietude inversa
Esforços faço, remexo, me envieso
Disperso, nada! O sono se concreta
E o meu fastio já se encontra farto
Pego no devaneio, e o olhar ali reteso
Arregalado, e nesta apertura secreta
Fico ancorado neste túrbido quarto
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/08/2020 – Triângulo Mineiro
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
O CONDENADO
O sentimento está triste. Tão calado
O pensamento solitário, num canto
Com agonia, ali, assim, compassado
E os olhos lacrimejando entretanto...
E no sofrimento de um crucificado
Pulsa na dor e chora árduo espanto
Se sentindo, um tal tão desgraçado
No drama e paixão, sem encanto...
Do algoz, cruento, e seco cerrado
O silêncio lasca o peito com tensão
Que suspira em pranto, fulminado
Tal um réu, um desafortunado, então
Largado na ilusão, e se vendo de lado
Soluça saudades o condenado coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de agosto de 2020 – Araguari, MG
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano
Vai um café aí?
[...]então pega está ideia
uma porção de amor
pão de queijo, geleia
e uma xícara de café... por favor!
Nas Gerais é uma “odisseia”
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, Triângulo Mineiro
ACÚSTICA
O prazer rindo está, está na medida
Do bom matiz, pintado em mil cores
louvam tarde e manhã os amores
em exímia proporção, feito da vida
O dantes, já na sua eleita despedia
e fica na alma o perfume das flores
e no coração o desejo, com valores
numa sensação de ventura incontida
O sentimento que no eu pode tanto
a graça, que pela paixão então arde
lhe tornando leve no haver amador
E, o olhar com afeto nunca é tarde
Emanando paz e bem, afável canto
Pois, tudo falta a quem falta amor.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11/10/2020, 05’55” – Triângulo Mineiro
CHICOTE
Se punição por vos desejar se merece
Qual desejo está isento? e ao vento?
Na sua razão do ingênuo sentimento
Solto das amarras, e que se esquece
Qual mor amor no fado se oferece
Que dedicar-se a vos todo o tempo
Em glória e tão repleto de fomento
Que no bem e ventura se apetece
Porém se ei de punir a quem, infando
Que seja ao meu coração sofrente
E assim o meu amargar é todo vosso
No meu haver, podeis, até quando
Ordenar nele o ocaso inteiramente?
Se ter-vos enamorado, não posso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/11/2020, 08’34” – Triângulo Mineiro
AGOSTO NO CERRADO ....
Não é sempre está melancolia
o morno mormaço, esta fereza
de agosto, a secura que tristeza
no cerrado, agridoce dura poesia
Bela diversidade a sua natureza
um vendaval de cores e de magia
devaneio, como é vária sua beleza
e seu renovo, insistente teimosia
Dia e noite, noite e dia, feitiça fonte
vencedor de borrasca e de empeço
e lá se tem o pôr do sol no horizonte
Tão inarrável, encarnado, inconfesso
o qual da glória doura-me a fronte
ao arrostá-lo, pasmo e fulvo excesso ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/08/2020, 18’01” – Triângulo Mineiro
CAIR DA TARDE ...
O céu do cerrado está tão imenso
Todo dum vermelho compassado
O vento lhe rodeia, incerto, tenso
Na vastidão do azul, árido e alado
O horizonte mais rubente, intenso
No aparato carmim que é tomado
Em nuances no celeste suspenso
Em reza, num oratório imaculado
Quanta ilusão, quanta, no parecer
Do entendimento, fica a embalar
A imaginação, perdidas no viver
Ah! grandioso, de infinita beleza
Aos olhos não se pode desvendar
Os mistérios ocultos na natureza! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/02/2021, 18’28” – Triângulo Mineiro
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